terça-feira, 9 de junho de 2015

Fincando raízes na Cidade-parque


A família e os agregados desembarcaram no aeroporto de Brasília no dia 03 de agosto de 1975. Desembarcou no mesmo voo, por feliz coincidência, o pai da cidade, o grande estadista Juscelino Kubitschek. Antes de entrar no carro, que o aguardava na área de desembarque, acenou e nos cumprimentou com largo sorriso. Retribuí saudando-o com um “então, Presidente, veio visitar a filha querida, Brasília. Obrigado por tê-la construído”. Essa foi a única vez que eu e meu irmão o encontramos, embora quando crianças nos lembrássemos de suas constantes visitas à Lavras, nossa cidade natal. Mas, melhor recepção de boas-vindas, à cidade que escolhi para morar nos próximos três ou quatro anos, não poderia haver. Começamos bem o dia, ou melhor, a nova vida em Brasília que, de apenas três ou quatro anos esperados, já se transformaram em quarenta.

 A mudança, com todo o mobiliário, havia chegado um dia antes, pouco depois daquela escura madrugada quando avistei a cidade, lá do alto da BR 040, nas proximidades do Gama. Um brilho reluzente em meio à escuridão do cerrado. Gostei tanto que acordei os dois companheiros de viagem a bordo do carro, meu irmão e o radiotelegrafista da Universidade Federal de Lavras que viera visitar um filho aqui residente. Sim, era o operador da rede de telecomunicação da velha ESAL/UFLA com o MEC, via rádio, pois a telefonia de micro-ondas era ainda muito incipiente e servia apenas as capitais. Satélites e internet  nem existiam. Acordados e sonolentos, os caronas também se deslumbraram com aquela visão quase que fantasmagórica, de intenso fulgor das luzes amareladas que surgiram de repente em meio à escuridão. Resplandeciam por todo o cerrado, chegando às nuvens do céu como se fosse uma alvorada de matizes amarelo avermelhados em forma de abóbada sobre a terra. Essa esfuziante recepção que a cidade nos ofereceu, marcou-me para sempre. Nunca tinha visto Brasília sob aquele ângulo, resplandecente na quietude da seca e fria madrugada de 02 de agosto de 1975.

 Mas, a história do enraizamento só teve início bem mais tarde. Foi num dia de janeiro de 1991, quando estávamos, a família inteira, passando os últimos dias de férias numa escala de apenas dois dias em Lavras e recebi um telefonema do vizinho. Amigo desde os primeiros dias de chegada, também mineiro, Mário Santos, o oftalmologista da família, foi logo dizendo: Venham amanhã, às 13:00h, no Ministério do Planejamento, para assinar o contrato de compra do apartamento, pois será o último dia que o governo federal concederá direito de preferência aos ocupantes de apartamentos funcionais.

Um baita “problema”, pois como chegar a tempo se não dirijo à noite com visão monocular que tenho? Não havia outro jeito ali no interior do sul das Minas Gerais. Pegamos a Caravan e partimos naquela mesma noite. Doze horas de estrada nos esperavam. Gastamos muito mais que esse tempo estimado. Chegamos a Patrocínio, coincidentemente a terra natal de nosso amigo médico, às duas da madrugada. Paramos para abastecer. Abastecer? Naqueles tempos de racionamento de combustíveis os postos de abastecimento ficavam fechados das 20:00 às 06:00 horas. Não havia uma única vivalma transitando pelas ruas a quem pudéssemos implorar a venda particular, a peso de ouro, de pelo menos uns vinte litros de combustível, o bastante para avançarmos o restante da noite. Dormimos todos, ou melhor, cochilamos, ali mesmo dentro do carro. Abastecido o carro, prosseguimos e chegamos por volta das onze horas. Banho e lanches rápidos, terno e gravata como de costume e lá fui para o Ministério do Planejamento, bem ao lado do MEC onde eu trabalhava. Contrato assinado, pagamento da parcela de entrada efetuado, que correspondia ao valor de um carro popular. Alívio geral e logo veio-me à mente aquilo que pensara durante toda a viagem: acabei de fincar definitivamente minha raiz em Brasília. Decisão difícil para o portador de personalidade conservadora, atávica, ligada a terra, sobretudo às origens, onde possuía casa, fazendas de café, onde também estava, além dos ancestrais, a sede da universidade que o mantinha a disposição do Ministério da Educação. Ou seja, poderia, a qualquer momento ser chamado de volta à base. Mas esse, talvez, nem fosse um problema, o que de fato nem aconteceu. 

