quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Minas, montanhas e dois abraços diferentes



Em 20 de julho de 2018 desembarquei em B.H e enquanto aguardava o reembarque para Lavras, onde iria assistir às solenidades do sesquicentenário da cidade natal, fui abordado por duas sorridentes garotas que logo me mostraram um cartaz de cartolina: “Abraço Grátis!!!”. Antes de qualquer reação de minha parte anunciaram, com largo sorriso, que queriam me abraçar. Mais que depressa fechei a pagina do whatsapp (ôohh, vício... rsrs) e corri para o abraço. Afinal, não é sempre que recebemos abraços..., de graça! Explicaram-me que era o Dia do Amigo e por isso estavam distribuindo amor fraternal. Sem dúvida, o abraço é considerado uma prova de afeto, de carinho, de amor ao próximo e estabelece uma ligação saudável entre as pessoas. Naquele dia foi um abraço efusivo, de alegria, de energia, pura empatia. Embarquei para a viagem e sinceramente, estava mais leve, me sentindo melhor, amado e encantado com o gesto anônimo de um grupo de jovens “amigos voluntários”. Só mesmo nas Minas Gerais, montanhosa, essas coisas acontecem. Receber um abraço anônimo, alegre, contagiante, sem mais nem menos e pelo puro prazer de se fazer o bem.

Poucos de nós nos damos conta do valor de um abraço. Ele afasta o medo e até a dor, como aconteceu recentemente com o netinho de dez anos que teve o antebraço fraturado, quando da defesa de um potente chute de bola ao gol. Atordoado por forte dor e lágrimas já escorrendo pela face, correu para o abraço do vovô. Um abraço tão forte quanto à dor que sentia e enquanto caminhávamos em busca do socorro, abracei-o fortemente e o choro cessou, até porque, antes, gritei, dissimuladamente, para os garotos que tinham parado o jogo e olhavam espantados..., “não foi nada..., só uma luxação e vou leva-lo para colocar compressa de gelo”. Um abraço apertado, as palavras de apoio diante dos coleguinhas, o carinho repassado ao menino o reconfortaram e amenizaram a dor física e muito mais da alma, com a certeza de que estava amparado pelo abraço. E assim, pôde sair de campo orgulhoso, fortalecido, porque defendera o gol, embora estivesse se desmanchando em dores (no hospital, constatou-se fratura no terço distal e engessou-se o braço). Nem mesmo eu havia imaginado, antes, o poder de um abraço. Aliás, já havia aprendido, menos de um ano atrás, que até mesmo um anônimo abraço aumenta a nossa alegria e autoestima e agora, com o netinho, pude comprovar o valor do segundo tipo de abraço que conforta e até cura a dor.

Ao ler os jornais, comoveu-me a histórias de um pai e filha, Laura e Juliano Colombini, que saíram de sua casa, em Nova Lima e foram a Brumadinho, a mais de 70 km, unicamente para abraçar as pessoas necessitadas, vítimas daquele monstruoso desastre humanitário, do rompimento de barragem de rejeitos da mineração de ferro que ceifou centenas de vidas. Ao ler a comovente história, veio-me a mente, além do recente caso do netinho, o episódio acontecido comigo, em BH, naquele 20 de julho passado. Pensei comigo..., então esse gesto, de oferecer um abraço, é mesmo próprio dos conterrâneos mineiros. Quanto vale um abraço..., seja na alegria ou na dor? E os mineiros, com fama de introspectivos, criados entre montanhas, são mestres na arte de bem receber, de distribuir abraços, conduzir as visitas para o aconchego e a intimidade de sua cozinha e ali, ao sabor de um cafezinho com pão de queijo assado na hora, passar horas e horas contando casos e causos, com a participação de toda a família ali reunida, em homenagem e carinho ao visitante. E até na hora ir-se embora o mineiro é diferente. E digo isto porque conheço todos os estados de nosso país, visitando as mais de cinquenta universidades federais. Diferentes n despedida? Sim são os únicos a nos despedirem sem dizer a palavra “adeus”. Mineiro diz, compungido, emocionado..., vai com Deus, como a dizer se cuide e volte sempre. Coisas de Minas que nos tocam profundamente. Oh, Minas Gerais! A gente nasce mineiro e morre mineiro e não adianta estar quarenta e cinco anos fora das montanhas de Minas, pois o sentimento é o mesmo, apesar da distância.


Estamos todos irmanados na dor desse desastre humanitário de Brumadinho. Não vamos aqui procurar culpados, mas apenas nos unir às famílias, quase quatro centenas delas, que perderam ou estão em busca dos parentes desparecidos. E tem sido assim, por todo o tempo. O abraço e a mão amiga estão presentes, sempre. Outra voluntária, Simone Esteves, que consolava espiritualmente uma das famílias, contou à repórter de um jornal que “num momento desses, eles estão entregues a um abraço, a uma palavra de conforto, oração a Deus. Eles querem apenas abraçar e chorar, desabar em lágrimas”. E sabem que os abraços, a ajuda, a solidariedade não têm faltado, daqui e até do exterior. Que Deus continue confortando a todos eles. E é de se perguntar, como alguém já o fez: “Quantas lágrimas cabem numa barragem? Quanto vale um rio de lágrimas?” vale citar os versos de Carlos Drummond de Andrade, como a nos lembrar que governantes e empresários gananciosos transformaram Minas em mortes, dor e lama e, pior, eles próprios estão limpinhos e ricos, usufruindo dos lucros sobre a vida de pessoas, com dinheiro sujo, mais sujo e podre que a lama que ceifou vidas humanas, dilacerou famílias e devastou a natureza ao longo de matas, córregos e rios abaixo, por centenas de quilômetros. Disse o poeta Drummond:
“O Rio? É Doce. A Vale? Amarga. Ai, antes fosse mais leve a carga.
Entre Estatais e multinacionais, quantos ais! A dívida interna, a dívida externa.    
A dívida eterna.
Quantas toneladas de exportações de ferro? Quantas lágrimas disfarçadas sem    
 berro?”.

Desta vez, na segunda catástrofe, a sociedade está desobedecendo ao poeta, pois agora é com berro. E não é apenas com o berro daquele boi branco, da raça nelore, atolado, ilhado e alimentado pelos heroicos bombeiros, ali em meio à lama. Fiquemos, pois, atentos e aguardemos as providências de quem de direito e se não forem a contento, berremos todos. Mas antes do berro vamos fazer a nossa parte. Que tal nossa universidade colaborar com a recomposição ambiental, tal qual faz em Lavras, onde já plantou mais de 100 mil árvores, formando um cinturão verde ao redor da cidade, como nos informa o Jornal de Lavras? Vamos “berrar” como sugeriu o poeta, mas antes, vamos colaborar nesse esforço humanitário. Queria estar lá e retribuir o abraço recebido dos mineiros, solidários, sempre!

Brasília, 31 de janeiro de 2019

Paulo das Lavras 





 
O desastre do rompimento barragem de rejeitos de minérios, em Brumadinho,
 deixou centenas de mortos e desparecidos. Força devastadora do mar de lama
e rejeitos sólidos de mineração. Grande extensão atingida com danos incalculáveis.

Foto: Isac Nobrega – domínio público



A força da avalanche de lama, detritos e rejeitos sólidos das mineradoras
arrancou tudo pela frente, morro abaixo. Dois pilares da ferrovia foram levados.
Centenas de vidas ceifadas.

Foto: Voz Ativa



Minas, terra dos abraços, gente hospitaleira, solidária. Assim fui recebido em BH, em 2018
Foto: autor, BH, 20/07/2018


 
O poder, a força do abraço que ampara, acarinha
Foto: autor, dezembro 2016



Abraço de conforto a quem precisa, com braço enfaixado,
até mesmo no primeiro dia de aula
Foto: autor, jan.2019



Quer abraço mais reconfortante que esse,
depois de longo tempo na guerra do Iraque?
Foto: internet



Na data de hoje, 31/01/19, já foram resgatados 100 corpos e cerca de 260 ainda
estão desaparecidos. Mais de 300 outras pessoas já foram localizadas e
cadastradas. Tragédia que atingiu diretamente a mais de 700 pessoas entre
mortos, desparecidos e outras já localizadas.
Foto: internet



