sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Brasília, braseiro flamejante

Sim, a temperatura política de Brasília está elevadíssima neste quase final de outubro de 2015. Está pegando fogo. Mas não é disso que queremos falar, desses tempos de impeachment e de lava-jato. Neste caso, troquemos o idioma inglês pelo francês..., Flamboyant. Nem bem os ipês foram-se embora e chegaram os Flamboyants, braseiros ainda brilhantes, flamejantes, como se traduz literalmente do francês. Bem, mas a temperatura chegou a 42 graus..., mas o avião da Polícia Federal pousou hoje cedo na capital com um presidiário fujão, extraditado da Itália e junto..., trouxe também a tão esperada chuva. Alegria em dobro. Bem vindos, a chuva e o presidiário que foi para a Papuda.

E eis que nesse calorão que nos assolava até ontem, com a secura que se iguala a dos desertos do Saara ou de Atacama, que queima a pele, garganta e resseca os olhos, os flamboyants se destacam com suas flores vermelhas, amarelas e cor de fogo, como a insultar a grama seca e o pó que dela levanta. Bem verdade que eles não refrescam como a tão cobiçada chuva, mas adoçam as vistas, molham a nossa alma que se abre em sorrisos de admiração. Sua exuberância não é só na ilha de Madagascar, de onde foi trazido à época de D. João VI, ou no Caribe que também exibe sua cor flamejante... flamboyant..., flamboyant... c'est comme ça! É como se ele sentisse as agruras do tempo quente e seco e se vingasse mostrando toda a sua beleza enquanto as demais plantas sofrem com a falta d´água.

Há uns dois dias, durante minha caminhada matinal, não resisti a alguns cliques. Os dois primeiros, vermelhos flamejantes, bem à porta de minha casa e os demais logo adiante. Um até enfeitava, como um buquê de flores, um dos mais belos monumentos da cidade, a Igrejinha de Fátima, aquela em formato de chapéu de freira.
Não é a toa que o flamboyant é considerado uma das mais belas árvores do mundo. Tem um colorido intenso nas flores, árvore frondosa, alcançando cerca de 10 metros de altura e com a copa muito ampla, em forma de guarda-chuva.

Veja as fotos recentes  e ao final, um jovem flamboyant e ainda assim resplandecente, que plantei em meio ao gramado irrigado do planalto central. Finalmente, para contrastar, o mais bela árvore dessa espécie, na cidade,  enorme,  flamejante como um braseiro. Admire os flamboyants e veja se não são como braseiros flamejantes como bem diz seu nome francês.

Brasília, 23 de outubro de 2015


Paulo das Lavras


Brasília em chamas? Solo e grama muito secos, mas os braseiros
 flamejantes dos Flamboyants reluzem bem em frente minha casa.
Colírio para os olhos, bálsamo para a alma.


Temperatura elevada e secura de apenas 12% de umidade do ar.
Mas, a alma se molha, encharca de alegria e se extasia quando vê
um flamboyant incandescente. Parque da cidade. Foto: Cláudio Reis 


 
Ainda jovens, mas flamejante vermelho e outro dourado, à direita, no eixinho sul



Amarelo-ouro reluzente, também flamejante..., ou simplesmente flamboyant 


 
Cor de fogo...  e flamejante do mesmo jeito... flamboyant 


 
um dos mais belos monumentos da cidade e seus buquês, vermelho à esquerda
 e cor de fogo à direita, complementam a decoração dos azulejos pintados de azul 

  

 Uma coroa de flores cor de fogo para complementar a decoração dos
azulejos pintados por  Athos Bulcão



 
...o jovem flamboyant que eu mesmo plantei no gramado irrigado


 
Não tem igual... , exuberante e flamante flamboyant de enorme copa, em
frente ao Tribunal de Justiça Federal do DF.   Foto de Wagner Reis - 2012










quarta-feira, 14 de outubro de 2015

15 de Outubro: Dia do Professor - Nós não precisamos de nenhuma Educação?



O relatório de Avaliação Nacional de Alfabetização-ANA, recentemente divulgado pelo MEC, não deixa dúvidas. A situação é desastrosa, triste mesmo. Apenas 11% dos alunos da 1ª a 3ª série do ensino fundamental (início e final do período de alfabetização), conseguiram nota 3 (de 1 a 5 como nível máximo) no quesito Leitura. Na Escrita 26% e na Matemática 43% apenas conseguiram se livrar da pecha de analfabetos funcionais. E não venham dizer que a culpa é do aluno, a parte mais fraca nessa história.

