terça-feira, 1 de novembro de 2016

Dia de Finados - amor e gratidão

A morte é onde mora a saudade... Foi preciso uma criança de três anos perguntar, às 06:00h da manhã, para o pai que ainda dormia, “Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?”, para que ele entendesse que a morte é onde mora a saudade.... Dizem as escrituras sagradas: “Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer”. A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A “reverência pela vida” exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir.

Quero, como Rubem Alves, autor das palavras acima, que a morte, quando chegar minha vez, seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs, tal qual aconteceu com meus pais, mesmo que para ela tenha sido aos 49 - quarenta e nove anos de idade e ele aos 101- cento e um anos de longa e plena saúde. Portanto, é preciso que olhemos a morte diferentemente daquele medo que nos cerca, pois também é uma fase da vida, a última. Feliz daquele de nós que teve a chance de cuidar da vida de um ente querido que se preparava para partir. Sempre carregará o seu amor, condoído e dolorido demais, é verdade. Mas esse amor ausente tem nome: Saudade..., porque está ausente e não volta mais..., porém, é apenas uma ausência física, pois aqueles que amamos estão para sempre em nossos corações.

A Vida é a senha da felicidade. É curta, por isso ame-a, cultive amigos e os entes queridos. Devemos viver cada dia como se fosse o último, alegre, feliz consigo e com todos e nem pensar na tal da traiçoeira morte. E uma boa maneira de se fazer isto é conviver com as crianças e os jovens, nossos alunos. Eles nos renovam a cada dia. E hoje, cultuemos, sim, a lembrança, a saudade dos entes queridos, mas com a certeza e a alegria, conforto da alma, que os amamos a seu tempo e fomos amados por eles.

Um abraço aos amigos neste dia de reflexão e de gratidão aos entes queridos que nos deixaram. Sempre que acompanho um amigo no adeus final, levo uma rosa vermelha, símbolo do amor, da gratidão. É assim que encaro a partida ao final de uma vida. Fiz questão de repetir o ritual diante de um, dentre 10 mil túmulos dos valorosos soldados que tombaram no fatídico Dia D, do desembarque na Normandia, na França, durante a Segunda Grande Guerra.

Brasília, 02 de novembro de 2016


Paulo das Lavras

 
Uma rosa vermelha para os entes queridos que nos deixaram.
Símbolo do amor e gratidão pela vida compartilhada. Saudades 


A morte é onde mora a saudade... Gratidão aos entes queridos e também
à aqueles que deram sua vida por nós.
Cemitério Americano da Normandia- França


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