terça-feira, 26 de novembro de 2013

Um acidente aos cinco anos e caminhões que falam

                                                           


Não, o acidente não foi com esse belo caminhãozinho Chevrolet 48/49. Na verdade, quando essa foto foi publicada numa rede social, o menino das Lavras teve a memória despertada para dois deles. O da foto que pertenceu ao fazendeiro Toniquinho de Pádua e outro, de seu avô, Anízio Alves de Abreu, fazendeiro e vereador à Câmara Municipal. Seu caminhão, idêntico a esse modelo da foto, era muito comum na década de 1950. Importado dos Estados Unidos e fabricado pela montadora GM, era comercializado em Lavras pela Agência Chevrolet, de Ciro Arbex & Cia Ltda. Foi um sucesso entre os fazendeiros dos anos 1950/60. Serviam ao transporte de carga e passageiros. Sim, naquela época eram raríssimos os automóveis e a família, numerosa como era costume, se aboletava na carroceria, às vezes em meio às cargas diversas. Ração, cereais, galinhas, lenha, adubos, ferragens, tudo que se possa imaginar era acondicionado na parte traseira da carroceria. A parte mais à frente ficava reservada aos caroneiros que viajavam em pé, agarrados ao malhal, aquele travessão mais alto que aparece na foto.

Parece que a sina desses caminhõezinhos era mesmo servir de ponto de paquera das moças da família. Assim como esse da foto e já contado em outra crônica – “Um caminhão que fala e o fazedor de amigos”, o outro também era usado, nos finais de semana, para transportar time de futebol da roça.  São veículos que “falam”, pois fazem desfilar inúmeras histórias pelos escaninhos das lembranças. O avô, que jogou bola até os 70 anos de idade, era chamado de Coronel Anízio Gaspar desde os idos da criação dos partidos Rolinha e Gavião (PSD e UDN). Tinha um time de futebol na zona rural das Três Barras. Morava na cidade e como vereador era bem relacionado, sobretudo no meio esportivo. Era comum levar jogadores dos times da 1º divisão da cidade para reforço da equipe. Entre eles havia um garoto de 17 anos, assíduo frequentador da carroceria do caminhão do Sr Anízio Gaspar. Bom de bola, na linha de ataque, até chegou a integrar as equipes do Fabril e depois da Olímpica, os dois melhores times da cidade. Neste último foi campeão da Liga Esportiva de Lavras, em 1957, ao derrotar o Fabril Esporte Clube por 1x0, com gol de Danilo Pinto. Era convidado certo para as disputas dos campeonatos rurais. Esperto o garoto, na bola e na arte de conquistar as meninas. Logo ganhou a atenção de uma das netas do coronel, dono do time. Luiz Boneco, esse era o apelido do jogador de futebol, Luiz Antônio de Lima, filho do Sr. Júlio Oliveira, do Armazém do Julinho. O armazém de seu pai e a residência se localizavam na praça ao final da Rua Francisco Sales, hoje Praça do Trabalhador, portanto vizinho do dono do caminhão e do time da roça. Logo passou da condição de caroneiro e convidado para membro da família. Casou-se em 1959, com minha irmã, Carmem, constituiu uma grande família, cujos filhos e netos encontram-se espalhados por alguns estados desse imenso país. Mais tarde mudou-se para Goiânia, como gestor de linhas de transmissão das Centrais Elétricas de Furnas. Ali, o menino das Lavras sempre visitava a família do ex-jogador e caroneiro do caminhãozinho que “conta” essas histórias. Um bálsamo para quem vivia no exílio dourado de Brasília esses encontros de lavrenses e familiares. Voltou para a cidade natal e, ainda neste ano, depois de 54 anos de matrimônio, ele partiu para sempre, deixando um vazio de saudade. Nesse dia o Sr Anízio Gaspar, um de seus admiradores, não estava para as despedidas, pois já o aguardava na morada celestial. Mas a família sensibilizou-se com a presença do Presidente da Associação Olímpica de Lavras, Dr Henrique Pinto, que carinhosa e respeitosamente depositou a bandeira do glorioso time sobre o ataúde daquele que um dia defendera a equipe nas acirradas disputas do campeonato da cidade e ostentara a faixa de campeão a seu lado e também do irmão Danilo Pinto. Uma homenagem simples, mas que calou fundo nos doloridos corações da família. As alegrias e o amor pelo time da Olímpica não se restringiram ao campo esportivo, pois na hora da dor lá estava ela retribuindo o mesmo amor que sempre recebeu. Coisas de Lavras e sua gente unida como uma família.

