terça-feira, 14 de outubro de 2014

Joana Barbosa de Souza, elegante professora, dona das entrequadras de Brasília

(Crônica com 234.918 acesssos até 31/12/2023 - Blogger/Estatisticas)

Hoje, 15 de Outubro, Dia do Professor rendo minhas homenagens a uma professora incomum. Uma professora de piano, também graduada em Agronomia e Comunicação Social. Uma professora que tem o “domínio” particular de uma enorme área urbana de Brasília. Seus domínios se iniciam pelos edifícios do Banco Central, passando pela Polícia Federal, no Setor de Autarquias Sul até as Superquadras residenciais 209/409 Sul. Algo como uns 3,6 km de extensão por 600 metros de largura, ou 216 hectares. Área extremamente grande para sua residência e sala de aula. Por isso essa professora é também extremamente incomum. A inspiração para escrever sobre ela partiu da publicação de suas fotos e algumas indagações por parte de uma amiga, fotógrafa de grande sensibilidade, Vanessa Ottoni. A personagem em foco, Srª Joana Barbosa de Souza, vive a percorrer as ruas da Asa Sul de Brasília, onde mora e sempre levando a tiracolo seus poucos pertences. Entre eles alguns livros que se dispõe a vender. 

 Dona Joana, como a chamamos carinhosamente, é mesmo tudo aquilo que dizem os blogs que pesquisei (citados ao final), como também os comentários neles adicionados com muito amor. Por razões desconhecidas, causadas talvez por algum transtorno, abandonou a família, em Macaé e se fixou em Brasília há mais de uma década. Não tem moradia, vive só ao relento e se abriga onde pode. Sua família tentou em vão mantê-la ao lado, mas infelizmente não conseguiu. Percebe-se, logo ao primeiro contato, que ela é culta, refinada e inteligente, tal qual a descrevem os familiares e “amigos” ao longo de seu extenso território. Melhor foi mesmo saber, agora nas releituras dos diversos blogs, que é graduada em agronomia, minha profissão. Penso que, então, terei mais “assuntos” para estimular a conversa. Vejo-a quase que diariamente pelas redondezas das quadras 206/207 e 406/407 e às vezes acampada, durante o dia, sob alguma árvore no gramado do Eixão Sul. Não sabemos onde ela se recolhe à noite, mas é comum encontra-la bem cedo às 07:00 horas e quando próximo à rua comercial, oferecemos para pagar-lhe um café da manhã completo. Invariavelmente recusa-se a entrar na padaria e diante de nossa insistência, às vezes aceita apenas R$2,00 (quantia estipulada por ela), dizendo que mais tarde tomará o café. Respeitosamente atendemos seu pedido.

O retorno à Brasília
Recebemos com muita tristeza a notícia de seu atropelamento, ocorrido no dia 02 de julho de 2012, em frente ao supermercado Pão de Açúcar, na entrequadras 406/407 Sul. A notícia chegou-nos dia seguinte pela crônica de Conceição Freitas, do jornal Correio Braziliense (anexo o link do blog da jornalista e sua crônica). Alguns dias depois seu familiares souberam e vieram busca-la. Recuperou-se totalmente, mas de novo “fugiu” de volta para Brasília. Ficamos muito contentes ao revê-la nos mesmos lugares que antes frequentava. Seus cabelos de longos cachos grisalhos estavam de volta.  Não aparentava nenhuma sequela, mas continuava arredia do mesmo jeito. Certa vez, nas proximidades do Banco do Brasil, da Quadra 406 Sul, eu e a esposa a cumprimentamos e após rápida conversa ofereci-lhe uma cédula de 10 reais para um lanche. Diante de nossa insistência ela acabou aceitando. Mas, sacou de sua sacolinha de supermercado dois livretos religiosos e nos entregou dizendo que ela os vende para ajudar uma amiga. Imaginamos que a “amiga” deveria ser uma alma bondosa que, dessa forma, encontrou um meio para “remunerar” a nossa Joana e assim garantir-lhe que tivesse alguns trocados. 

Assim é a Dona Joana, querida da família, especialmente de nossos netinhos. Certa vez, de dentro do carro o netinho de apenas cinco anos gritou: “vovô, olha lá aquela velhinha dos cabelos compridos, vamos comprar um lanchinho para ela?” No comercio e no próprio supermercado, todos, invariavelmente, gostam de falar sobre ela e abrem largos sorrisos. Ah... ela frequenta o supermercado, mas nunca deixa ninguém pagar sua pequena conta na fila do caixa... Eu mesmo já tentei isto. Até que aceitou, mas imediatamente voltou atrás, agradeceu, tirou seus trocadinhos e pagou a continha, deixando-me um pouco triste, mas respeitoso em relação à sua atitude.

