quarta-feira, 11 de novembro de 2015

As Redes Sociais e a Aprendizagem

Nunca é tarde para se aprender. Certa vez li uma belíssima história de idosa de 87 anos que se matriculou na universidade e formou-se quatro anos depois, conseguindo seu primeiro diploma. Incrível! Busque e leia na internet: Uma Lição de vida- Rose e se delicie com a história verdadeira. A mensagem final diz que “nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode provavelmente ser, se realmente desejar. Ficar velho é obrigatório, crescer é opcional”.

 Mas, aos 70, estou prestes a concluir um segundo curso na área de gestão da Educação a Distância. O primeiro foi há dez anos, sobre as plataformas educacionais da Universidade de Minnesota/Crookston, o estado das “águas cor do céu”. Com aquela plataforma pudemos instalar aqui em Brasília, numa faculdade particular, o primeiro curso de graduação a distancia no Brasil, reconhecido como tal pelo MEC. Agora, estamos estudando sobre a formação de tutores para cursos a distância, as diferentes tecnologias de informação e comunicação e em especial a escola de redes. 

Mas, quero falar hoje apenas sobre o aprendizado pelas redes sociais. E-mail, Facebook, WhatsApp, Twiter, Instagram e outros, inundam nossos dispositivos eletrônicos  móveis e os computadores de casa e do trabalho. E dá para utilizar as redes sociais na aprendizagem? Lógico que sim, tanto na autoaprendizagem como na aprendizagem formal, escolar de qualquer nível. Como utiliza-las na educação formal tem sido um desafio para os especialistas da educação. Eles procuram enxergar as redes sociais como ferramenta pedagógica que incentive a aprendizagem em ambiente virtual, trazido para a sala de aula presencial. Um dos problemas imediatos é o treinamento dos professores para uso das tecnologias de informação e comunicação – TIC. Sem isto é inútil equipar uma escola com todos os recursos tecnológicos, pois é necessário dominar as metodologias. Há que proporcionar a autonomia do aluno no aprendizado, de forma colaborativa. Isto porque o “ensino” está ligado à reprodução (repetez, repetez, toujour = decoreba), enquanto que a “aprendizagem” se liga à criação. Se sou um “aprendente” livre, a chance de tornar-me criativo é maior.

Bem, mas e nós aqui no FB? Os especialistas dizem que mais importante que todas as teorias educacionais é saber que quanto mais conectados estivermos mais condições teremos para aprender. É a chamada “conexão conectivista da aprendizagem”. Esta não se refere ao “cognitivismo” que está concentrado no conteúdo e na capacidade de enfrentar um desafio e resolver um problema. Ao contrário, está centrada na criatividade, na capacidade de se perceber problemas que ninguém percebeu, de propor novos problemas e soluções inéditas para questões que ninguém resolveu antes. Assim é comigo, se alguém posta algo sobre um assunto qualquer, como aconteceu recentemente sobre o trabalho anônimo do jardineiro e o valoriza, aquilo me chama a atenção e colo-me a refletir sobre o comportamento humano. Foi gratificante, logo em seguida, reprisar uma crônica que escrevi sobre o mesmo tema, havia uns cinco anos e receber um comentário que aquele comportamento descrito na crônica, em relação a jardineiros, porteiros e trabalhadores em geral, mudou o modo de agir do leitor. Quer prova maior do aprendizado em redes sociais?

Há especialistas estudando os impactos das redes sociais e eles afirmam que a exigência da sociedade em rede é que se tenham mentes cada vez mais criativas e nesse novo processo conectivista a interatividade é muito importante. Deve-se utilizar ao máximo a interação entre indivíduos para que se obtenha o melhor no ambiente conectivo. Quanto mais conectados, interativos e livres no aprendizado, maiores serão nossas potencialidades inovadoras e criativas.

Defensor que sou da educação continuada, presencial ou à distância, tenho para mim que as redes sociais são uma das melhores fontes de aprendizado. Nelas há a diversidade de ideias, correntes políticas, religiosas, esportivas e tudo mais que compõe o ambiente social. Aqui no Facebook, por exemplo, tenho amigos e amigas jovens e idosos, solteiros e casados, estudantes, professores, profissionais liberais, empregados e empregadores das áreas públicas e privada, aposentados, pais e avós, religiosos de todos os credos. Há ainda os agnósticos e ateus confessos, militantes políticos das mais diversas tendências, enfim uma enorme variedade de perfis culturais e de diversos níveis de formação. Alguns estão sempre postando temas interessantes que contribuem para o nosso crescimento. Há outros que acompanham e curtem, interagem, opinam, mas há também os que apenas curtem e não opinam. Muitos sequer curtem as postagens e desses ficamos sem saber o que pensam, ou fazem.  É bem provável que nem leiam as postagens que inundam a rede. Não compreendo por que manter alguém em sua própria lista se ele mesmo jamais interage ou se interessa pelo perfil do outro.

O que importa é mesmo a variedade e profusão das matérias postadas pelos amigos da rede e, como estamos na era da “conexão conectivista da aprendizagem” cabe a cada um de nós selecionar o que lhe convém. É claro que as notícias e, sobretudo o reencontro de velhos amigos e familiares, que há séculos não os vemos ou falamos, tem uma importância e sentimentalismo enormes.

Então..., além do prazer de reencontrar amigos, você também faz uso das redes sociais para aprender? Com certeza que sim. Já estamos usando as redes sociais para a aprendizagem à distância e melhor ainda, trazendo-as para dentro da sala de aula presencial, na educação formal dos nativos digitais.

Brasília, 10 de novembro de 2015


Paulo das Lavras


Nativos digitais, de sete anos, tomam de assalto meu escritório
             doméstico.  Não basta o computador, usam com mais frequência
tablets e smartphones. Respiram “bytes” e a menina usa dois
 dispositivos  eletrônicos ao  mesmo tempo. Como não usar essas
habilidades para a aprendizagem? 

Essa foto é de 2010, mas muito antes disso já usávamos as
 redes sociais no ensino de engenharia e no trabalho.
 No MEC, sempre conectado com as universidades e no
 Confea com os Conselhos Regionais, o Crea, em cada
 estado da federação e ainda com as entidades de classe
 de todo o país.


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