domingo, 26 de julho de 2015

Dia do Engenheiro Agrônomo

Neste 12 de Outubro celebra-se o Dia do Engenheiro Agrônomo. Esse dia foi escolhido por se tratar da data de regulamentação da profissão, conforme Decreto nº. 23.196, de 12 de Outubro de 1933. Essa regulamentação antecedeu a criação do sistema CONFEA/CREA, que só ocorreu dois meses depois, em 12 de dezembro daquele ano.


Sobre a importância desse profissional na sociedade. O ex-ministro Roberto Rodrigues disse:

 
Não há ovo de Páscoa sem plantador de cacau, não há      vestido de seda sem plantador de amoras, não há cabos e pneus de      borracha sem plantador de seringueira, não há papel sem plantador      de árvores, não há cerveja sem plantador de cevada, vinho sem      plantador de uva, não há calça jeans sem plantador de algodão, não      há sapato e bolsa sem o pecuarista, não há etanol sem cana, não há      pão sem trigo, óleo sem soja, manteiga sem leite, não há vida sem a agricultura...”.

 
E nesse contexto, o Engenheiro Agrônomo é o profissional que cria as tecnologias tornando a agricultura capaz de suprir alimentos para os sete bilhões de habitantes do planeta e demais produtos usados no cotidiano. Assim, nada mais justo do que lembramos, neste dia, daquele brasileiro premiado com a maior comenda mundial na área de alimentos: o Engenheiro Agrônomo Alysson Paulinelli, que recebeu o The World Food Prize- 2006.

 
O mundo atual deposita muita esperança na capacidade do Brasil de suprir as necessidades de alimentos para os seus sete bilhões de habitantes. Normam Borlaug, cientista ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1970, considerado o Pai da Revolução Verde, disse, depois que conheceu o cerrado brasileiro, que o país estava fazendo o contrário do mundo que apenas esgotava os solos, derrubando florestas e plantando cereais. Aqui, continuou o cientista, recuperavam-se os solos pobres do cerrado, fertilizando-os, tornando-os capazes de produzir economicamente graças à competência profissional dos brasileiros. Deve-se explorar o solo sem degradá-lo e para tanto foram desenvolvidos estudos científicos e tecnologias adequadas para as condições de clima, solo e biodiversidade nas diferentes regiões geográficas de nosso país. E Alysson Paulinelli foi o pioneiro nisso com o desbravamento dos cerrados. Desbravou o cerrado mineiro quando foi Secretário de Agricultura em Minas Gerais. Grandes projetos se instalaram nos cerrados, especialmente da região do triangulo mineiro, com expansão da cafeicultura, soja e outros grãos irrigados. Mais tarde, como Ministro da Agricultura, de 1975 a 1979, criou um grande programa nacional para apoio ao desenvolvimento da agricultura nos cerrados de todo o país, o Polocentro. E o resultado todos sabemos... recordes de produção e produtividade agrícola e grande competitividade nos mercados internacionais de grãos, frutas e carne.
 

Mas, o Engenheiro Agrônomo Alysson Paulinelli, ou Paolinelli, como é grafado hoje em função de recente mudança da grafia, fiel às origens de seus ancestrais italianos, foi apenas isso? Bem, esse grande feito, o desbravamento do cerrado, bastaria para torna-lo mundialmente conhecido e merecedor da maior honraria, o Premio Nobel da Agricultura, a Medalha de Ouro Normam Borlaug. De fato, em 2006 esse eminente profissional foi agraciado com aquela importante medalha de mérito, chamada de “The World Food Prize”. Interessante que além da conquista dos cerrados, consolidou a EMBRAPA e para lá levou, em 1975, um grande pesquisador, o Engº Edson Lobato que, aliás, também recebeu o mesmo prêmio que Paolinelli. Mas, este não parou por aí, pois antes, em Lavras, segundo os historiadores, foi o dinamizador da velha Escola Superior de Agricultura de Lavras – ESAL, hoje Universidade Federal de Lavras. Evitou o seu fechamento em 1963 e conseguiu, na qualidade de vice-diretor, que a mesma fosse federalizada em 23 de dezembro de 1963. Tive o privilégio de ter sido o primeiro dos vestibulandos de agronomia do primeiro vestibular federal, de janeiro de 1964. Depois tornou-se diretor, construiu o novo campus, inaugurado em 1970, onde se situa hoje a UFLA. Também por isso tem sido agraciado frequentemente pela UFLA e pela comunidade lavrense. Inúmeros são os seus galardões. Sou grato a esse profissional que tanto fez pelo país.

 
O Brasil orgulha-se de seus profissionais Engenheiros Agrônomos!

  

Brasília, 12 de outubro de 2014

  
Engº Agrº. Paulo Roberto da Silva
 
 

  
 Prêmio Nobel da Agricultura – 2006, recebido em Nova York

 

 
A produção de alimentos no Brasil teve um crescimento extraordinário, graças aos avanços tecnológicos proporcionados pelos profissionais da área, com destaque para atuação do Engenheiro Agrônomo.

 

 
 

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