Sobrevivente da lama da catástrofe de Brumadinho, o boi nelore,
batizado de “resistente” pelos Bombeiros, foi por eles alimentado
enquanto não pôde ser resgatado.
Foto: Alexandre Guzanshe/EM D.A Press



Não foi só salvar pessoas e animais na lama, pois havia também os que ajudavam
 a salvar vidas, ou localizar corpos.
Foto: Adriano Machado



Reflorestar, regenerar a vegetação na terra devastada. Grande tarefa pela frente.
Gostaria de lá estar e contribuir, como naquele ano de 1968, quando trabalhei para a
 Mannesman, Barreiro/Cidade Industrial/BH, plantando milhões de eucaliptos nas encostas
da Serra do Rola Moça. Do outro lado estavam os municípios de Ibirité e Brumadinho.
Foto: Jornal de Lavras –  cinturão verde de Lavras:






quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Uma Posse Presidencial diferente, com mulher à frente...



          Alguém se lembra do “Velho do rio”, personagem típico de uma novela da extinta Rede Manchete, no ano de 1990? Pois, me surpreendi com seu “reaparecimento”, nas solenidades de posse do novo ministro da Educação. Lá estava um senhor, muito bem vestido, barba grande e bem cuidada e portando um grande chapéu. Não resisti e ao sair, encontrando-o assentado ao lado da portaria do gabinete do ministro e diante de seu sorriso amistoso, o cumprimentei e desencadeamos uma conversa agradável sobre os eventos de posses dos ministros e do presidente da república, bem como das esperanças que nos animam para esse ano de 2019. O personagem, Nelson Barbudo, que evocou-nos a lembrança pantaneira, é de fato mato-grossense e deputado, o mais votado do estado. Pessoa de fácil trato, alegre e esperançoso de dias melhores para o nosso povo. Assim, com esse descontraído e casual encontro, terminamos o segundo dia do Ano Novo, em nossa capital federal. Um ano que começou bem, repleto de alegrias e esperanças renovadas, como nunca antes vividas nesses últimos 22 anos de nossa república. Vinte dois anos? Sim, desde quando um governante promoveu a maior compra de votos no legislativo para que fosse aprovada a sua própria reeleição, até então proibida pela Constituição Federal. O escândalo da época, maio de 1997, só não foi adiante por conta de um procurador que ficou conhecido por “engavetador geral da república”.  Desde então, não tivemos mais alegrias nas posses de dirigentes de nosso país. Mas, surpreendentemente, neste primeiro de janeiro de 2019, o novo ano teve início diferente, muito alegre, cheio de esperanças. Diferente, até mesmo pela presença do deputado mato-grossense com seu típico chapéu pantaneiro.
  
 28 anos depois “reencontrei” a mais perfeita lembrança de uma figura marcante, de uma novela pantaneira do ano de 1990 (o Velho do rio). Na verdade, trata-se do deputado Nelson Barbudo, o mais votado em Mato Grosso. Papo agradável, após a posse do novo Ministro da Educação, no dia 02/01/2019.



            Mas, se a presença do deputado, com detalhe típico do pantanal brasileiro deu um toque diferente na posse do novo ministro da Educação, também o ritual da posse do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi diferente. Este é o décimo presidente desde que cheguei a Brasília, em 1975. Terminado o ciclo militar, aconteceu a eleição de Tancredo Neves, que encheu o povo de esperanças para o dia solene da posse. Preparamo-nos para a festa, mas infelizmente não houve a esperada posse, pois adoeceu gravemente no exato dia e veio a falecer cerca de um mês depois. Seguiu-se um governo frouxo, com inflação de 100% ao mês e eis que, então, surgiu um “salvador da pátria”, o caçador de marajás e o povo com esperanças renovadas foi à rua para a festa da posse. “Elle” não durou dois anos e voltamos à mesma Esplanada dos Ministérios pedindo a cassação de seu mandato, por conta de corrupção.
                