Outro passageiro que marcou história foi um fazendeiro importante, o vizinho Sr Quincas Guimarães. Residia logo abaixo da casa do Sr Anízio e a primeira acima do Sr João Arbex, pai de Nilza, Joãozinho, Marta e Ciro, o agente Chevrolet da cidade. Todos velhos amigos. A viagem se destinava a um evento familiar na Fazenda Ribeirãozinho, propriedade do próprio Sr Quincas. Muito amigos, o dono do caminhão se ofereceu para levar a família Guimarães junto à nossa. Lotação completa. Lógico, todos acomodados na carroceria, pois automóveis eram raros naqueles idos de 1952/53. Havia muitas mulheres, Dona Dica, nossa avó, Dona Margarida, esposa do Sr. Quincas e muitas outras senhoras. As duas primeiras, mais velhas, tinham a primazia de viajar na boleia junto ao motorista. E o Sr Quincas? Como fazer para que ele subisse à carroceria com seu peso avantajado? Simples, baixou-se a tampa lateral da carroceria, colocou-se uma cadeira na calçada (passeio, dizia-se em Lavras) e com a ajuda de alguns o passageiro conseguiu alcançar a carroceria. O menino, com apenas uns sete anos de idade, olhava tudo com curiosidade e achou graça quando chegou o bonde e pôs a tocar a sineta para que desobstruíssem os trilhos. Não teve escolha. Interrompeu-se a operação de embarque, fechou-se a tampa lateral da carroceria para não resvalar na roda traseira, retirou-se a pesada cadeira de madeira e manobrou-se o caminhão. Aguardou-se o elétrico ir até a Rua Melo Viana e retornar em poucos minutos, pois descendo para a Estação levaria pelo menos uma hora para ali passar novamente. Na volta, já descendo a rua em direção à esquina com Chagas Dória, o motorneiro Cirilo acenou para o Sr Quincas e Sr Anízio que estavam na calçada. O cobrador, Gerson, de cara fechada não tirava os olhos da meninada para ver se eles iriam pegar carona no estribo, sem pagar, como gostavam de fazer. Caso o fizessem estava pronto para afugenta-los. Nada disso aconteceu, pois outra festa melhor os aguardava na fazenda do Sr Quincas.

A viagem até a fazenda Ribeirãozinho levou quase uma hora e a criançada adorou. Pela antiga estrada de terra, sinuosa e íngreme, que ligava Lavras a Nepomuceno, lá fomos nós levantando poeira, passando pelo posto fiscal do Passa Vinte. É, Lavras já teve sua vida medieval, pois em frente ao antigo Asilo havia uma barreira fiscal, com cancela e guardas, para autuar fazendeiros e viajantes sem a guia fiscal. Fazem-nos lembrar das cidades medievais europeias, principalmente Paris com seus inúmeros “portões” de defesa e coleta de impostos. Ainda hoje conserva os nomes como a Porte de Clinangcourt, onde há uma estação do metrô e o famoso mercado das pulgas, uma espécie de comercio semelhante ao da Rua 25 de Março em São Paulo. Prosseguindo a viagem ganhava-se a Rua do Capim, seguindo-se o Gato Preto, Queixada e Dessimoni, onde se atravessava a ponte de madeira sobre o ribeirão Água Limpa. Naquele tempo a água era limpa mesmo, pois até o Carnot de Pádua, fazendeiro e também jogador da Olímpica bebeu de sua água e não teve doença alguma. É verdade que foi forçado a isto quando sua caminhonete derrapou nas tábuas molhadas pela chuva e  tchimbum... caiu no ribeirão. Meu pai e camaradas da fazenda Ipê, de Francisco Dessimoni, o socorreram. Felizmente nada sofreu além de provar da água. Mas, continuemos a viagem. Passada a ponte, o caminhãozinho do Sr Anízio subiu o morro do Cruzeiro daquela fazenda e lá no alto da colina, a três quilômetros das Três Barras, rumou à esquerda por uma estrada secundária. Logo adiante, próximo ao ribeirão Maranhão, estava a fazenda do Sr Quincas.

