domingo, 23 de maio de 2021

Sabedoria e amor de mãe

 

 

Um abraço a todas as Mães, guerreiras, semeadoras da vida e do amor! Sábias por natureza, tal qual a mãe de Thomas Alva Edison, inventou da lâmpada elétrica e muitos outros produtos que ainda hoje usamos.

Por que escolhi a mãe do inventor Thomas Edson como símbolo de homenagem às mães? Simples! Ela representa o que o uma mãe é capaz de fazer para seu filho.  Elas, as mães, são sábias por natureza ou intuição, quando se trata de defender e educar os filhos. Por isso são eternas em nossos corações, não importa se estão aqui ou se já partiram. Sempre presentes!

 Aquele menino, Thomas Edson, chegou em casa com um bilhete do professor de sua escola, em envelope lacrado. O conteúdo era terrível, mas a mãe, com os olhos lacrimejando, sabiamente “leu” outra coisa para seu filho:

 "Seu filho é um gênio. Esta escola é muito pequena para ele e não tem suficiente professores ao seu nível para treiná-lo. Por favor, ensine-o você mesmo!!"

 Após o falecimento de sua mãe, viu um papel dobrado no canto de uma gaveta. Era a antiga carta que o professor havia mandado à sua mãe, porém, o conteúdo era outro e dizia:

 

"Seu filho é confuso e tem problemas mentais. Não vamos deixá-lo vir mais à escola!!"

         Thomas Edison chorou durante horas e então escreveu em seu diário: "Thomas Edison era uma criança confusa, mas graças a uma mãe heroína e dedicada, tornou-se o gênio do século."

 Mães são assim, capazes de tudo em nome do amor aos filhos. Não é preciso dizer mais nada! Saúde para todas elas! E para aqueles cujas mães já partiram, desejo que suas memórias da doce mãe lhe confortem a alma e lhes tragam alegrias presentes e eternas.

 

Brasília, 09 de maio de 2021

Paulo das Lavras

 


23 de Maio de 2021 - a Revolta Paulista, 89 anos.

 


Os paulistas sempre foram lideres e nunca gostaram de interferências do governo central em sua política local. O histórico de suas atuações confirma isto. No final do século XVII iniciaram suas incursões pelos Sertões das Gerais e logo a seguir, já no início do século XVII, intensificaram-se as chamadas Entradas e Bandeiras. Foi assim em Minas Gerais no esplendor do ciclo do ouro. Nesse contexto foi fundada a minha cidade natal, Lavras-MG, em 1720, há exatos 301 anos, quando ali chegaram os bandeirantes paulistas e se instalaram às margens do funil, estreita garganta do Rio Grande. O espírito Bandeirante, de destemido desbravador, foi usado nos cartazes de propaganda para a convocação dos paulistanos para a luta contra o poder central, ditatorial, segundo se interpretava nos idos de 1932. Getúlio Vargas era o Presidente da República e tornou-se, sim, um ditador quando três anos depois de aprovada a Constituição, rasgou-a e criou o chamado Estado Novo. Os paulistas estavam certos em seus temores de 1932. Mas, voltando 110 anos na história, foi ali em São Paulo, coincidentemente, que D. Pedro I deu o famoso Grito do Ipiranga - Independência ou Morte! Mais tarde o estado de São Paulo passou a liderar a revolução industrial brasileira. Lastreado na riqueza de sua agricultura cafeeira, localizada inicialmente no vale do Paraíba, foi fácil tornar-se a maior potência industrial do país.

Assim, influentes na politica nacional, os paulistas nunca aceitaram ficar à margem da história de nosso país. Os eventos acontecidos em 23 de Maio de 1932, na chamada Revolução Constitucionalista, não foram por acaso. Revoltaram-se naquele ano de 1932 e convocaram o povo, especialmente os jovens a se alistaram nas frentes de batalha. Na propaganda de guerra a figura do Bandeirante Paulista foi escolhida para representar o sentimento paulista, conforme mostram os cartazes de convocação à luta. A birra contra Getúlio era tanta que, até hoje, não existe em São Paulo uma avenida sequer com o nome de Getúlio Vargas. Existem sim, na cidade de São Paulo as Avenidas 23 de Maio e 9 de Julho, datas em que, na primeira, morreram os quatro estudantes fuzilados pelas forças militares do governo central e marcou o início do movimento revolucionário. A data de 9 de Julho foi quando, de fato, deflagrou-se a chamada Revolução Constitucionalista de 1932 que visava depor Getúlio Vargas. Este venceu os revoltosos, instalou o Estado Novo, mas foi finalmente deposto em 1945. A Revolução de 1932, verdadeira guerra civil, matou milhares de cidadãos brasileiros.

Ali, na Rua Barão de Itapetininga com a Praça da República, naquele dia 23 de Maio de 1932, os manifestantes se reuniram para invadir a sede do Partido Popular Paulista, grupo político-militar de sustentação ao regime do governo getulista. Os militares se anteciparam à invasão e fuzilaram os manifestantes. Verdadeiro massacre e foi assim que morreram os jovens Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, os mártires do MMDC, movimento que deflagrou a revolução paulista, aliada à Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul. O dia 23 de Maio é simbólico para os paulistas. O massacre militar contra os manifestantes, marcou o início da revolta de 1932.  E hoje, quando vejo nos noticiários as rixas entre o governador de São Paulo e o Senhor Presidente da República, cada qual provocando o outro à sua maneira, confesso que me vem à mente aqueles embates de 23 de maio de 1932. Tomara que acabe logo essa disputa individual por espaço político em véspera de ano eleitoral. Puro egoísmo, em pleno século XXI e ainda nos deparamos com disputas pessoais, ignorando os deveres da democracia, regime sob o qual foram eleitos os políticos para nos governarem. Será que vamos ter outra revolução?  Seremos convocados à armas, com em 1932 ? Acho improvável. Prefiro lembrar-me deste dia pela memória da expressa Avenida 23 Maio, por onde o carro partia em disparada, do centro da cidade para o aeroporto de Congonhas e dentro do carro exclamava: “missão cumprida”. Amo, São Paulo, não somente pelas raízes de meus ancestrais, das terras paulistas e que chegaram à Lavras em 1750, como também pelo sucesso profissional que ali obtive no âmbito do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, das Universidades (supervisão e avaliação) e mais tarde, na primeira década dos anos 2000, na gestão da Residência Médica com credenciamentos da rede hospitalar de treinamento nossos jovens médicos. Não há brasileiro que não tenha tido contato com São Paulo, seja pelas raízes atávicas, pela ciência e cultura ou ainda pelos produtos de sua avançada indústria.

Parabéns, São Paulo! Um abraço aos amigos paulistas, orgulhosos de seu passado.

 

Brasília, 23 de maio de 2021

Paulo das Lavras


 
O Bandeirante, símbolo da bravura destemida. A seu lado a mulher enfermeira e o jovem, recrutados para a luta armada contra o ditador Getúlio Vargas 
Foto: Wikimedia Commons


Em 23 de Maio de 1932, a população foi fuzilada  em praça da cidade de São Paulo, onde se manifestava. Houve muitos mortos.  Tomara que hoje, nessa guerrinha de egos entre políticos, a população não seja convocada às armas, como os paulistas o fizeram em 1932.
Foto: Wikimedia Commons