Todos somos responsáveis, governantes e principalmente nós mesmos os professores, incluindo os professores universitários que reclamam do nível dos ingressantes nas faculdades. Está bem..., Nós Não Precisamos de Nenhuma Educação. É o que dizem alguns alunos, na letra de uma música que foi hit em recente passado.

Precisamos mudar. Hoje, praticamente não existem mais alunos passivos e submissos como no passado. Mas também não se pode dizer que não haja mais professores tiranos.  A sociedade como um todo está mais informada e exerce seus direitos de contestar. Ainda me lembro depois de mais de 50 anos, quando menino de 12 anos fui humilhado em sala de aula por causa uma pergunta mal formulada. Soube muitos anos depois que o "problema" era o professor. Entretanto, não cabe aqui mencionar qual era o problema dele e menos ainda quem. Mas o episódio marcou negativamente o aluno aplicado, inibindo seu espírito questionador quando em dúvida. Tanto assim que digo para meus alunos, sempre: perguntem à vontade, pois não há pergunta idiota e sim resposta estúpida de quem ignora e não conhece em profundidade o processo ensino/aprendizagem. O vídeo da Pink Floyd é bem elucidativo, didático e indico, ao final, o link. Vale a pena conferir

Creio que o melhor método de se ensinar ainda é aquele que envolva o aluno. E devemos fazer isto com alegria, entusiasmo, mostrando e compartilhando amor à causa do ensino-aprendizagem. Mesmo em aulas presenciais de engenharia adoto sempre os trabalhos em grupos, com estudos de casos e perguntas estimuladoras, sempre buscando respostas/soluções alternativas para o caso, E mais, as consultas, via internet ou em livros são permitidas. Afinal, na vida prática, no mercado de trabalho, não é assim que funciona o uso do conhecimento, sempre com consultas e referencias bibliográficas? 

Neste dia do professor é bom que pensemos sobre isto, pois afinal somos apenas mais um tijolo na parede, como canta Pink Floyd. E mais, nunca é tarde para se aprender. Agora mesmo estou frequentando um curso para treinamento de tutores de cursos à distância e foi dele a inspiração e até a música de Pink Floyd que aqui focalizo. Aliás, Educação à Distância, ou simplesmente EAD é a moda, nem precisamos sair de casa.

Feliz dia dos professores!

Brasília, 15 de outubro de 2015

Paulo das Lavras


Pink Floyd  -  The Wall

Another Brick In The Wall – Mais um tijolo na parede (ou …, Nós não precisamos de nenhuma Educação)

Mais um Tijolo Na Parede

O papai voou pelo oceano
Deixando apenas uma memória
Foto instantânea no álbum de família
Papai, o que mais você deixou para mim?
Tudo era apenas mais um tijolo na parede

"Você! Sim, você atrás das bicicletas, parada aí, garota! "

Quando crescemos e fomos à escola
Havia certos professores que
Machucariam as crianças da forma que eles pudessem
Despejando escárnio
Sobre tudo o que fazíamos
E os expondo todas as nossas fraquezas
Mesmo que escondidas pelas crianças
Mas na cidade era bem sabido
Que quando eles chegavam em casa
Suas esposas, gordas psicopatas, batiam neles
Quase até a morte


Não precisamos de nenhuma educação
Não precisamos de controle mental
Chega de humor negro na sala de aula
Professores, deixem as crianças em paz
Ei! Professores! Deixem essas crianças em paz!
Tudo era apenas mais um tijolo na parede
Todos são somente tijolos na parede

"Errado, faça de novo! "
"Se não comer sua carne, você não ganha pudim
Como você pode ganhar pudim se não comer sua carne? "
"Você! Sim, você atrás das bicicletas, parada aí, garota! "


Eu não preciso de braços ao meu redor
E eu não preciso de drogas para me acalmar
Eu vi os escritos no muro
Não pense que preciso de algo, absolutamente

Não! Não pense que eu preciso de alguma coisa afinal
Tudo era apenas mais um tijolo no muro
Todos são somente tijolos na parede 


A leitura é um hábito que se adquire logo nas primeiras letras. Nada é mais gratificante do que ensinar a criança e com ela também aprender. A netinha de oito anos lendo o livro de Míriam Leitão.






Ensinar é uma arte. Requer competências específicas e muito amor. Admiro as professoras da educação fundamental e aí está, nas fotos, uma grande autora de livros infantis, além de sua especialidade, Economia, nas redes de TV e jornais: Míriam Leitão, autografando seus livros para meu neto.




Míriam Leitão em dia de autógrafos de seus livros, numa Escola de ensino fundamental