 Ele adorava as crianças e durante todo o tempo foi nos contando histórias. Uma, especialmente, ficou gravada na memória dos meninos, pois além de bem rimada e engraçada, tinha uma palavra que as mães nos proibiam de falar. E, pela lógica, se um adulto falou e declamou... a criança também poderia fazer o mesmo. Com seu vozeirão de barítono recitou para a meninada que foi ao delírio:
Atirei o limão doce na janela do palácio
Deu no ouro, deu na prata
Deu na bunda da mulata...

 Ninguém conseguiu falar mais nada. Foram gargalhadas ecoando até o final da viagem. Nem mesmo as sisudas tias puderam conter o riso, pois não se esperava que aquilo pudesse partir de tão honorável senhor. Os meninos faziam questão de encara-las, como a dizer, então a senhora acha graça também, não é? Era a senha que precisávamos. A partir dali quando queríamos provocar as tias autoritárias recitávamos o poema do limão doce e ainda provocávamos: foi o Sr Quincas que nos ensinou. Acabava com qualquer sermão. Sr Quincas Guimarães deve ter feito muita festa quando chegou aos céus. Temperamento alegre e entretido com as histórias que contava naquela viagem cercado de crianças, não se deu conta de que esteve sentado no assoalho da carroceria com as pernas cruzadas sob os joelhos. Essa típica posição de meditação lhe provocou cãibras, mas foram logo dissipadas ao chegar à fazenda. Um grande amigo da família e ótimo contador de causos que sabia cativar as crianças.

 Esses caminhõezinhos de Lavras fizeram história. Falamos de dois deles. Há ainda um terceiro, fabricado em 1951, mais moderno, com para-choque cromado e que pertenceu a Pedro Correa Rezende. Mais valente, pois fazia longas viagens anuais de Lavras a Londrina, para onde se mudou em 1955. Eram mais de 1.000 km com toda a família na carroceria, onze filhos. Mas essa é outra história. Sobre aquele, focalizado nas histórias de hoje, o menino andou por muito tempo em sua carroceria e enfrentou situações mais diversas possíveis. Ajudou a transportar bezerros para o leilão da festa de São Sebastião ao lado da Igreja Mariz, passou por atoleiros, colocando e retirando correntes nas rodas traseiras e muitas outras situações. Mas e o acidente anunciado no título desta crônica? Bem, a foto despertou lembranças não só de bons eventos, mas também de um lamentável acidente acontecido com o menino. O retorno de sua primeira grande viagem foi no caminhãozinho de seu avô. Levou umas três horas para chegar à Lavras. Saiu da cidade de Varginha, naquele mês seco, de maio de 1950, tomou a estrada de terra para a vizinha Carmo da Cachoeira. Desta pegou o ramal em direção à serra da Bocaina, entroncando-se à estrada de Lavras para Três Corações, antiga rota para o sul de Minas em direção à São Paulo e Rio de Janeiro. O traçado dessa estrada intermunicipal era muito sinuoso, por entre serras e córregos, em leito mal encascalhado. Passou pelo Faria, Serrinha e chegou às proximidades da Estação Costa Pinto já em Lavras. Trechos muito acidentados, especialmente na garganta da Serra da Bocaina, mas, felizmente o valente caminhãozinho deixou só poeira para traz. Na boleia o avô dirigindo o próprio caminhão, o pai, a mãe e o menino com um enorme tampão sobre olho direito. Parecia não se incomodar com aquilo, nem mesmo com as lágrimas disfarçadas da mãe, que sabia de toda extensão e consequências do acidente que sofrera uma semana antes. Ali, em pé na ampla cabine, apoiado no painel, entre o pai e a mãe, se maravilhava com as paisagens nunca vistas, especialmente a travessia do Rio do Cervo em precária ponte de madeira. Belas fazendas e gado deitado na pista não faltavam. Admirava ainda as “enormes” serras na região do Faria e da Bocaina. Finalmente, depois da Serrinha e do Charquinho, cruzou a linha férrea da RMV e a poucos metros adiante avistou sua casa, única e destacada na grande chácara que ocupava todo o terreno onde hoje se situa o bairro Cruzeiro do Sul. Estava, finalmente, em casa onde tudo começou.

