quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Dia Mundial da Limpeza Urbana



Comemora-se hoje, 27 de Agosto, o Dia Mundial da Limpeza Urbana. Faz-me lembrar dos tempos de estudante de mestrado de Engenharia Sanitária, na Escola de Engenharia de São Carlos/USP. Fazíamos frequentes visitas às estações de tratamento de lixo e também de água e esgoto da grande metrópole de São Paulo. Chamava atenção, já naqueles idos de 1971/72 o volume de lixo sólido recolhido diariamente e que necessitava de tratamento adequado. Um grande desafio, ontem e hoje. Aliás, mais agravante nos dias atuais. Fala-se muito em lixões, aterros sanitários e outras soluções para os resíduos sólidos, eletrônicos e outros mais sensíveis e prejudiciais à saúde.

Mas, enquanto as autoridades sanitárias cuidam dessas questões técnicas que tal nos preocupar com a nossa própria educação ambiental, a começar pelo lixo nas ruas? Hoje é um dia especialmente dedicado a isto, ou seja, conscientizar o cidadão para o valor de sua ação no meio ambiente. Levá-lo a refletir sobre a conservação da limpeza das cidades. Nesse dia é comum a reunião de vários cidadãos para executarem a limpeza de locais públicos, retirando o lixo de praças, monumentos e praias, como medida educativa. Em Brasília foi organizada uma demonstração prática em local bastante movimentado, a Rodoviária do Plano Piloto, onde transitam centenas de milhares de pessoas. Assim, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental- ABES-DF, em parceria com o Serviço de Limpeza Urbana- SLU e a UNB, organizou uma manifestação diferente. A atitude muito comum de se atirar lixo na rua ou em ambientes públicos precisa ser combatida. Sujar as ruas é um delito? Sim e merece multa o cidadão que assim proceder, pois atrás do lixo vêm os bichos, o mau cheiro, a poluição de cursos d´água e as doenças. Mas, melhor que a multa é educar a população. Para tanto nada melhor do que uma demonstração com os próprios protagonistas. A limpeza urbana é essencial à saúde!

            A ação demonstrativa de hoje, denominada Flash Mob, usada pela primeira vez no Canadá, consistiu em deixar uma garrafa pet no chão, próximo a uma lixeira e aguardar até que alguma pessoa recolhesse esse resíduo e o descartasse adequadamente. Feito isto tocava-se o apito e uma centena de voluntários aplaudia o cidadão que assim procedeu. Nesse momento todos sacavam sua viseira estilizada até então escondida e cercavam o cidadão que era cumprimentado e entrevistado pela imprensa. Na primeira experiência, por volta das 09:00h de hoje, passaram 32 pessoas e um carrinho de carga manual, sem que ninguém se movesse para catar a garrafa semivazia. Alguns até chutaram-na, até que o cidadão João Carlos, cozinheiro de um restaurante, abaixou-se e rapidamente a colocou no cesto de lixo logo à frente. Na segunda vez foi mais rápido, não mais que 18 pessoas passaram quase que por cima do lixo e em seguida o cidadão, Rodrigo, técnico em informática apanhou o lixo e o depositou na lixeira. Da mesma forma foi aplaudido e entrevistado.

Considero muito positiva a experiência e vejam que apenas 3 a 5% dos transeuntes se preocuparam, ou tiveram a iniciativa de remover o lixo e coloca-lo no lugar certo. Está aí uma boa causa para as escolas, o poder público e sobretudo para as famílias. Educação ambiental e cuidados com o bem estar começam em casa.

Ah..., parabéns ABES-DF, SLU e  UNB por essa importante iniciativa educacional, da qual participei com grande prazer. Ao conversar com alunas do curso da área de saúde pública, senti-me orgulhoso de um dia, há 45 anos, ter sido aluno nesse campo do saber e ter repassado conhecimentos de construções e ambiência para muitos alunos de engenharia na Universidade Federal de Lavras e faculdades Integradas UPIS-DF.

Brasília, 27 de agosto de 2015

Paulo das Lavras

                                 Com as alunas da UNB, curso de Saúde Publica. O menino também foi, um dia,

estudante da área de Engenharia Sanitária



                                       O menino estudante, ao centro. O primeiro da esquerda, Eugenio Foresti,

tornou-se mais tarde diretor da Escola de Engenharia de São Carlos/USP,
 onde cursamos mestrado em Engenharia Sanitária – 1971






                                                             Organizando a ação- Limpeza Urbana







                                                        Banner do SLU – Dia Mundial da Limpeza Urbana







                                      Garrafa pet colocada no chão e lixeira bem próxima. Poucos se importaram









                                        O carrinho de carga desviou-se do lixo. Passaram 32 pessoas sem se incomodar...





Até que João Carlos, um cozinheiro de restaurante, o 33º passante, abaixou-se e apanhou
o lixo, colocando-o na lixeira logo à frente. Aplausos e entrevistas para as redes de TV.







 Medalha no peito, concedida pela ABES-DF e o meu abraço a João Carlos, cidadão consciente dos valores de uma cidade limpa.








A surpresa dos aplausos. Rodrigo Kami, técnico em informática, o 19º passante na segunda ação.
Cidadão muito conscientizado sobre os problemas ambientais. Excelente entrevista ele concedeu.







Medalha no peito, meu abraço a Rodrigo Kami e entrevista para uma emissora de rádio






Alguns dos participantes da Ação - Brasília Limpa