Certamente essas foram as razões pelas quais relutei por tanto tempo em fincar raízes por aqui. Desatar o nó atávico e o vinculo funcional era de fato complicado, embora adorasse a cidade-parque com seus belos jardins e monumentos sem conta, além do infinito céu azul que até parece mar. Mas, finalmente depois de 15 anos já residindo na cidade, a decisão estava tomada. A partir de então me desfiz dos bens imóveis na terra natal e assentei a cabeça na nova cidade. Bem..., “assentar a cabeça” foi uma reação quase que automática, espontânea. Incrível como a simples posse de imóvel residencial nos dá tranquilidade sem igual. O abrigo, o teto para a família, que ninguém pode nos tirar, é um dos maiores fatores de estabilidade emocional. Mas, afinal, o que faltava, ou por que foi necessário tanto tempo para tal decisão? Não bastariam os encantamentos que a cidade ofereceu durante todo aquele tempo, desde o primeiro dia da chegada? Até mesmo com a saudação em largo sorriso do criador da cidade, JK?  Não foi suficiente também o deslumbramento pelo nosso primeiro endereço residencial, a SQS 308, a quadra modelo da Brasília do urbanista Lucio Costa? Ali residimos por um ano e meio ao lado da Escola Parque e Escola Classe. Da janela do 2º andar a mãe controlava a entrada e saída, dessas escolas, das crianças de apenas três anos de idade. E o Clube Vizinhança bem ali, à vista e ainda ao lado o pujante comercio da Av. W3 Sul com famosos magazines como BI-BA-BO, boutiques da moda, supermercados e agencias bancárias? Ah..., sem contar as levas de turistas estrangeiros que vinham diariamente conhecer o primor da arquitetura urbanística, conhecida no mundo inteiro – uma quadra residencial modelo, com escola de educação em tempo integral e ainda a Igrejinha de Fátima imitando um chapéu de freira, obra do consagrado arquiteto Niemeyer. Paraíso melhor não poderia haver para se criar os pequenos que se davam ao luxo de brincar na calçada de um belo monumento como a Igrejinha de Fátima com seu belo paisagismo ao redor. As mães agradeciam pelo paraíso para a criançada.

 Que bom era, ainda, encontrar turistas do mundo inteiro, ali, in loco, na escolinha, com duas crianças agarradas à mão e falar sobre a excelência do modelo educacional e do projeto residencial de estilo inovador. Os gringos se deleitavam ao ouvir isso diretamente de um pai, sem interferência ou tradução do guia turístico. Mais ainda quando mencionávamos, para os norte americanos, que conhecíamos sua terra e lá desempenhávamos missões educacionais de governo na Michigan State University. Quanta novidade, alegrias e satisfações ali naquela superquadra modelo, patrimônio da humanidade, tombado anos mais tarde pela UNESCO.

Não bastaria também a experiência de morar noutra superquadra, na qual ainda estamos? A moderna quadra, com os blocos residenciais projetados em forma de ziguezague, facilmente identificáveis quando em voos comerciais de aproximação a 1.000 metros de altura, ou ainda dos voos internacionais a caminho do Galeão a 11.000 metros ou 33.000 pés marcados no altímetro?  Sim, onze mil e imagens capturadas com câmeras simples, de pouco zoom. Uma quadra totalmente diferente, com arquitetura singular, diferenciada, que proporciona beleza estética, conforto e privacidade a cada unidade. Prédios novinhos em folha, sendo dos primeiros funcionários públicos a ocupa-los. Paisagismo caprichado com vias privativas e bela vista para o Eixo Rodoviário, o chamado Eixão, com seis pistas de cada lado, descortinando ampla paisagem. Além das belezas da quadra havia ainda que considerar o amplo paisagismo da cidade que proporcionava extraordinário conforto de se sentir dentro de um parque. A cidade inteira conta com amplos espaços vazios cobertos por frondosas árvores floríferas e ainda diversas frutíferas que nos dão o gostinho especial de colher a fruta diretamente da árvore. Há inclusive placas de alerta sobre quedas acidentais de grandes frutos sobre as calçadas de pedestres. Esse imenso parque, que é a própria cidade, enfeita e enfeitiça nossos olhares diariamente. Aqui cada estação do ano marca nossas emoções com olhares distintos sobre as belezas das floradas multicoloridas, ora os ipês, depois as quaresmeiras, buganvílias, cambuís amarelos, paineiras de cores variegadas, sapucaias totalmente revestidas de intenso colorido vermelho e assim por diante. E o que dizer do abissal céu, verdadeiro mar azul, horizonte infinito? Ah..., agora junte-se esse maravilhoso céu ao extenso gramado, tapete verde bordado com mosaicos de flores coloridas e árvores por todos os lados. Uma cidade-parque, sem dúvida, com seus enormes espaços vazios que nos convidam à reflexão, ao devaneio da alma que se enleva e nos torna mais felizes, leves e soltos. Lúcio Costa ao planejar esses grandes espaços, ocupados pelo belo paisagismo e as obras arquitetônicas de Niemeyer, verdadeiras esculturas, escreveu no memorial descritivo de seu plano urbanístico que ao contrário das demais cidades, que se conformam e se ajustam a um paisagismo, como os rios e montanhas, aqui a cidade “criava a paisagem” em meio ao deserto do cerrado e do céu azul como um mar. Verdade! Não foi a toa que a cidade foi tombada, poucos anos depois, como Patrimônio da Humanidade. Basta olhar para tudo isso que ela oferece e já temos a vida resolvida, adeus stress. Um paraíso! Quer prova maior disso, do paraíso que é a cidade e seus encantos? Veja o depoimento de um ilustre filho da cidade, contemporâneo dos meus que tiveram a mesma sorte, por coincidência nas mesmas décadas. Refiro-me ao professor de filosofia da USP, Wladimir Safatle, que aqui viveu nas décadas de 1970/80. Escreveu ele, em 2012:

Vivi em Brasília durante toda a minha infância e, por essa razão, sempre quis um dia agradecer a Oscar Niemeyer pela infância que ele, involuntariamente, me deu. Uma infância sem medo, sem grades, sem muros. Infância de quem cresce diante da imensidão de espaços vazios, capaz de acolher, sem violência, o vazio silencioso da natureza do cerrado. Um espaço de olhares desimpedidos, onde os elevadores davam diretamente para as ruas. Um tempo onde aprendi a beleza da igualdade e o prazer de ver todo espaço como um espaço comum. Ironia suprema: em pleno centro de decisão da ditadura, parecia possível ter uma infância comunista (ao menos no sentido de Niemeyer). Nada estranho para alguém capaz de construir um monumento que estiliza a foice e o martelo (o Memorial JK) nas barbas dos generais da ditadura. Por tudo isso, gostaria apenas de dizer: “Obrigado, Niemeyer. Suas ideias ajudaram a moldar nossas vidas”.

Belíssimo preito de gratidão a aquele que soube projetar os edifícios com seus pilotis vazados, para a liberdade do ir e vir dos pedestres diante da imensidão de espaços vazios, capazes de acolher, sem violência, o belo paisagismo integrado à natureza do cerrado. É nesse local que nossas crianças brincavam coletivamente de pique - esconde, queimada, bete e outros jogos.  Esses locais, sem grades, sem muros como disse o autor acima citado, eram espaços privilegiados que davam às crianças um sentimento de liberdade, de igualdade. Acrescento também o sentimento puro, de fraternidade, criando laços de amizades verdadeiras que perduram ainda hoje. É comum ver nossos filhos, que hoje também são pais, marcando encontros para celebrar 20, 30 ou mais anos da turminha de infância. Virou moda convocar, pelas redes sociais e jornais, essas reuniões festivas de vários grupos de amigos, criados nos pilotis das superquadras. O ambiente familiar, aconchegante, com excelentes condições de locomoção, proximidade das escolas, igrejas, clube de recreação, comercio local quase que exclusivo e outras facilidades, que só se encontram em pacatas cidades do interior, já estava sedimentado como estilo de vida e foi um dos fatores determinantes para a decisão de aqui se radicar. Dedico igual gratidão ao urbanista Lúcio Costa que soube planejar com genialidade os espaços da urbi que tanto nos atrai e nos faz bem.

Motivos não faltavam para essa importante decisão de se radicar em Brasília.  Aliás, desde as primeiras visitas, como gestor educacional da Universidade Federal de Lavras, já em 1973, a admiração por Brasília estava presente. A começar pela Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes com seus belos edifícios e amplas áreas ajardinadas. No MEC, onde fui trabalhar, representando a universidade, encantei-me com a belíssima escultura, Morena, de Brecheret, que decorava o grande salão de recepção. A catedral Metropolitana e os palácios do Planalto, Alvorada e o Congresso Nacional eram, dentre outros, os principais atrativos que me seduziram por toda a vida, pois ainda hoje, mais de 40 anos depois, os contemplo com a mesma admiração.

            Ainda assim, com todas as evidências de inequívoco amor à cidade que acolheu maravilhosamente a mim e toda a família, a decisão de aqui radicar demorou bastante. Não por falta de vontade, mas exclusivamente por razões atávicas que aos poucos foram se diluindo e finalmente culminou com a aquisição da casa própria, numa das mais aprazíveis superquadras da cidade de apenas 55 anos e à qual me apaixonei desde que ela havia completado apenas 15 anos de idade, quando aqui aportei. Lá se vão 40 anos..... Ainda assim, hoje e a todo o momento, dirigindo o carro ou caminhando pelas alamedas arborizadas e ajardinadas, que serpenteiam a cidade inteira, por mais de 120 quilômetros, às vezes paro, olho, admiro e fotografo suas belezas. Um privilégio aqui viver e criar raízes. Mas não são apenas as raízes psicológicas, da estabilidade emocional, pois para marcar o evento daquele janeiro de 1991, também plantei outras raízes. Duas árvores frutíferas, logo atrás do prédio, na área de lazer. A enorme mangueira e a goiabeira fincaram raízes para valer. Desde então, há 25 anos, criaram estabilidade e vigor com garantia de muito tempo de vida pela frente. Seus enormes troncos que o digam e hoje os netos adoram colher suas frutas e brincar de escalar aquela que tem a casca bem lisinha e até placa de identificação. Se a goiabeira foi adotada pela prefeitura e até ganhou placa de identificação a seu pé, a mangueira não fica atrás. Fez e faz história anualmente, por ocasião da safra de suas frutas. Aliás, já sugeri a criação do torneio anual da “corrida da manga”. Basta um ventinho e cair uma chuva de mangas maduras para os vizinhos saem em desabalada carreira para catar as mais bonitas e docinhas. Para quem a plantou, essa corrida e a expressão no rosto de cada adulto competidor ao encontrar concorrentes com as mais esfarrapadas desculpas na “cata da manga”, não tem preço. Dou gargalhadas de satisfação e conto-lhes a história da mangueira. Quase sempre alguém conta a sua própria história dos tempos da infância em seus quintais e pomares. Doces reminiscências. Se o plantio de uma árvore, de lento crescimento, simboliza a esperança de que produza sombra, abrigo e alimento para os pássaros e frutos para os filhos e netos, posso dizer que tenho sido feliz.

 Não bastaram os jardins e a “floresta” plantados na chácara para deleite nos finais de semana. Na cidade-parque há árvores que envolvem completamente os setores residenciais. Seus prédios ficam “afogados” entre árvores e são vistos de corpo inteiro apenas em fotografias aéreas. Ipês, de todas as cores há em abundância, mais de cem mil espalhados por toda a cidade. As árvores, além de proporcionarem beleza produzem equilíbrio climático, sombra, abrigo para os passarinhos que ali se alimentam e fazem seus ninhos. Servem de escalada nas alturas para os meninos mais aventureiros e ainda dão frutos que fazem a alegria das crianças e adultos-crianças que os disputam em desabalada carreira. Descansam a vista, bálsamo para a alma, convite à reflexão em plena harmonia com a natureza. Um privilégio abrir a porta de saída e a apenas dez passos, somente sete metros de distância, entrar em uma verdadeira “floresta”, onde se pode caminhar por extensas alamedas paralelas e ciclovias, em mais de 120 quilômetros que recortam os treze quilômetros das Asas Sul e Norte, no chamado Plano Piloto da cidade. Nessas caminhadas, agora mais frequentes com a aposentadoria, colhemos frutas (há foto de uma faixa com inusitado aviso: “Cuidado: queda de abacates”), interrompemos o passo para ceder a passagem aos passarinhos e fotografá-los comendo as frutas maduras caídas pelo caminho. Sabiá, bem-te-vi, pomba selvagem-trocal, joão-de-barro são constantes. Uma ave de grande porte também passa por ali, desconhecida até então, mas que mediante foto enviada ao Zoológico, foi logo identificada por um especialista, a Curicaca. Brasília é mesmo uma cidade parque, especialmente a superquadra onde resido, um mar de plantas, gramados, jardins e céu azul infinito. Hoje, decorrido bastante tempo de residência, posso afirmar que foi uma excelente decisão aqui radicar. Fincar raízes da alma e de plantas faz bem. Raízes nos fazem mais firmes, felizes sempre, onde quer que estejamos. Bem que desconfiei..., os três ou quatro anos previstos incialmente, para a estada em Brasília, estavam se prolongando muito. Passaram-se cinco, dez, quinze... e ninguém reclamava inclusive eu. Deu no que deu e já se vão 40 anos fincando raízes. Raízes estabilizam não somente as árvores. Elas próprias, as árvores, nos ajudam a nos estabilizar em harmonia com a natureza, a Vida!

