quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Bom dia..., bem-vindo 2014: O tempo passa ou os tempos mudam?


 
As pessoas só fazem o que querem, quando querem e pelos motivos que lhes convém. Só enxergam o que lhes interessam e pior, só entendem o que lhes convém. O filósofo Rubem Alves muito bem expressou essa questão quando escreveu sobre a arte de escutar. Em seu artigo, “Escutatória”, ele afirma que não sabemos ouvir. Quando alguém fala a gente comete o pecado de interrompê-lo para mostrar que já sabemos ou sabemos mais. Isso é muito desrespeitoso. Mostra que não paramos para refletir sobre o que o outro disse e isto é uma manifestação sutil de nossa arrogância, de vaidade, querendo sempre ser o melhor.

Não adianta, é da natureza humana agir assim, ou seja, ver, escutar, entender e agir apenas quando interessa ou é conveniente. Por isso é mais fácil afirmar que o tempo passa e não muda. Ou melhor, as pessoas, em sua grande maioria, não mudam seus costumes, hábitos e (pre)conceitos. O passar dos anos apenas as tornam mais velhas.

O certo é que, depois de muitos embates na vida, a gente acaba aprendendo a ser mais humilde, a escutar mais e dar mais valor à vida, à família e aos amigos, compreender os encantos ocultos que nos cercam, escondidos que estão pela nossa arrogância e vaidade. Mais uma vez recorro ao filósofo Rubem Alves para dizer: “Deus é isto, a beleza que se ouve no silêncio”. Daí a importância de saber ouvir os outros. Devemos escutar com a intenção de compreender e não apenas com a intenção de responder. A beleza também mora no silêncio, na escuta e a comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto. Repito: Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam. Esse é o verdadeiro amor, que brota da arte de saber escutar, do silêncio da alma.

 
Mudemos, pois, o ano novo de 2014 que acaba de chegar. Não esperemos que “os outros e o mundo mudem”. Mudemos nós mesmos, para melhor!

Brasília, 01 de janeiro de 2014

Paulo das Lavras

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