Não se pode dizer que não houve nenhum incidente naquela viagem. O menino quase provocou um incêndio no caminhão. Curioso e entretido com o interruptor do pisca alerta das setas laterais, que ficava em cima do painel, bem à sua frente. Ligava e desligava o dispositivo várias vezes seguidas só pelo prazer de girar a chave borboleta e ver a luz vermelha piscar na parte superior do interruptor. Isto provocou superaquecimento da fiação que começou a enfumaçar sob o capô. Uma parada rápida e logo se corrigiu a pane com o isolamento e consequente interrupção da corrente elétrica naquele circuito. Ninguém percebeu “a origem/causa” do malfeito. Melhor para o menino que, calado e comportadamente permaneceu pelo resto da viagem já bem próximo à chegada.

Passada a alegria do reencontro com os familiares, abateu-se um sentimento de tristeza com a notícia de que o menino havia perdido a visão de um dos olhos naquele acidente que motivara a imediata viagem à vizinha cidade. Mas, afinal que acidente foi esse? Com o caminhão do avô? Não! A noitinha de outono acabara de chegar. As crianças, especialmente as irmãs mais velhas, se divertiam com brincadeiras de leitura de poesias de Olavo Bilac, Guilherme de Almeida, Coelho Neto e demais clássicos repassados pelo Colégio de Lourdes. O menino, de cinco anos, recortava figuras da revista O Cruzeiro, presença constante nas casas de família dos anos 50. Deixou os recortes das figuras, firmou as duas pontas da tesoura, aberta, sobre a enorme mesa de madeira, colocou-a na vertical, pegou os cabos, um cada mão e disse para si: agora vou cortar a tábua da mesa. Ao colocar força, pressionando-a de cima para baixo, para que ambas as pontas penetrassem na madeira e a cortasse..., aconteceu o pior. A tesoura resvalou e uma das pontas atingiu o olho direito, pois o menino havia se debruçado ficando seus olhos no mesmo nível do deslocamento acidental. O choro súbito e estridente chamou logo a atenção da mãe que o levou à casa do avô, ao lado, onde se encontrava, casualmente, o experiente farmacêutico José Pedro de Castro, amigo da família e pai do ex-prefeito Silvio de Castro. Este pediu que elevassem o menino à altura do lustre da sala, cuja iluminação era muito fraca, pois a energia elétrica era bastante precária e contava apenas com a pequena usina hidrelétrica do Cervo, insuficiente para a demanda (a nova iluminação de Lavras só foi inaugurada por JK ,em novembro de 1955, com a energia da recém-construída hidrelétrica de Itutinga). Diante da gravidade da situação recomendou algum medicamento e imediato encaminhamento à cidade de Varginha onde havia um renomado especialista, o Dr Oswaldo Valladão. Aliviada a dor com algum medicamento, partimos naquela mesma noite, no dito caminhãozinho. Alojados em hotel da Av. Rio Branco, na praça central da cidade, caminhamos até o consultório médico que ficava logo atrás da praça, na rua Pres. Antônio Carlos.