            E plagiando o autor citado, que passou a infância na cidade-parque, repito e acrescento: Obrigado JK, que pessoalmente deu-me as boas vindas à sua bela cidade que escolhi para morar. Obrigado, Lúcio Costa. Obrigado, Niemeyer. Seus sonhos e arrojos, com ideias criativas de uma cidade-parque, ajudaram a moldar a vida de nossos filhos que aqui foram criados e hoje todos eles, os filhos e a cidade, nos proporcionam muitas alegrias.

Brasília, 28 de abril de 2015

Paulo das Lavras




                     
Desembarcando em Brasília, novo lar, três filhas, duas gêmeas com as babás e a caçula no colo     

da mãe, com apenas 1 ano de idade. Estada prevista de três ou quatro anos..., já completou 40


       Explorando a cidade, logo na chegada, em agosto de 1975. Palácio do Itamaraty, a beleza      

            arquitetônica de Oscar Niemeyer aliada à genialidade urbanística de Lúcio Costa 


 
Bloco I, da SQS 308, a primeira moradia, na Quadra-Modelo de Brasília, com a Igrejinha de   

 Fátima, escolas em tempo integral, clube de unidade de vizinhança e paisagismo de Burle Marx

A exuberância do bosque da nova Superquadra, morada a partir do segundo ano. Prédios      

mergulhados em meio às árvores que compõem refinado paisagismo    

 
Todas as superquadras são arborizadas e ajardinadas

 
Paisagismo bonito mesmo à noite. Um avião sobrevoando o avião desenhado por Lúcio Costa

Os “mares” de Brasília, o verde e o azul, marcantes

 
o azul intenso emoldurando o escultural Palácio

                               Um buquê de flores – ipê roxo na Esplanada dos Ministérios                             

                                  Bela escultura no saguão do MEC – Morena de Brecheret


        Outro buquê, amarelo, enfeitando a Procuradoria Geral da República           


Ipês no Setor Bancário Norte


 
 prédios escondidos em meio à “floresta” da superquadra residencial 

                               
 
                                                     Paisagismo esmerado na superquadra residencial  e...

 
            grande área de lazer e esportes na entrequadra                             

... e equipamentos de ginástica ao ar livre

 
... ciclovia e passarela para caminhadas à sombra          

....bela vista da sacada da área de serviço

Tive que parar para dar passagem às curicacas. Aves grandes e de longo bico curvo

....Aprenderam a explorar o bosque da superquadra.  Toda vez que as máquinas passam, aparando o gramado, as curicacas aparecem logo em seguida para saborear  os bichinhos desalojados e pululantes.




Nem mesmo a pomba-trocal, selvagem, arisca por natureza, parece se importar com o caminhante que, tranquilamente a fotografou. Em seguida voou, pousou na árvore e desfiou seu canto característico, melancólico, relembrando ao menino, com certo remorso, as caçadas que lhe faziam com a cartucheira nos grotões da fazenda. Hoje, o prazer é outro... contemplar essas maravilhas da natureza..., a Vida!


Frutas à vontade e alerta pelos jornais aos descuidados pedestres     



A goiabeira e mangueira ao fundo, à esquerda, que plantei há 25 anos


                                                     ... foi adotada pela prefeitura, com direito à placa de identificação.

                                                            Os netos adoram, mais pelas escaladas que pelas goiabas

A cidade-parque, Brasília, de puro e belo paisagismo, que inclui contêineres de lixo reciclável em cada superquadra, também acolhe os desvalidos catadores de lixo. Nesse dia, nem bem saí da garage, logo pela manhã para mais um dia de trabalho, eis que me deparo com a cena que foi registrada em foto. Tratei-a com muito respeito e a ajudei naquele dia, recomendando-lhe ainda que também comprasse um pouco de milho para o seu cavalo. Foi um dia feliz para o menino, ouvindo a história sofrida de Dona Severina, batalhadora que veio do Piauí e vive na invasão do setor de clubes sul, bem próximo à Ponte JK.  


O sonho do visionário JK, que se transformou em realidade. Sempre que passo pela Praça dos Três Poderes, paro, leio, medito e admiro e o Homem que construiu Brasília

As comemorações do 7 de Setembro sempre atraíram o menino desde a infância. Não é diferente ainda hoje, como essa da foto que comemorou também os 70 anos da FEB- Força Expedicionária Brasileira, que lutou na Itália, durante a Segunda Grande Guerra Mundial.


   Mas, não são apenas os pássaros, as crianças e a Dona Severina que gostam dos parques
                         das quadras residenciais ou mesmo do grande Parque da Cidade. Paul McCartney também
                        desfrutou desse privilégio quando aqui veio fazer um mega show, em 23/11/2014

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