 
O famoso "velho do rio"

         No lugar “delle”, assumiu o vice-presidente, mineiro, sério, que deu um verniz de esperança para os brasileiros. Três anos depois foi eleito e empossado um paulista, tido como príncipe da intelectualidade e da economia, pois havia domado a inflação com o plano real, ainda no governo anterior, no qual fora ministro da Fazenda. Não comparecemos a nenhuma das solenidades publicas de suas duas posses, pois nele não votamos e nem confiávamos, por conta de suas demagogias em campanha da primeira eleição. Pior ainda, com o condenável ato de cooptação de parlamentares para a aprovação de emenda à Constituição que permitiu sua própria reeleição. Começou aí a corrupção de parlamentares antecedendo, pois, ao chamado “mensalão” que veio a publico em maio de 2005, já no maior governo corrupto da nação. Este, o mensalão, foi descoberto com a gravação de recebimento de propina em dinheiro, na sede da ECT e em seguida com a denúncia de um deputado, descrevendo os detalhes da compra de apoio de deputados da chamada base aliada do governo, com pagamentos mensais pelo partido do corrupto governo de então. A esse governo da corrupção, por dois mandatos, seguiu-se o de sua sucessora, também por dois mandatos, porém cassada no meio do segundo período, por total incapacidade de governar o país. Os dois anos restantes foram cumpridos pelo vice- presidente que, em face de suas vinculações a grupos políticos não teve forças para limpar a máquina publica. Ora, passou-se tempo demais, desde 1997 quando o então presidente deu o golpe na Constituição, corrompendo parlamentares e aprovando sua própria reeleição. Foram 22 anos de espera por dias melhores, com alguém de caráter que se dispusesse a conduzir o país com seriedade, sem o famoso “toma lá, dá cá”. E esse dia, da esperança de novos tempos chegou, em 01/01/2019.

            Diante de tudo isso, pode-se afirmar que a posse do novo presidente do país, nesse primeiro de janeiro de 2019, além de tranquila, sem tumultos, foi diferente por diversas razões. Enumero e descrevo sete delas. Primeiramente, pelas esperanças dos brasileiros, cansados de ver e ouvir, diariamente, relatos judiciais e policiais sobre autoridades do governo e políticos envolvidos em grossa corrupção serem presos, condenados e encarcerados, a começar pelo chefe da organização criminosa (segundo classificação do STF). Seu programa de trabalho contempla todas as aspirações populares contra esse estado deplorável. O próprio Presidente emocionou-se profundamente e em pelo menos duas ocasiões, não conteve as lágrimas.  Em segundo lugar, foi diferente a posse, por ter tido, o novo presidente, a feliz e meritória iniciativa de colocar sua esposa a proferir um belo discurso, antes mesmo que ele, o presidente já empossado, falasse à Nação. Ela comprometeu-se a lutar pela inclusão das pessoas com deficiências físicas ou de outra natureza. Seu discurso em linguagem de Libras foi mais que interessante, diferente e recheado de conteúdo. Em terceiro lugar, houve sensível diferença pelos discursos de seus ministros que repetiram, nas respectivas posses, as promessas de campanha do presidente eleito e empossado.  Foi assim na Economia, na Justiça, a mais aplaudida de todas as escolhas por representar os anseios e justiça da maioria do povo, já desanimado com o desempenho de alguns órgãos, até mesmo acobertando ou libertando condenados por corrupção.

            O discurso do novo presidente foi animador, pois além de demonstrar humildade e caráter, bateu firme nas questões técnicas de economia, emprego e desenvolvimento, para as quais promete melhorias (13 milhões de desempregados e 27 milhões que não ganham o suficiente para sobreviver). Destacou com firmeza as políticas fundamentais para o bem estar da população, traduzindo o anseio de seus eleitores, colocando o cidadão em primeiro lugar, declarando, dentre tantas:

-Não deixar que ideologias nefastas, como a do gênero, venham a dividir os     brasileiros, destruindo valores, tradições e a família, alicerce de nossa sociedade.
- unir o povo (acabou o “nóis” contra eles)
- nossa bandeira é verde-amarela e jamais será vermelha.
- combater ferozmente a corrupção, efetuar enxugamento da máquina publica, restabelecendo padrões éticos e morais na gestão pública.
- combater a criminalidade e valorizar aqueles que sacrificam suas vidas em nome de nossa segurança. Acabar com a ideologia que defende bandidos e criminaliza policiais.
- defesa da soberania nacional, especialmente nossas fronteiras.
- retirar o viés ideológico das relações exteriores
- hoje é o dia em que o povo começa a se libertar do socialismo e do gigantismo estatal

