sábado, 18 de abril de 2015

19 de Abril, Dia do Índio – o que comemorar?


Entra ano e sai ano e os indígenas de nosso país enfrentam os mesmos problemas. A PEC 215 que trata da demarcação das terras indígenas tramita, ou melhor, está parada no Congresso desde o ano 2000. São 15 anos e nada. Já muito antes disso os caciques Raoni e Juruna, das nações Kaiapó e Xavante, lutavam pela demarcação. Em 2013 e 2014 registrei as manifestações dos índios em Brasília e de lá para cá quase nada progrediu. Neste ano de 2015 as manifestações foram mais intensas. Houve a participação de várias nações indígenas de todo o país, acampadas na Esplanada dos Ministérios. As fotos que registrei, na terça feira 14 de abril, falam por si próprias.

Amanhã, 19 de Abril é o Dia do Índio. Há algo a comemorar? Pelo menos nas escolas houve hora cívica para celebrar a data. Também lá estive e me alegrei ao ver as crianças usando adornos estilizados à moda dos índios. Pelo menos elas, as crianças, aprendem a respeitá-los e, adoram falar de índios. Tanto assim que um dos curumins escolares chegou em casa e não retirou o adorno, um cocar indígena. Certamente, podemos esperar dias melhores para nossos índios.

Salvemos nossos índios! E vejam, abaixo, que bela lição de sabedoria eles nos dão, apenas com o silêncio.
 

Brasília, 18 de abril de 2015.

Paulo das Lavras

 
O Silêncio dos Índios

                                                            Autor: Kent Nerburn


  Nós os índios, conhecemos o silêncio.
 Não temos medo dele.
 Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras.
 Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento.

 "Observa, escuta e logo atua", nos diziam. Esta é a maneira correta de viver.
 Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes.
 Observa os anciões para ver como se comportam.
 Observa o homem branco para ver o que querem.

 Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás.
 Quando tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
 Com vocês, brancos, é o contrário.
 Vocês aprendem falando.

 Dão prêmios às crianças que falam mais na escola.
 Em suas festas, todos tratam de falar.
 No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes.

 E chamam isso de "resolver um problema".
 Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos.
 Precisam preencher o espaço com sons.
 Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.

 Vocês gostam de discutir.
 Nem sequer permitem que o outro termine uma frase.
 Sempre interrompem.

 Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive.
 Se começas a falar, eu não vou te interromper. Te escutarei.
 Talvez deixe de escutar se não gostar do que estás dizendo. Mas não vou te interromper.

 Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.
 Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei.
 Terás dito o que preciso saber.

 Não há mais nada a dizer.
 Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
 Deveríamos pensar nas palavras como se fossem sementes.
 Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.

 Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
 Existem muitas vozes além das nossas.
 Muitas vozes.

 Só vamos escutá-las em silêncio.
 "Não sofremos de falta de comunicação, mas ao contrário, sofremos com todas as forças que nos obrigam a nos exprimir quando não temos grande coisa a dizer".


Índios Guaranis – Brasília, 14 de abril de 2015/Esplanada dos Ministérios
 

Cacique Raoni- 2013. Questionando o então vice – presidente da Câmara

 
Índio flechou soldado, ferindo-o na perna. Brasília, maio 2013
 
 
 
 
Tribo Tabajara, da Bahia
 

 

 
Índio da nação Xacribá, falando ao celular com um deputado, logo ali atrás.

 
Terenas, descansando após almoço

 
Krahô e Xavante (sentado)




Xavante, do estado de Mato Grosso. Mesma tribo do cacique Juruna


 
 
Nação Kaiapó, a mesma do cacique Raoni que desfilou em Paris com o cantor Sting

 
 
Tenda coletiva - lazer
 
 
 
Curumins na escola. Certamente lutarão para um futuro melhor para os índios
 
O curumim gostou do adereço e o manteve em casa. Amor aos índios desde cedo
 
 
 

 








 
 

domingo, 12 de abril de 2015

Manifestação em Brasília – 12 de abril de 2015


Uma crônica com mais de 100 imagens que falam por si:
1- As mensagens de cada um
2- Uma festa de famílias
3- O aparato de segurança
 
As mensagens:
 
I don´t believe in humans..., escreveu o simpático casal de gringos
 abrasileirados. Respondi que a culpa era das estrelas...
 
 




 




  Camisa do Fluminense... seria o Fred, estrela do flusão, que goleou o
Botafogo, o responsável pelo caos?...






































 
 
Uma festa de famílias:
 
                                    Uma bela família me presenteou com uma faixa das estrelas

 











 
 
3- O aparato de segurança: