quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Jardins, flores... e o Natal



Sempre gostei de jardins. Desde a infância com os canteiros de rosas, manacás, margaridas e copos-de-leite cultivados ao redor da grande casa da chácara, além do belíssimo e cinquentenário pé de ipê amarelo. Ali vivi dos três anos até o término da faculdade e tomei gosto pelos cuidados às plantas, acompanhar o desabrochar das flores com a revoada de abelhas, os desfiles de borboletas multicoloridas e joaninhas saboreando seu néctar. Meu primeiro emprego como profissional da agronomia incluía, dentre outras atividades, cuidar dos jardins da capital mineira e do gramado do Mineirão. Melhor não poderia ser..., o gosto desenvolvido desde a infância aliado à paixão profissional de lidar com a natureza das plantas, água e solo.

O poeta Rubem Alves aponta pelo menos uma razão para se gostar de jardins: “Um jardim é a face visível de Deus”. E num jardim estou no paraíso, completa o autor. Cuidar dele é um prazer imensurável, relaxante, que eleva a alma às alturas, ao paraíso. Agora, que dispomos de mais tempo, nem é preciso viajar e conhecer outros lugares, pois ao final de nossas andanças chegamos ao lugar de onde partimos. Voltamos às origens, às coisas que amamos ainda crianças..., e assim nos (re)tornamos crianças.

Crianças...? Sim, elas são simples, diretas e vivem na alegria do presente.  As flores são como as crianças, trazem amor e vida, têm o poder de desarmar e emocionar as pessoas.
Admirar a beleza dos jardins, as flores, frutos, borboletas e pássaros de toda espécie que ali vivem, reconforta a alma. Plantar flores é colher felicidade.  Ao se aproximarem as festas de fim de ano deveríamos contemplar mais os jardins e deixar nos levar nesse enlevo da alma, na beleza das flores, na “face visível de Deus” e pensar num mundo melhor para nossos filhos, netos e para nós mesmos.

Celebremos as luzes coloridas e em especial as nossas belas flores multicoloridas que alegram as Festas de fim de ano.

Feliz Natal para todos e esperanças renovadas em nossos corações!


Brasília, dezembro de 2014

Paulo das Lavras


                       Natal de luzes coloridas à noite e flores multicoloridas de dia, nos jardins que são a
                                       face visível de Deus, segundo o poeta Rubem Alves




                                                     Flor do manacá da serra. O desabrochar das flores traz a
                                                    beleza e nos faz refletir  sobre a simplicidade e a maravilha
                                                  de uma borboleta ou  joaninha se alimentando do néctar.




                                                                     A beleza ímpar da orquídea




                                                    A variedade, de encher os olhos, das zínias multicoloridas




                                                                Bordadura com iresine ou coração partido