Na área da Educação, foi confortante ouvir, no auditório do MEC, onde servimos por 35 anos à Educação Superior, a fala do novo ministro empossado, Prof. Ricardo Vélez Rodríguez, que repetiu as palavras do presidente empossado:

- as escolas devem ser capazes de preparar nossos filhos para o mercado de trabalho e não para a militância política.
- combateremos o lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino. Sobre a chamada “escola sem Partido” disse que o que se pretende é apenas combater a “propaganda ideológica”, pois a escola não deve doutrinar ninguém e sim educar, formar. A essência da escola é a Educação, completou o novo ministro.
- deveremos substituir o marxismo cultural, que está presente nas educações básica e superior, pela ideologia liberal e conservadora. O marxismo cultural é prejudicial à saúde da mente, pois secciona o ser humano, o torna massa, uma simples coisa e por isso, vamos tentar buscar uma abordagem cultural que respeite a pessoa na sua integridade.

         Enfim, também no programa de ação do futuro governo houve diferença, a quarta delas, a firmeza de propósito no atendimento às demandas da sociedade, cansada de desgoverno, corrupção, roubalheira e descaso para com o cidadão que paga os impostos que sustentam a nação. E essa diferença se fez notar até na declaração do ministro da Educação, Rossiele, que terminou seu mandato, dizendo na transmissão de cargo que mais não fez porque o governo assumiu o MEC sem nenhum processo de transição, imediatamente ao impeachment da então presidente, e por ter herdado “discussões outras”, deixando de olhar o essencial, português, matemática. O ex-ministro da Educação, no entanto, não esclareceeu quais as discussões que o desviaram do caminho certo da Educação. Porém, não é difícil imaginar, bastando reler as palavras do novo ministro e do novo presidente da república, onde estão listadas as principais mazelas da Educação e que agora serão combatidas pelo MEC.

Além de tudo isso, chamou-nos atenção a emoção do presidente e a anotamos como a quinta diferença, pois foi tomado de profundo sentimento, derramando lágrimas ao entrar no Rolls Royce, ali em frente à Catedral, onde nos postamos. Novamente foi traído pela emoção e às lagrimas, passou a tropa em revista na rampa do Congresso Nacional, já como presidente empossado. Perguntado sobre isso, disse que sentiu o peso da responsabilidade ao ver que estava a iniciar seu mandato presidencial, ali, diante do povo que o aplaudia e representava a nação. A longa luta na lide politica, a campanha, os apoios recebidos da família, amigos e eleitores, o atentado à sua vida, a eleição, a vitória e as promessas de trabalho ao povo brasileiro, tudo enfim. Foi um turbilhão emotivo e sempre com a esperança de que tudo dê certo. Não é comum presidentes deixarem-se trair pelas lágrimas. Estas, nunca mentem, é a alma se expondo, exibindo a gratidão a Deus e a certeza de um grande compromisso a cumprir.  Não menos interessante e significativo foi o beijo recebido da esposa, durante o discurso e por conta dos pedidos da plateia em repetido coro. O discurso da primeira dama foi marcante.

Outra diferença surpreendente, a sexta delas, foi o comportamento do povo. Mais de 100.000 pessoas que ali estavam. Muitos com famílias inteiras, vindos de toda parte do país e até do exterior. Trajavam as cores da bandeira nacional, portavam placas ou slogans na camisa, crianças, jovens, pais, famílias inteiras, com bebês no colo ou em carrinhos e até idosos em cadeiras de rodas. Todos, sem exceção, na mais perfeita ordem e respeito, curtindo apenas alegria. Nada de Black Blocs, reds, ou movimentos ditos sociais, mas na verdade anarquistas, ou milícias armadas conforme apregoado por pseudo-lideres em recente passado. Mas, felizmente alguns até já se encontram condenados e encarcerados. Tranquilidade total, muito diferente de outras manifestações que participamos ali na Esplanada dos Ministérios. Não houve necessidade, em momento algum, de intervenção das forças de segurança. Aliás, a posse foi diferente até mesmo no quesito segurança e esta é a sétima grande diferença em relação às anteriores.