O médico, Dr Valladão, nos chamou não sem antes de atender a um homem que chegara chorando com terrível dor de cabeça. O menino achara esquisito, pois nunca vira um homem chorar desesperadamente e perguntou à mãe por aquilo. Finalmente o médico examinou o menino e mandou proceder alguns exames oftalmológicos em diversos aparelhos óticos de luzes coloridas, do roxo ao amarelo citrino. Depois de uns três a cinco dias viria o diagnóstico. Enquanto isso o menino se deleitava com a nova cidade. Uma bela praça ajardinada a la anglais, como dizem os franceses, com marcações geométricas e árvores, geralmente uma espécie de fícus, recortadas e modeladas em forma de esferas, cubos, cilindros e outras formas. Ver o jardineiro podar aquelas árvores e o bonito gramado despertava grande interesse por ser uma novidade. Apreciar os garotos em seus patinetes descendo a calçada da praça em disparada era o que mais gostava, sobretudo quando eles trombavam uns nos outros e caiam. Gostou tanto que até arrancou uma promessa do pai, que ganharia igual quando chegasse a Lavras e melhorasse com os curativos da vista. 

Anos mais tarde, por volta de 1970, o menino-engenheiro voltou à aprazível cidade de Varginha, passeou pela praça, modificada é verdade, tomou um suco de laranja no local onde funcionara o velho hotel em que se hospedara. Contemplou a praça, fechou os olhos (aliás, bastava fechar um só, pois a visão do olho direito estava perdida desde quando lá esteve pela primeira vez) e passeou pelos escaninhos da mente revivendo aqueles momentos de criança ali vividos. A vida é bela. Pensou. O bonito e diferente jardim em estilo inglês nem existia mais. Mas, ainda assim, estava ali bem presente na sua mente, gravado de forma indelével, inocente e feliz. Para o menino nada de grave teria acontecido consigo. Só veio a compreender a gravidade do acidente, três anos depois, já na escola quando foi obrigado a usar óculos. Sofreu apenas um leve bullying por parte de um ou dois coleguinhas que o chamavam de “quatro olhos”. Depois, bem mais tarde, não pôde tirar brevê de piloto esportivo de pequenas aeronaves por ter visão monocular. E só! O menino de cinco anos estava certo. Esteve ali apenas para se deleitar com a novidade, com a beleza daquele jardim cheio de crianças com seus patinetes e que ao voltar para a casa ganharia igual. Além disso, a viagem no caminhão do avô foi o máximo. Só para ele. Nem as lágrimas da mãe fizeram-no desconfiar que havia perdido algo importante. Mesmo assim a vida é bela, concluiu, 20 anos depois.


Brasília, 26 de novembro de 2013


Paulo das Lavras

Anízio Gaspar, o avô que jogou futebol até os 70 anos

O jovem Luiz Boneco, no Fabril em 1954

Luiz, o 3º da esquerda, agachado. Campeão da Liga 
    Esportiva de Lavras, pela Olímpica, em 1957


 
Antonio Carnot de Pádua, no centro, agachado, também era jogador da mesma Olímpica. Na década de 1950 sua caminhonete derrapou na ponte de madeira e mergulhou no ribeirão Agua Limpa. O menino assistiu o acidente e o pai se apressou em entrar na água para socorrer o amigo Carnot, que nada sofreu além do susto

 




                                                                     Sr Quincas Guimarães, amigo da família
                                                                                   e passageiro ilustre


                                                                                           


E o bonde parou... e enquanto esperava a saída do caminhão alguém fotografou, de dentro dele

a Rua Francisco  Sales mostrando a janela da casa do Sr Quincas e logo abaixo a casa de João  
Arbex. Na esquina, o sobrado dos Estabelecimentos Záckia e residência de Jofre Avayou no  
         segundo andar.

       O Menino das Lavras pouco antes do acidente        

                       Os pais do menino das Lavras , com o irmão mais novo colo                       






















  

                                        


















9 comentários:

  1. Oi Paulo,
    gostei dos causos e casos. Muito bem pensados e escritos, em linguagem fácil. Gostoso de ler... e recordar de algumas coisas dos 'bons tempos', embora, pela narração e lembranças evocadas, eu seja um pouquinho mais novo. De 50. Parabéns! O Inconfidente Amigo, Serjão.

