quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Colegas de escola – saudades que se renovam

 

 João Júlio recebendo um presente, a foto do que mais amava..., a família 
Foto: arquivos da família Santos/Internet


        Nossos colegas de escola marcaram nossas vidas. Afinal, passamos longo tempo juntos, alguns desde os primeiros dias de escola primária. Não poderíamos esquecê-los nunca, tal o grau de proximidade e interesses comuns que nos uniram ao longo da vida e justamente no período em que estávamos buscando nossa própria identidade. Talvez isto, a consolidação da amizade, do vínculo fraterno, fosse mais importante que as horas em sala de aula ou juntos em horas e horas de estudos e elaboração de tarefas escolares. Por isso, alguns deles tanto nos marcaram, quer pela gentileza, simpatia, humildade, dedicação, inteligência e tantas outras qualidades e às vezes até mesmo as dificuldades naturais da vida de estudante, às voltas com matéria “chatas” ou de difícil assimilação e que estávamos sempre a nos ajudar mutuamente. Mas, chega-se à última formatura, na faculdade e nos separamos em definitivo, cada qual em seu novo rumo..., profissão, família , mergulhando em seus próprios sonhos, tornando-se independentes, em outro mundo social. Outro mundo social? Sim, outro ambiente, longe daqueles colegas que sempre o acompanhavam e ali estavam para o bem ou... para as eternas gozações próprias de amigos que têm camaradagem, companheirismo. Ah..., tempos bons, nos lembramos hoje, com muita saudade, 50 anos depois. Que saudade matadeira que faz derreter nossos corações. Quanta ternura na alma, relembrar os doces tempos e as figuras do colegas, sempre a sorrir e prontos para lhe “pegar” em algum escorregão, falha, que serviria de piada a semana inteira.

            Tempus fugit, diz o  clássico ditado... o tempo voa,  e de repente nos damos conta..., caramba, já são passados 57 anos de nossa formatura na faculdade! E onde estão os colegas? Nem éramos tantos..., apenas 30 formandos na turma de Agronomia/1967 da velha e hoje centenária ESAL/UFLA. A cada cinco anos nos reunimos e revivemos aqueles bons tempos. Famílias crescidas, com netos e bisnetos,  alegrias e bençãos que Deus nos envia para  prolongar nossos dias de glória na Terra. Encontro de irmãos que exala, transpira alegria, contentamento e gratidão por termos sido tão gratificados ao longo de nossa existência e em especial durante aquele tempo de convivência sadia com os colegas de escola, ali reunidos, a apresentar-nos suas famílias com a maior alegria e orgulho do mundo e ainda nos contando sobre seus sucessos profissionais. Que benção!

            Mas, infelizmente, ao longo desse quase sessenta anos que separam a nossa formatura e despedida escolar, temos também recebido duros golpes com o passamento de queridos colegas, aos quais sequer pudemos dar um último adeus. A distância, quase sempre, nos impede de chegar a tempo e temos que nos contentar com a solitária reflexão e dor do luto. Foi assim, justo no dia de meu aniversário, sem nenhum aviso prévio, apareceu na tela do celular uma mensagem com o obituário e convite para o velório do nosso doce, o mais gentil e prestativo colega de faculdade, aliás desde os tempos de colégio em Lavras: João Júlio dos Santos. Duro golpe, dor lancinante no coração... Lá se foi o mais doce dos colegas, aquele que estava sempre a sorrir e a nos levar a passear em sua linda, charmosa e histórica perua  Chevrolet ano 1929, conhecida por Tereza. Ah, meu caro João Júlio... , seu lago sorriso, como naqueles passeios, desfilando alegremente pelas ruas de Lavras na “nossa” Tereza , patrimônio carinhoso e zelado por todos nós, ficará eternamente em nossas memórias..., a sua alegria contagiante, finesse no trato e amor fraterno.

Que Deus nos conforte a todos, especialmente à sua querida família, ali  na cidade dos Perdões, vizinha a minha cidade natal.

 

Brasília, 06 de abril de 2024

 

Paulo das Lavras


 
Formatura do 3º ano Científico. Colégio N.S .Aparecida- Lavras, 1963 
Foto: do autor

 




Desfile de 7 de Setembro de 1963 (João Júlio à direita, último, 
próximo ao carro e Paulo Roberto, fila à esquerda, o segundo) 
Foto: do autor, cedida a Renato Libeck

 

  


 
Turma do 2º ano de Agronomia ESAL/UFLA – 1965. João Júlio é o terceiro assentado, 
 da esquerda para a direita. O primeiro da direita, em pé, é o autor, Paulo das Lavras 
Foto: do autor, 



 Modelo da perua Chevrolet -1929. A nossa “Tereza” 
Foto: internet




 João Júlio e Tuta (esposa) em evento social. 
Foto: arquivos da família Santos/Internet


 
Sem nenhum aviso prévio, apareceu na tela do celular 
 a mensagem acima. Duro golpe











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