Diante do antecedente de atentado à vida do candidato eleito, medidas especiais foram adotadas. Foram instaladas quatro barreiras de inspeção. Na primeira as bolsas, mochilas, garrafas de água e quaisquer objetos que representassem risco eram confiscados, além da revista manual propriamente dita. Para compensar a proibição de garrafas d´água, foram montadas algumas barracas com oferta de água gelada, armazenadas em tanques especiais, onde as pessoas podiam se fartar, usando copos descartáveis. Duas outras barreiras se seguiam até o Congresso Nacional. Para adentrar a Praça dos Três Poderes e se posicionar diante do Palácio do Planalto e de sua rampa, por onde o presidente chegaria, a vistoria era mais rigorosa, pois havia uma quarta barreira, obrigando-se à passagem por detectores de metal.  Vimos ainda as tropas, a pé, cavalaria e motorizada, armadas e prontas para a ação. Helicópteros e drones especiais sobrevoavam o espaço aéreo. A artilharia antiaérea estava estacionada bem próxima e muitos agentes de segurança descaracterizados se dispersaram em meio à multidão. Ao contrário, atiradores de elite, uniformizados e ostensivamente armados, se postavam em pontos estratégicos, especialmente no topo dos prédios da Esplanada. Havia ainda até supostos oficiais, na verdade snipers, carregando pastas ao lado das autoridades. Pastas recheadas, certamente, de surpresas, mas que não foram sequer acionadas e seus agentes se limitavam apenas a olhar a multidão por trás de seus indefectíveis óculos escuros.

Outro detalhe da segurança foram os espessos vidros blindados no parlatório, de onde o Presidente e a Primeira Dama discursaram para o povo.  Mas, pode-se dizer que a grande diferença no quesito segurança nem foram os armamentos e excessivas revistas de detecção de metal, mas sim a pacífica manifestação popular, sem que tenha havido sequer um único ato de invasão de área proibida ou mesmo vandalismo em prédios e patrimônios públicos. Enfim, foi uma festa bem organizada, com público quase que exclusivamente familiar e acima de tudo patriótica, emocionante e, sobretudo diferente. Diferente pelas razões já comentadas, mas, principalmente por aquilo que a própria imprensa disse e alardeou que a Primeira Dama roubou a cena, pela sóbria presença, com belo e compromissado discurso em favor de uma ação social mais efetiva e até mesmo pelo inédito e carinhoso beijo no novo Presidente, companheiro se sua vida e com o qual lutou para ali chegar. Valeu!

Bem, o novo presidente pediu um prazo de 100 dias para colocar em prática tudo aquilo que enunciou em seu programa de governo e que reconhece como sendo a grande aspiração, o desejo do povo que o elegeu.  Esperemos, pois, atentos, o cumprimento desse promissor programa de governo. Um governo que tem tudo para ser diferente, vitorioso, tal qual almejamos e vamos torcer para que seja bem sucedido. Nossos filhos e netos agradecerão.

 Brasília, 03 de janeiro de 2019


Paulo das Lavras


         O velho do rio, famoso personagem da telenovela “Pantanal”?
Não! Trata-se do deputado mais votado no Mato Grosso, Nelson Barbudo que foi prestigiar a transmissão do cargo de Ministro da Educação.
Foto: autor


           Metrô lotado, rumo à posse presidencial
Foto: Renata Costa



... bem lotado, mesmo e todos de verde amarelo. Verdadeira festa quando havia novos embarques!
Foto: autor


alegria das pessoas chegando à Esplanada dos Ministérios. Não se via outra
 bandeira que não a nacional
Foto: CB


nem mesmo a longas filas para a primeira revista desanimou o povo. Ali
 eram deixadas sacolas, mochilas e até garrafa de água.
Foto: CB


 
proibidas garrafas..., mas água gelada à vontade

Foto: autor





Chegada do comboio presidencial e troca de carro, passando para o Rolls Royce, aberto, em frente à Catedral. Caminhão da imprensa se deslocando à frente do desfile presidencial rumo ao Congresso Nacional. Céu carregado, prometendo chuva, mas que felizmente não chegou.
Foto: autor


Forte emoção do novo presidente ao subir ao carro aberto e ver a multidão o aplaudindo
Foto: Ricardo Moraes


Os Dragões da Independência, com seu histórico uniforme de gala (criado em 31/01/1765 e reorganizado por D. João VI em 13/05/1808), escoltam o novo Presidente do Brasil, rumo ao
Congresso Nacional, onde tomará posse.
Foto: autor




Logo no início do desfile o cavalo começa a refugar. O presidente
   pede cuidado ao motorista do Rolls Royce
Foto: Carl de Souza


... e chega a gritar... , cuidado, pare..., pare o carro!
Foto: Carl de Souza


 ... e aplaude o cavaleiro que consegue dominar o cavalo refugão...
Foto: Carl de Souza


... para em seguida continuar o desfile e  acenar alegremente para o povo
Foto: do autor


... e passa acenando, bem à nossa frente
Foto: do autor



A escolta dos Dragões da Independência, logo atrás do Rolls Royce Presidencial.

Foto: do autor


Chegada ao Congresso, e o atento agente de segurança com a pasta espiã
Foto: Marcos Brandão


Assinatura do Termo de Posse, no Congresso Nacional, com uma simples  caneta Compactor Economic
Foto: Roque de Sá



Após a posse, no Congresso Nacional, a solene “revista da tropa”, do Exército, Marinha e Aeronáutica, postados em continência ao Chefe Supremo da Nação. Seguranças a cada 10 metros,
 no alambrado ao lado da rampa, no gramado.
Foto: Marcelo Ferreira


A emoção do Presidente empossado, Comandante Supremo da Nação, durante
a passagem  em revista à tropa, em frente ao Congresso Nacional
Foto: CB


Salva de tiros de canhão para o novo Chefe de Estado, em frente ao Congresso Nacional
Foto: CB


A chegada apoteótica ao Palácio do Planalto
Foto: Sylvia Isquierda



Subindo a rampa do Palácio Presidencial. Outros três agentes
cercam o Presidente, portando as pastas-espiãs, iguais e sempre na mão esquerda
Foto: Sérgio Lima


Uma longa e apoteótica caminhada na rampa. E os homens com as pesadas pastas-espiãs, logo atrás
Foto: Ueslei Marcelino


Caminhada em busca da Faixa Presidencial
Foto: Ueslei Marcelino


... e aí está a sonhada faixa presidencial e o discurso da Primeira Dama, Michele Bolsonaro,
que roubou a cena..., disse a imprensa. Com razão, cena inédita e maravilhosa e mais emocionante, ainda, foi o seu discurso em defesa dos portadores de necessidades especiais.
Foto: CB



O discurso de Michele, interrompido a pedido da plateia,
 para um beijo no marido-presidente
Foto Fábio Tito



discursando: “nossa bandeira é verde amarela”
Foto: CB




A simplicidade, assinando o Termo de Posse dos Ministros,  no Palácio do Planalto,
com sua caneta BIC. Já vi Montblanc, Parker e tantas outras de ouro, exibidas por empossados que gostam de ostentação.
Foto: internet (autor não identificado)


O Presidente Bolsonaro com seus Ministros empossados no Palácio do Planalto
Foto: CB


A segurança reforçada:

Segurança reforçada, fila para a quarta e última inspeção:
 detector de metais,  na Praça dos Três Poderes
Foto: Ed Alves


Detector de metal em frente ao Palácio do Planalto
Foto: Ed Alves


Barreiras físicas e tropas isolando as faixas para a passagem da comitiva presidencial.
Foto: Nelson Almeida


Segurança total em frente ao Palácio do Planato, incluindo vidros
 à prova de balas no parlatório e snipers ao lado da comitiva
 presidencial  e no topo dos prédios
Foto: Nelson Almeida



snipers no topo do Palácio do Planalto
Foto: CB


detalhes das barreiras de contenção, alambrado e cordão de policiais da tropa de choque e agentes de segurança na retaguarda e sobre plataformas suspensas (mãos filmando com celular)
Foto: CB



Barreira intransponível nos fundos da Praça dos Três poderes
Foto: CB



O peso da “pasta espiã” que o atirador de elite carrega na mão esquerda, tendo
a direita  livre para, possivelmente e se necessário, apertar o gatilho na alça da pasta.
 O Presidente estava tenso ao desembarcar do Rolls Ryce e iniciar a caminhada no tapete
 vermelho de acesso  ao Congresso Nacional.
A Primeira Dama também absorveu a preocupação do Presidente, pois ali ele estava mais exposto,
 razão pela qual o agente de segurança estava colado a eles e também expressava nítido nervosismo
Foto: Ricardo Moraes