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    1. É verdade, Serjão. esses "causos", verdadeiros, diga-se, se passaram na década de 1950. Obrigado. Um abraço

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  2. Paulo, mais uma vez me fez voltar ao passado que me traz um sensação impar.
    O armazém do Sr Julinho era frequentado por mim e me lembro muito bem de todos os filhos inclusive da Janete.
    O Sr. Quincas Guimarães é irmão da minha vó Luci e portando tio de meu pai João Ferreira, que tinha um laticínio exatamente lá no ribeirãozinho onde eu ia acompanhando o meu pai. Tia Margarida a esposa do Tio Quincas também era fenomenal e boníssima..Saudades. . .
    Parabéns a voce e que DEUS proteja a sua memoria meu amigo.

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    1. Obrigado, João Andrade. O armazém do Julinho era famoso. Ali naquela pracinha tinha ainda o Bar Polar, com suas mesas de sinuca. Abaixo desse bar morava meu primo Ivan de Castro. A próxima casa, na Francisco Sales, era a de meu avô, a de nº 794. Agora existe um sobrado, que conservou o mesmo nº 794. Abaixo da casa de meu avô era a do Sr Antônio Correia, avô de Paulo Rezende, Rui Rezende, Nadir Rezende, Gil Alves Rezende, Cláudia Rezende, Pedro Resende Filho Resende, Vilma Rezende Frossard, Eni Rezende Rezende e Rejane Resende. Depois dos Rezendes havia a casa do Mário alfaiate e a proxima a do Sr Quincas, cuja janela aparece na foto. A última do quarteirão era a do Sr. João Arbex, avô de Kilza Arbex. Boas as recordações que você descreve do laticínio Ribeirãozinho. Passei algumas vezes por ali, acompanhando meu pai conduzido gado solteiro para as pastagens arrendadas no Faria. Eram três horas de cavalgada para se chegar dali até a estação do Faria. Bons tempos de menino cavaleiro e hoje apenas cavalheiro...rsrs. Um abraço.. Ah, ainda tenho um manga-larga marchador, lá chácara, gordo, roliço, liso e vadio que só, venha dar um repasse nele..rsrs

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  3. Não sabia, Paulo, que você perdera uma vista! Pelo que percebo, não fez tão grande falta, pois o sucesso está presente em sua vida e os belos textos estão aqui, para nosso deleite. O médico que o atendeu era grande amigo da família do Roberto. Também eu consultei com ele, depois de casada e, também com o filho, que tinha o mesmo nome do pai e o apelido de Ike. Este eu o conheci em Lavras. Convivi com ele e a esposa, frequentávamos sua casa. O casal morreu muito cedo, primeiro ela, ele poucos anos depois. Estivemos presentes a ambos os sepultamentos. Veja você, os textos nos remetem, a nós, leitores, cada qual para um mundo diferente e variado, segundo as lembranças que nos despertam... Sempre boas as suas crônicas! Um abraço, Maria Lúcia.

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    1. Verdade, Maria Lucia Cunha Carneiro. As reminiscências são assim, uma puxa outra. Logo em seguida eu soube pela amiga e sobrinha do médico citado, Maria José Valadão, que seu primeiro nome era Oswaldo.
      Que bom que você gostou. Obrigado.
      Um abraço

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  4. MEU AVO, SR. QUINCAS GUIMARAES, MUITAS SAUDADES, TIVEMOS MUITAS ALEGRIAS NESTA CASA, ERA TEMPOS BONS, INESQUECIVEIS

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    1. Sr Quincas foi uma figura memorável em Lavras. Todos os dias, ainda menino , passava a pé sob sua janela ou varanda e lá estava ele. Com seu vozeirão nos cumprimentava e perguntava pelos pais. Gostava das crianças, mandavam-nas entrar e tomar café ou comer guloseimas servidas pela dona Margarida. Sim, Hilton...inesquecivel.

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  5. Paulo, meu sitio é ao lado da antiga fazenda do Sr. Quincas! Assim como o senhor faço muitas cavalgadas em toda aquela região, inclusive no faria como você disse logo acima! Show de bola suas histórias! Um abraço! Meu bisavô era ali da comunidade dos Rosas, ele inclusive puxava o leite para o laticínio ribeirãozinho!

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