terça-feira, 26 de julho de 2016

Dez mil Ipês florescendo em Lavras...

Nos meses de julho e agosto florescem os ipês. Primeiro vem o ipê roxo, como aquele belíssimo em frente à Escola Firmino Costa. Depois chegam os amarelos, o branco e o rosa, quase sempre nessa ordem. São maravilhas que deslumbram nossa vista. Lavras, conhecida no passado por Terra dos Ipês e das Escolas, vem perdendo essa posição de destaque nas Minas Gerais. Um giro pela internet e vemos que muitas outras cidades mineiras ostentam seus ipês como pontos de atração para o turismo. Belo Horizonte, Varginha, São João Del Rei, dentre outras se destacam nas redes sociais. Isso sem contar Guaxupé, que já se auto intitula “terra do mel, do leite, do café e dos ipês”.

Mas, e nós, o que temos feito em relação aos ipês? Excetuando os cuidados na preservação das árvores já existentes, pouco temos feito para honrar o lema criado por Jorge Duarte. É verdade que no campo educacional, temos feito bonito. Aí estão a Ufla, o UniLavras, a Fadiva, Fagammon e outras escolas superiores além de inúmeras e tradicionais escolas de ensino fundamental e médio. Fazemos história desde 1720, quando chegaram os primeiros exploradores dos campos das lavras do funil. A igreja do Rosário é de 1724, a primeira escola, que funcionou nessa igreja, iniciou as aulas em 1783, há exatos 233 anos. Temos história com as Escolas e com muita honra pelos êxitos e isso é inegável. Temos mais de 30.000 alunos matriculados na cidade. Mas, porém, todavia, entretanto, contudo, não obstante, até porque e ainda assim... (ufa!), estamos perdendo terreno no tocante aos ipês.  Por isso, lanço aqui um desafio aos lavrenses, suas lideranças, para iniciarmos um projeto de plantio de 10.000 (dez mil) pés de ipê. Sim, dez mil, ao longo da rodovia 265, desde o trevo da Fernão Dias até a sede do Parque de Exposições, pouco depois do antigo aeroporto, numa extensão aproximada de 16 km. Também a Rodovia Zito de Abreu, que liga Lavras à Ribeirão Vermelho, com seus 9 km, merece o mesmo tratamento paisagístico. Seriam, portanto, 25 km de vias, além das principais ruas e avenidas da cidade. Amarelo de um lado, florido em agosto e roxo do outro, com as flores pujantes no mês de julho, tal qual se apresenta agora em toda a região..

Que a nossa cidade tem um acervo cultural invejável e belezas naturais mais que elogiadas, incluindo as mais belas mulheres de Minas Gerais, isso é inegável. Nesse último quesito, por exemplo, lembro das palavras de JK e também de seu secretário particular, Carlos Murilo Felício dos Santos, que recentemente esteve em Lavras para lançamento de seu mais novo livro sobre o ex-presidente da República. Para ambos, as moças mais bonitas de Minas Gerais são de Lavras. Da mesma forma se expressavam inúmeros outros visitantes e estrangeiros, que acompanhei à cidade em várias visitas à Ufla. Mas, por que não cuidarmos também da beleza paisagística que dá suporte ao lema de nossa terra? Plantemos ipês, muitos ipês, um para cada aluno matriculado e teremos então 30, 40 ou 50 mil árvores floridas em amarelo, roxo, branco e rosa. Porque não? Aqui em Brasília temos 140.000 pés de ipês distribuídos em toda a cidade. São 40.000 só de amarelos que estão começando a florescer, na sequência dos roxos que estão terminando a belíssima floração e que, agora, colorem o chão com suas pétalas formando um tapete carmesim. Maravilha, puro êxtase!

           Quero chegar à Lavras e ter o prazer de ler uma baita placa, um belíssimo outdoor fincado no trevo da Fernão Dias: “BEM VINDO À TERRA DOS IPÊS E DAS ESCOLAS” e entrar numa rodovia multicolorida, de mais de 12 km.  Minhas férias de julho/agosto serão passadas aí, sob o manto dos ipês floridos.... Estou sonhando?.... Acho que não! Ao contrário, acordei para a realidade de que estamos perdendo o título criado por Jorge Duarte (veja na internet a profusão de cidades que usam o ipê como atrativo turístico). O lema “Terra dos Ipês e das Escolas” é de autoria do jornalista e poeta Jorge Duarte, exaltando em poema as semelhanças entre as escolas e os ipês. Estes passam o ano inteiro despercebidos se preparando para as magníficas floradas de coloridos deslumbrantes nos meses de julho e agosto. Verdadeira festa multicolorida admirada, fotografada e cantada por todos da cidade, bastando ver nas redes sociais.  Também as escolas, segundo Jorge Duarte, à semelhança dos ipês, passam o ano inteiro preparando seus alunos, silenciosa e anonimamente, sem despertar a atenção para sua grande obra. No final do ano, então, começam as festas de formatura e a cidade se engalana para celebrar as vitórias. Só então aparece o resultado de um labor fecundo. “Os ipês florescem em agosto. As escolas florescem em novembro”, escreveu Jorge Duarte em seu poema de louvor aos mestres e à cidade. Belíssima analogia Escolas/Ipês. Façamos jus ao título de Terra dos Ipês e das Escolas, na sua totalidade.

Quem se habilita a apoiar a ideia de “reflorestar” a cidade com ipês? Vamos nessa? Veja, nas fotos a seguir, algumas rodovias enfeitadas com ipês amarelos e roxos. E diga para si próprio e externe sua opinião: É bonito demais! Vale a pena apoiar esse projeto. Eu acho. E você?

Brasília, 26 de julho de 2016

Paulo das Lavras

 
Ipê na entrada da cidade de Lavras.  
Foto dos arquivos de Renato Libeck


 
Estrada rural de Lavras. Alguém saberia localizar essa estrada?
Foto de Raimundo Danés – Agripoint, 1996, enaltecendo a Terra dos Ipês e das Escolas

 
Ipê em frente à janela do quarto onde nasci. Sítio Retiro dos Ipês - Lavras-MG


 
Cidade de Guaxupé-MG, autointitulada terra do mel, do leite, do café e dos ipês....
Lavras precisa cuidar para conservar seu lema criado pelo poeta Jorge Duarte



  
Rodovia, cidade de Ubiratã-PR  (foto: internet)


 
Rodovia não identificada     (foto: internet)


 
Avenida em Pato Branco- PR                (foto: internet) 



 
Descalvado- SP   (foto: internet


 
Belíssimo Caminho dos Ipês- Reserva Ambiental da EMBRAPA Suínos e Aves- SC
(foto: internet)


 
Estrada rural  com ipês roxos . 
  (foto:internet


 
Um ipê na cidade onde moro. Colírio para os olhos. Aqui são 140.000 ipês. Brasília-DF



 
Um ipê que plantei em minha chácara – Brasília




O Ipê de Rubem Alves, o poeta que tinha raízes em Lavras. Ele sabia porque amava os ipês. Dizia
 que as flores são a face visível de Deus, pois alegram a alma.














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