A internet mostra o que pode conter uma dessas pastas espiãs...
Fonte: Youtube


Vidros à prova de balas, com mais de 30 mm de espessura, até a altura da cabeça,
no parlatório externo ao Palácio do Planalto.
Foto Fabio Tito


O plano de exclusão de voos sobre Brasília, no dia da posse presidencial
Foto: FAB


Caças F5 no ar, com ordem para abate, se necessário e ...
Foto: FAB



Artilharia aniaérea em terra, ao lado dos anexos dos Ministérios
Foto: FAB



...verdadeiro aparato de combate antiaéreo. Inimigo algum escapa, no ar!
Foto: FAB


Mesmo na hora de dispersão do povo e tendo se encerrado as solenidades, os fusis M-16 estavam engatilhados e os policiais prontos para a ação, atentos a tudo ao redor, até mesmo aos drones
 e helicópteros que sobrevoavam o local. Fotos permitidas, mas, sempre sérios e concentrados
 na missão de segurança. Nota 10, pois não houve um tumulto sequer e as familias ficaram e voltaram para a casa em total segurança e tranquilidade! Fez diferença!
Foto: autor



A tranquilidade e alegria do povo na festa:


relembrando o pixuleco presidiário, porém, hoje, gente séria, patriota, sem o vermelho.
Irradiando alegria e confiança num país melhor.
Foto: CB



Esquadrilha da Fumaça alegrando a multidão.
Foto: CB


Sol quente, abrigo sob o verde amarelho
Foto: CB


Mais gente chegando à Esplanada
Foto: Fábio Rodrigues


idosos e cadeirantes, esperançosos de dias melhores com o verde-amarelo
Foto: Fábio Rodrigues


Com 85 anos e ainda esperançoso de dias melhores, na Justiça.
Admirável como o patriotismo empolga os mais idosos. Gente que trabalhou
 e ajudou a construir o país!
Foto: autor


Feliz Ano Novo, assim, sim! Dizem os mais jovens na Praça dos Três Poderes
Foto: CB



 
jovens de outras nacionalidades, aqui residentes e confiantes
 no futuro das relações internacionais
 Foto: autor



Amigos vindos da Flórida, Clyde Fraisse, professor da University of Florida – Gainesville,
 Simone e Fernando. Festa brasileira para brasileiros saudosos visitando
a Pátria depois de muito tempo ausentes.

Foto: Simone Fraisse


Terminou a festa cívica, hora de ir-se embora
Foto: autor


... de volta ao metrô. Fim de festa... Valeu!
Foto: autor



A transmissão de cargo no Ministério da Educação:


Dia seguinte, transmissão de cargo no MEC, minha casa de trabalho por mais de 30 anos
Foto: autor


Relembrando os 33 anos trabalhados em tempo integral no Ministério da Educação.
Foram 17 ministros: Ney Braga, Euro Brandão, Eduardo Portela, Rubem Ludwig,
 Esther Ferraz, Marco Maciel, Jorge Bornhausen, Hugo Napoleão, Carlos Santana,
 Carlos Chiarelli, José Goldenberg, Eraldo Tinoco. Murilo Hingel,Paulo Renato,
Cristovam Buarque, Tarso Genro e Fernando Haddad.
Foto: autor


Cumprimentando o novo Ministro da Educação,  Ricardo Vélez Rodríguez,
pelas firmes posições em consonância com as novas diretrizes do
Presidente da República.
Foto: autor


Uma das metas educacionais do novo presidente e repetida em discurso de posse pelo
 novo Ministro da Educação, Ricardo Rodríguez: retirar o lixo marxista
Foto: CB


...e ainda pudemos relembrar dos tempos em que trabalhamos com projetos
de educação superior entre o do MEC e Colômbia, seu país de nascimento
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O Ministro da Educação e seus Secretários, após a posse
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O ex- ministro Rossiele, que deixou o cargo e declarou ter tido
 dificuldades devidas às  “discussões outras que
 o obrigaram a deixar de olhar o essencial”
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