O amor ao próximo
Nunca vi comportamento coletivo assim, de amor tão explícito a essa figura que se destaca em nosso meio. Na época do acidente, não havia quem não se compadecesse e agora após seu retorno, o carinho de todos nós aumentou para com ela. Não sei se isso pode servir de conforto para seus familiares, mas uma coisa é certa: Dona Joana faz parte do nosso dia-a-dia e é muito amada. Constantemente paramos o carro para um bom-dia e perguntar-lhe se está precisando de algo que possamos ajudar. Sempre agradece e diz que está tudo bem. Uma alma bondosa, tranquila, culta e refinada. Apesar de todas as dificuldades pelas quais passa na dureza das ruas, ela consegue mostrar brilho nos olhos. E quando falamos dela, as pessoas sempre se alegram e dizem: muito elegante, educada, discreta. São pessoas como ela que Deus coloca diante de nós para testar nossos sentimentos e proporcionar a oportunidade de exercitar o amor, aprender e ensinar os valores às crianças. 

Hoje, Dia do Professor, nada melhor do que falar de uma professora incomum. Joana Barbosa de Souza é assim! Que Deus a proteja nas ruas de nossa capital e que as crianças e todos nós cuidemos dela com muito respeito.

Brasília, 15 de outubro de 2014

Paulo das Lavras


Nota: blogs sobre Dona Joana:




                    Dona Joana em Brasília, retratada pela fotógrafa Vanessa Ottoni. Olhar altivo
 



                                           Dona Joana, sempre arredia à oferta de ajuda, porém educada e culta




81 comentários:

  1. Tenho pensado muito nela ultimamente. Converso com ela todos os dias. Ao final da tarde, ela fica encarando o nada em frente a um prédio que fica ao lado do meu. Ela costuma interagir, já conversamos sobre assuntos diversos. Mas ás vezes ela não conversa comigo de jeito nenhum, fecha a cara e parece que nunca nos vimos na vida. Ela já me pediu, em momentos diferentes, um real, café, água, biscoitos doces, almoço e um cobertor. O cobertor ela recusou e eu tive de trazer de volta pra casa, rsrs. Não entendo o que acontece que ninguém consegue ajudar a dona Joana. De repente leva-la para se tratar, eu não sei, não entendo dessas coisas. Ela claramente não tem como responder por si, tinha que ter alguém olhando por ela, ela não pode ficar nas ruas, gente! É perigoso e tem muita gente maldosa por aí... Peço a Deus que ela fique bem e, dentro do possível, ajudo como posso, mas confesso que eu queria poder fazer mais por ela.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Aline Duarte, na tarde de ontem ao caminhar pelas quadras eu a encontrei e em situação de risco. Tentava atravessar justamente no meio do balão que separa as entrequadras 207 e 407 sul. Convidei-a a sair dali e expliquei o perigo. Ela sorriu e disse-me que estava vendo os carros. Expliquei que sim, mas o perigo é o motorista, que ao contornar o balão, está a olhar para o lado oposto e pode não vê-la. Saíu da área perigosa e perguntou-me se podia ajudá-la. Gostosamente dei-lhe algum dinheiro (e dessa vez aceitou) e recomendei que fosse tomar um café com pão de queijo. E ela foi ao bar, ao lado.
      Mas, a preocupação maior é quando ela atravessa as ruas, sem nenhum cuidado. apenas os motoristas mais atentos páram e aguardam que ela passe em qualquer lugar da rua. Uma pena.

      Excluir
    2. Bom dia Aline, já vi d. Joana várias vezes na porta dá padaria. Grande parte dos moradores de rua são portadores de esquizofrenia, pessoas que infelizmente surtam e nunca mais volta à realidade, tem lar e família mas não os reconhecem como parte da sua vida. Difícil tratar pois precisariam concordar em tomar a medicação necessária e mesmo assim , muitas vezes a médica não consegue fazer que voltem a si.

      Excluir
    3. Moro na 407 sul e a vejo constatemente. A princípio me chamou a atenção uma certa elegância no modo como se veste, uma certa organização de vestido bonito que dá aos trapos que recebe. Algo estranho e harmonioso. Seus cabelos brancos, coisa selvagem e civilizada. Sinto que há algo nela de imensa dignidade. Como se ela estivesse acima de nós. Como se ela soubesse algo que ninguém soubesse. Um espírito elevado. Uma lenda urbana. Ou quem sabe só mais uma moradora de rua, com suas grandes dificuldades. Talvez seja a impressão de desapego e o ar de superioridade. Essa imensa liberdade de viver a seu modo. Enquanto precisamos de casa, segurança, família, dinheiro no banco parece que ela só precisa de si e do mundo a sua volta. Provavelmente estou romantizando, sonhando. É isso, quando a vejo me pergunto se estou a sonhar, se ela é obra da minha imaginação. Mas vida na rua é dura. E De fato, ela é incomum.

      Excluir
  2. Eis uma figura humana enigmática. Há anos esbarro com ela pelas ruas de bsb. Apesar das vestes encardidas de andarilha sempre noto uma nobreza no andar e uma altivez no olhar

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O jeito altivo, como ela encara as pessoas, denota, mesmo, que ela é diferente.

      Excluir
  3. Gosto muito dela e assim como a Aline fico muito frustrada por não conseguir ajudá-la. Soube que dorme em uma igreja na Asa Sul, o que é um consolo, mas sempre me angustia vê-la atravessar entre os carros. Que Deus a proteja, sempre.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Esse é o problema, ela enfrenta os carros, pára no meio da rua e encara o motorista e as vezes até agradece... É muito perigoso

      Excluir
  4. Confesso que não conhecia a história dessa senhora, mas já a vi diversas vezes, e li o artigo com muito interesse, porque passei uma situação inusitada com ela.
    Certa vez eu estava em meu carro, e ela atravessou no semáforo, parou na minha frente olhou dentro dos meus olhos alguns segundos, de repente ela aponta o dedo pra mim é dá um grito mudo!
    Fiquei atônito, temeroso e curioso. Confesso que senti uma ponta de medo, pois era a primeira que a encontrava, e ela deve ter me achado parecido com alguém!
    Bom saber que ela é uma pessoa querida!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Comigo ela já fez isso, também. Só que foi no meio da rua que separa a 207 da 407. Ela fez um gesto, com o polegar, de agradecimento por eu ter parado o carro. Ela estava atravessando, parou no meio , deu meia volta, bem à frente do meu carro. Como eu já a conheço e sabia da sua imprevisibiliddade, foi fácil evitar o acidente.

      Excluir
  5. Já vi esta senhora, mas jamais imaginaria sua história. Foi ótimo ler a respeito, pois na próxima vez que a encontrar, farei o possível para ajudá-la ao menos com um lanche.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom, Iza Santos. Porém é preciso ter em mente que nem sempre ela aceita e precisamos respeitar isto. Posso dizer que de uma meia duzia de vezes que estive de frente com ela, inclusive em fila de supermercado (neste ela se recusou a aceitar que eu pagasse suas pequenas compras...rsrs), ela recusou-se a aceitar na metade das vezes. Mas, nas vezes que aceitou (quase sempre apenas dois reais, determinados por ela própria), a satisfação que nos invade é infinitamente superior. Descobri um jeito de ajuda-la sem constrange-la. Basta dizer que quer comprar um dos livretos que ela vende. Imediatamente os tira de uma sacolinha de supermercado e então aceita o dinheiro como pagamento, porém nunca além de dez reais.

      Excluir
  6. Eu tive a oportunidade de ve la eu fui babá nas entre guardar e sempre que passeava pela alamedas via está senhora sempre elegante e muito educada....... eu admirava o seu caminhar silencioso.... admirável... bacana a reportagem....

    ResponderExcluir
  7. Já a vi muitas vezes mas não conhecia a sua história. Sem dúvida, uma pessoa interessante.

    ResponderExcluir
  8. Bom, morei por 16 anos na 207 sul. Cresci vendo-a passar. Quando ia pra escola. Quando brincava com as amigas em baixo do bloco. No mercado. Ou sentada contemplando o nada. Sempre que tentei algum tipo de interação não obtive sucesso. Ela até se ofendeu uma vez que quis pagar sua compra no mercado. Nunca tive a felicidade de poder conversar com ela. Mas, sinto que ela sempre esteve presente. Ela fez parte da paisagem do meu dia a dia. Ela me viu crescer. Na verdade, eu que a vi enquanto crescia. Hoje com 30 anos fiquei tão feliz de receber o link e ler esse texto. Tantas memórias boas retornaram. Sinceramente, Dona Joana é um patrimônio cultural de vidas. Se ela soubesse. Talvez até saiba! Parabéns pelo texto! De verdade! Um grande abraço. Daniele Guilherme

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Daniele. A recusa em aceitar que paguemos sua continha no supermecado é característica dela. Muitos já passaram por isso, inclusive eu. Mas, entendemos a situação e nunca vamos deixar de ajudá-la (se ela aceitar...rsrs)

      Excluir
  9. Ela disse a uma amiga, que gostaria de cantar. De estudar canto.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ela já foi pianista, disseram seus parentes de Macaé.

      Excluir
    2. Você esteve com os parentes dela? Eu a vejo todos os dias... às vezes pede ajuda, às vezes nega, já foi rude com uma amiga da minha mãe que tentou conversar com ela... tão misteriosa pra todos... mas é uma figura que não nos passa medo algum e nem insegurança por viver nas ruas, pelo contrário, ela passa certa serenidade... sei lá...

      Excluir
    3. Não, Claudia, nunca estive com os parentes dela. Nossos contatos foram via redes sociais, sobretudo depois da publicação de minha crônica. Ela foi rude comigo uma vez, justamente no supermercado, mas foi porque eu insisti em pagar sua pequena conta, pois estávamos na mesma fila. Aceitou, mas bruscamente recusou e disse que ela mesma pagaria. Mas, como bem disse você, apesar de tudo, ela passa-nos a impressão de certa serenidade e devemos relevar e entender suas dificuldades.

      Excluir
  10. Uma vez me pediu 2 reais. Com a nota em mãos, olhava, olhava, olhava. De repente, me pediu para trocar a nota, porque o número de série tinha 666, o número da besta do Apocalipse.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. essa foi interessante...rsrs. Pelos relatos que li, ela tem mesmo a mania de examinar tudo minuciosamente.

      Excluir
  11. Fiz contato com o ministerio publico solicitando providencias para a sua protecao...mas ate agora nada. ..
    Ela tem familia na Bahia. Tambem fiz contato mas se negam a ajudar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Alexandre Ribas, sou marido da sobrinha de dona Joana e po favor não fale aquilo que você não tem conhecimento.Eu e minha esposa a hospedamos em nossa casa por 3 meses e o nosso desejo é que ela continuasse a morar conosco. Trouxemos ela de Brasília em uma ambulância particular, realizamos o tratamento com todos os remédios, fisioterapeuta, psiquiatras e todo tipo de auxílio necessário e inclusive gastamos recursos além de nossas possibilidades. Por um tempo enquanto ela tomava os remédios estava equilibrada emocionalmente, só que depois ela se negou a tomar a medicação e os sintomas de sua doença voltou. Infelizmente ela não desejou ficar conosco e desejou ir embora. Tentamos a internação mas as clínicas especializadas alegavam que se ela desejasse ir embora nada poderia fazer para mante-lá no instituição. Ela foi embora para Brasilia pq não desejava ficar com a família. Infelizmente ela devido a sua doença criou uma fantasia onde ela era perseguida por uma quadrilha que prometeu matar qualquer ente da familia que se aproximasse dela. Pagamos a passagem e mensalmente era enviado uma quantia em dinheiro para que ela pudesse se instalar em uma pousada. Passando algum tempo a mesma saiu da pousada e não sabemos o motivo. Não necessitamos lhe dar qualquer explicação, mas como você foi deselegante em achar que sabe de tudo e querer expor a família estou lhe respondendo e pedindo para que você tenha no mínimo o bom sendo de não expor assuntos que vc não tem conhecimento em sua plenitude. Vc não tem idéia da dor e sofrimento que esta situação causa em minha esposa que é sobrinha e foi criada pela Joana e essas suas palavras dizendo que a família se nega a ajudar. Infelizmente querido perdeu uma grande oportunidade de ficar calado!

      Excluir
    2. Nossa Márcio, nem consigo imaginar o sofrimento da família, mas senti muita verdade nas suas palavras. A muito tempo que vejo Dona Joana, aqui por Brasília. Mas ela não é a única. No lago mesmo aqui em Brasília tem um advogado que existe em viver na rua. A família leva ele ora casa,mas ele sempre foge

      Excluir
    3. Prezado Marcio Lopes, obrigado por se manifestar aqui. Podemos imaginar o quão doloroso foi e é para a família receber a noticia de um acidente com ela, vir à distante Brasília buscá-la e tratar da saúde dela e ao final não ter conseguido que ela ficasse com a família. Sabemos também do interesse da família em mantê-la em hospedagem digna, aqui em Brasília e a frustração por não terem tido sucesso. Li muitos relatos nas reportagens que tive acesso e por isso, me solidarizo com a dor da família.

      Mas, tenha a certeza de que aqui em Brasília, todos nós temos especial atenção e carinho para com ela. Até mesmo as crianças, como relatei na crônica, sempre querem ajudá-la, oferecer-lhe um lanche ou qualquer outra ajuda. Não faltará ajuda a ela, pois todos, como visto nos comentários, estão prontos a ajuda-la. E não somos meia dúzia, pois 230.000 (duzentas e trinta mil) pessoas já leram a história que contei neste blog. Um abraço de solidariedade a toda a família.

      Excluir
    4. Ele devia ser interditada civilmente. E internada em uma clinica. Obrigacao moral e legal da familia!!. Ela continua vivendo como mendiga inclusive com risco de vida nas ruas..

      Excluir
  12. Várias foram as vezes que a vi discursando para o nada, usando palavras cultas e com uma expressão inenarrável. Desconhecia a sua história, fico feliz em saber que todos a querem bem.

    ResponderExcluir
  13. A figura dela sempre me encantou, e mesmo passando sem parar, inventava pra ela coisas que vejo, tem todo sentido. Ela tem uma dignidade superior, uma inteligência que se percebe mais pelo seu silêncio, do que por qualquer coisa que possa dizer...

    ResponderExcluir
  14. Sou do interior de Minas e lá cresci vendo pessoas igual a ela, que moram na rua, andam sem destino e não fazem mal para ninguém. Alguém aqui nos comentários perguntou algo que achei interessante, será que é ela que precisa de ajuda? Quando eu vi ela pela primeira vez me encantei com sua atitude, parada em um espaço gramado entre o Pier 21 e a L2 sul. Ela contemplava algo e sempre imóvel e elegante.

    ResponderExcluir
  15. Gente, pelo amor de Deus, não tem nada de poético ou bonito nisso. A mulher tem um distúrbio psiquiátrico, alguma doença mental ( talvez esquizofrenia) e precisa de tratamento, sempre precisou. Sujeita a sofrer um novo acidente, quem sabe até fatal.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Isso mesmo!
      Povo viaja nessa história romantizada.

      Excluir
    2. E dopá-la com remédios seria uma solução? Seria confortável para quem?

      Excluir
    3. Uma vez estabelecido diagnóstico, existem caminhos legais, amparados por laudo médico psiquiátrico, para internação compulsória. Boa sorte a todos envolvidos

      Excluir
    4. Rafaela, quem falou em dopá-la? Tratamento psiquiátrico tem uma infinidade de tipos diferentes. Tratá-la é humanidade.

      Excluir
    5. Prezada Srª Cintia Batista.
      Obrigado pelos comentários. Concordo que nada há de poético ou bonito na história de dona Joana. E certamente devo ter culpa pelo texto, pois logo após cada frase em que falei do amor, do respeito a ela, eu não coloquei a lembrança de que tudo isso é grave, é triste, é ruim para ela e para nós próprios. Preferi mostrar a preocupação de todos para com ela, ou seja, puro amor, até mesmo das crianças – meu netinho queria de espontânea vontade “ir ao McDonald´s comprar um lanchinho para ela”.
      De minha parte a homenageei pelo Dia do Professor, nem tanto porque ela, de fato, foi professora, mas pela lição que nos passa diariamente nas ruas. Não vai nisso nenhuma intenção de escrever história romantizada, como aqui lembrado, mas, apenas uma história real, humana e que, a julgar pelos demais comentários, todos estão imbuídos do mesmo sentimento, de protege-la, como você própria também registrou. Não há porque pensar diferente do objetivo comum e há mesmo, muitas formas para ajudar a nossa personagem.
      Cronistas são assim mesmo, embora em meu estilo de crônica narrativa, sempre esmero pelo realismo, pois carrego o viés de engenheiro e professor universitário, detalhista que anexa fotos, indica os nomes verdadeiros dos protagonistas, locais e outros detalhes que ajudem o leitor "a entrar no contexto" da história.
      Agradeço sua atenção e colaboração ao comentar a crônica que retrata um pouco da sofrida vida de dona Joana.

      Excluir
    6. Cintia Barbosa, concordo com você!!!
      Em nada na história dessa Sra.Joana consigo enxergar romantismo ou poesia.
      É visível que essa senhora sofre de graves distúrbios mentais e está incapacitada para responder por si mesma.
      Nunca a vi na Asa Sul, contudo fiquei extremamente interessada e tocada por sua história, o que me levou a pesquisar sobre a mesma.
      Além de dormir ao relento pelas redondezas das quadras 107,108,207, 208 e adjacências,qndo permitem os proprietários de bares e restaurantes locais, consegue tomar um banho.
      Uma senhora relatou que mora na 408 sul e em uma madrugada foi acordada pelos gemidos da D.Joana que dormia no pelotis do seu bloco, sendo estrangulada por um homem.
      Qndo se deparou com a cena, gritou fortemente ecoando por toda a quadra e isso fez com que ele saísse correndo.
      A D. Joana atônita e visivelmente assustada, caminhou rapidamente para a 208 Sul.
      Em outro comentário, um rapaz diz que ela faz as suas necessidades fisiológicas no meio da rua...
      Há algo de poético nisso, em ver uma pessoa que tem família, que possui formação acadêmica, que já ministrou aulas, que é culta porém estar vivendo dessa forma?!
      Como foi citado por alguém aqui, diagnosticada a sua enfermidade mental, a sua internação compulsória se dará por mandando judicial.
      Enfim, é assim que enxergo a tal "romântica" história da D. Joana.

      Excluir
    7. Embora a mensagem do (a) missivista desconhecido (a) seja recente, datada de 30 de maio de 2019, vou reproduzir minha resposta à Srª Cintia Barbosa, em 19/03/2017, pois o conteúdo é o mesmo:

      “Obrigado pelos comentários. Concordo que nada há de poético ou bonito na história de dona Joana. E certamente devo ter culpa pelo texto, pois logo após cada frase em que falei do amor, do respeito a ela, eu não coloquei a lembrança de que tudo isso é grave, é triste, é ruim para ela e para nós próprios. Preferi mostrar a preocupação de todos para com ela, ou seja, puro amor, até mesmo das crianças – meu netinho queria de espontânea vontade ir ao McDonald´s comprar um lanchinho para ela...

      De minha parte a homenageei pelo Dia do Professor, nem tanto porque ela, de fato, foi professora, mas pela lição que nos passa diariamente nas ruas. Não vai nisso nenhuma intenção de escrever história romantizada, como aqui lembrado, mas, apenas uma história real, humana e que, a julgar pelos demais comentários, todos estão imbuídos do mesmo sentimento, de protege-la, como você própria também registrou. Não há porque pensar diferente do objetivo comum e há mesmo, muitas formas para ajudar a nossa personagem.

      Cronistas são assim mesmo, embora em meu estilo de crônica narrativa, sempre esmero pelo realismo, pois carrego o viés de engenheiro e professor universitário, detalhista que anexa fotos, indica os nomes verdadeiros dos protagonistas, locais e outros detalhes que ajudem o leitor "a entrar no contexto" da história.
      Agradeço sua atenção e colaboração ao comentar a crônica que retrata um pouco da sofrida vida de dona Joana”....

      Finalmente, pegando um gancho em suas palavras: “Como foi citado por alguém aqui, diagnosticada a sua enfermidade mental, a sua internação compulsória se dará por mandando judicial. Enfim, é assim que enxergo a tal "romântica" história da D. Joana”....
      .....e mais:
      “Unknown -19 de março de 2017 08:28 escreveu: “Uma vez estabelecido diagnóstico, existem caminhos legais, amparados por laudo médico psiquiátrico, para internação compulsória. Boa sorte a todos envolvidos”...

      Ora, ora..., “boa sorte aos envolvidos...” , disse o senhor ou senhora. Aproveito para lembrar-lhe que ainda hoje, 31 de maio de 2019, encontrei a dona Joana, na Comercial da 406/407, ou seja, ela ainda está em situação de rua, depois de cinco anos que publiquei a crônica homenageando-a no dia do Professor.
      Assim, está mesmo na hora do Sr ou Srª colocar em pratica sua sugestão e não apenas passar tarefa para outrem executar e ainda desejar “boa sorte aos envolvidos”... Desde já, conte com minha contribuição para o seu projeto de ajuda à dona Joana. E não vai nisso nenhuma hipocrisia, como não creio que tenha sido de sua parte. Portanto, acho sua ideia valiosa e para não ficar naquela de apenas passar receita para os outros, pratique-a. Como eu disse antes, conte comigo. Mas, seguindo seu conselho, faça-o off line para não cairmos na suposta hipocrisia figurada pela mãos direita e esquerda. De qualquer forma, conte comigo, pois, afinal fui eu quem iniciou essa discussão, publicando a crônica de homenagem à dona Joana.

      Portanto, tudo vale a pena quando a alma não é pequena, já disse o poeta. Estamos juntos, aguardo seu contato, devidamente identificado para que eu possa ajuda-lo(a) na execução e tenho certeza que os mais de duzentos e trinta mil leitores que já acessaram essa crônica, também colaborarão.

      Excluir
  16. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  17. Certa vez no mesmo local, ela estava ajoelhada e com uma vela acessa nas mãos, como era noite deu medo.Falei para um amigo que estava junto e o mesmo não tinha visto e duvidou, voltamos a já tinham outros carros parados vendo a inusitada cena.

    ResponderExcluir
  18. Certa vez no mesmo local, ela estava ajoelhada e com uma vela acessa nas mãos, como era noite deu medo.Falei para um amigo que estava junto e o mesmo não tinha visto e duvidou, voltamos a já tinham outros carros parados vendo a inusitada cena.

    ResponderExcluir
  19. Olá amigos! Eu sempre tive a curiosidade de saber a historia dessa mulher alta, magra, grisalha e estilosa. Como produtora de moda já pensei algumas vezes em pedir- lhe para fazer uma produção nela, mas me preocupo por ver os seu semblante triste e meio arredio. Uma vez eu estava tomando café da manhã no Mac Donald da 405 sul com meu filho ela entrou na fila com apenas dois reais para comprar o café e pao de queijo porém o dinheiro não dava, eu mais que depressa ofereci a ela pra pagar o café e os pães de queijo, mas esse dia ela não estava de bom humor kkk me mandou ir à merda e saiu do local. Meu filho e eu tomamos o nosso café e comentamos sem entender o que aconteceu ou ate mesmo acontece na vida dessa senhora. Peço à Deus que a proteja sempre.

    ResponderExcluir
  20. Excelente texto, esclarecedor e de certa forma uma homenagem a uma mulher de requinte que está de passagem aqui na terra deixando sua marca nas entre quadras desta Capital. Inefável figura de Da. JOANA que fica "vagando" desconstruindo o estereótipo estético que tradicionalmente encontramos da mesma forma "vagando " nesta selva de prédios modernos.

    ResponderExcluir
  21. Dona Joana, mulher alta, magra, caminha pelas belas Superquadras sul, não tem desafetos, vive "longe" do stress rotineiro, sua maior preocupação parece ser completar seu percurso diário de caminhada.
    Dessa forma, tento intender de onde vem tanta saúde? Mas no fundo, acho que compreendo!

    ResponderExcluir
  22. Ela se recolhe quase todas as noites na quadra 407 sul no bloco Q! Senhora muito inteligente, culta e amorosa. Ela planta algumas plantinhas na frente do bloco, enfeitando-o. Adorei o texto!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom que gostou do texto.Obrigado. Minha intenção foi mesmo homenagear essa "professora", Dona Joana, que tem muito a nos ensinar nessa selva de pedra, conforme alguns já disseram.

      Excluir
  23. Já vi e também cruzei com essa senhora algumas vezes e jamais imaginei ao menos um pouquinho de sua história, aliás, muito bem colocada neste artigo. Parabéns. Tem uma frase que vi na internet que gosto bastante: "Todo mundo que a gente encontra na vida está enfrentando uma batalha que você não sabe nada a respeito. Seja gentil com todo mundo. Sempre"

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pura verdade, precisamos olhar com amor e respeito as pessoa, sobretudo as necessitadas.

      Excluir
  24. Que show! Sempre que vejo ela fico curioso, pois percebo o tom de nobreza dela. Publicar isso realmente foi muito bom. Obrigado

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado. Fico contente por ter atingido meu objetivo, de mostrar parte da história de dona Joana, captada por fotos de uma amiga fotógrafa, de grande sensibilidade e que me inspirou a compartilhar a homenagem que simbolicamente presto a essa senhora, a dona Joana, digna de todo respeito.

      Excluir
  25. Sr. Márcio,
    imagino o sofrimento da família pois já cuidei durante seis anos da minha mãe que não me reconhecia e tenho familiar esquizofrênico, Down e além de outros outros problemas.
    Perdoe-me a intromissão mas, já procurou auxílio de advogado que tenha o costume de atender esses casos ou mesmo do Ministério Público? Conheço casos de internação compulsória em clínicas com excelente tratamento.
    A intenção foi ajudar mas, mais uma vez, desculpe-me se se sentiu invadido.
    Que Deus abençoe toda a família e dê força e saúde para enfrentar os problemas.
    Abraço fraterno.

    ResponderExcluir
  26. nunca vi florearem tanto a história de uma pessoa que vive na rua como tantas outras. De fato ela deveria passar por uma internação compulsória até diagnosticarem com precisão o problema dela, para tratarem ela com toda a dignidade que merece, não com esmolas que tanto dizem aqui que fizeram. Sem contar que a família dela deve se encontrar em um limbo, sem saberem o que fazer. Se gostam tanto dela, deveriam todos juntar um bom dinheiro e contratarem um bom advogado para que acione o Judiciário. Mas o que mais vale a pena é comentar aqui: "ajudei ela e ela recusou... achei o olhar dela tão triste..." ajudou? O que a mão direita faz a esquerda não precisa saber.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelos comentários, Sr. Felipe Pereira.
      Penso que os comentários de cada um, contando sobre o desejo de ajudar e não pôde se concretizar, diante da recusa de dona Joana, têm por objetivo principal a orientação aos demais sobre tal dificuldade, inferindo-se daí que as abordagens devem ser mais cuidadosas. O segundo objetivo das narrativas seria mesmo expressar o próprio sentimento de compaixão pelas agruras que ela, dona Joana, está submetida. Nada mais que isto, que é inato às pessoas, penso eu.
      Mas, até mesmo a sua proposta representa uma maneira própria de ajudar. Tão válida quanto as demais e, desde já, conte com minha contribuição para o seu projeto de ajuda à dona Joana. E não vai nisso nenhuma hipocrisia, como não creio que tenha sido de sua parte. Portanto, acho sua ideia valiosa e para não ficar naquela de apenas passar receita para os outros, pratique-a e, como disse, conte comigo. Mas, seguindo seu conselho, faça-a off line para não cairmos na suposta hipocrisia figurada pela mãos direita e esquerda. De qualquer forma, conte comigo, pois, afinal fui eu quem iniciou essa discussão, publicando a crônica de homenagem à dona Joana.
      Portanto, tudo vale a pena quando a alma não é pequena, já disse o poeta. Obrigado

      Excluir
  27. Creio que muitos críticos e julgadores deste devam ler o post do familiar Márcio Lopes antes de tecer comentários de como resolver a vida dessa querida cidadã, se as pessoas querem fazer alguma coisa por ela, ótimo, deixe que façam, mas primeiramente respeitem o desejo dela, se ela se considera feliz assim e transmite tanto bem por onde passa que ela viva e que a deixem viver, não é o nosso estilo de vida que está certo ou errado, mas nosso julgamento quanto as necessidades do outro e não pertence a nós este direito de julgar, mas o respeito ao modo de viver de cada um. Se puder pagar um lanche ou um almoço, ou fazer o melhor por ela vou fazer sim, não importa quem ela é, nem de onde vem, nem se é louca, ou idosa, ou perdida ou achada, mas pelo simples desejo de tornar o seu dia um pouco melhor, isto é, se ela o outro ser humano necessitado assim permitir e quiser ajuda, senão continuarei o meu caminho e darei um sorriso ou um abraço. Sempre no bem e na paz, para mim é isso que importa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É bem assim mesmo. Todos estamos falando do simples desejo de tornar um pouco melhor o dia de quem está necessitado.

      Excluir
  28. Eu sempre vejo essa senhorinha nas ruas da asa sul!! Uma vez eu estava no bar ao lado do Simpsons, o ISO 9001 e ela chegou na mesa desabafando dizendo que pediu o dono do bar pra usar o banheiro e ele não permitiu. Ela disse que só queria tomar um banho. Me deu do dela, tadinha!!

    ResponderExcluir
  29. Meus caros, com tanta gente irmanada querendo ajudar a senhora Joana, talvez não seja difícil encontrarmos o melhor caminho para isto. Entendo, como alguém já falou aqui, que ela precisa de ajuda, e essa ajuda teria que ser sistemática e terapêutica. Ela precisa de um médico, de um tratamento psiquiátrico. E, se a família dela não conseguiu, tendo em vista que ela saiu da cidade em que eles moram, que tal, se todos aqueles que querem ajuda-la se juntassem em um movimento, e procurassem oferecer uma vida melhor para ela?
    Ela sozinha não tem condições de mudar, nem de procurar ajuda.
    Fica o convite.

    ResponderExcluir
  30. Linda homenagem mesmo, Paulo! Vejo a D. Joana mas até hoje nafa dela sabia. Há pessoas que são como is pássaros: livres, sem amarras, sem compromisso com as 'regras'...querer mudá-las, prendê-las entre 4 paredes seria tirar-lhes a 'vida', literalmente!! Salve D. Joana, grande dama!!

    ResponderExcluir
  31. Também percebo isto, Valeria. Ela preza muito sua liberdade. Até mesmo o seu olhar altivo, parece nos dizer algo assim. É inegável, no entanto, que ela necessita de ajuda e aí está o grande desafio, como fazer isto... Estou gostando de ler as diversas opiniões aqui postadas e quem sabe, ao final, possamos encontrar alternativas viáveis de ajuda a ela. Obrigado

    ResponderExcluir
  32. Muito interessante conhecer a história dessa senhora. Joana Sempre me despertou curiosidade,a vejo na asa sul andando com suas sacolas. Vou me aproximar e tentar ajudar como for possível.

    ResponderExcluir
  33. A Joana é uma espécie de patrimônio humano da Asa Sul.....não tem um dia sequer sem vê-la andando pelas ruas com suas sacolas. Obviamente, se ela tivesse um tratamento adequado, ela seria uma outra Joana. Mas algo me diz que alguma razão mais profunda a fez com que ela escolhesse viver assim: livre de tudo e de todos. Talvez desta forma a alma dela tenha encontrado mais alegria. No entanto, de um certo modo todos cuidam e tem muito carinho por ela.

    ResponderExcluir
  34. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  35. Até hoje, depois de muitos encontros, fico encantado com a delicadeza dos traços do rosto dela. E nunca, nesses tantos encontros, me deparei com uma expressão que não fosse de serenidade.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Interessante que no final do ano passado ela cortou os longos cabelos brancos. O novo corte lhe caiu bem.

      Excluir
  36. Continua em situacao de risco. Cade a familia que deveria providenciar a internacao compulsoria??
    Fugir do problema e deixar para os outros cuidarem e facil...

    ResponderExcluir
  37. Mais sobre dona Joana
    https://www.carlosromero.com.br/2020/09/aquela-musica.html?m=1

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Germano Romero, segui o link, mas não encontrei o conteudo sobre dona Joana. Poderia confirmar? Grato.

      Excluir
  38. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  39. Essa é uma história intrigante, e é tão realista quanto a história de milhares de brasileiros de rua, incluindo crianças, que vivem em condição de vulnerabilidade. Mas sei que a Sra Joana tem algo especial, diferente, e que chama a nossa atenção; ela é bem educada, demonstra ter alguns conhecimentos que lhe interessam, é atualizada para as condições na qual vive. Ela parece ser sincera, e não recebe nada das pessoas, além do que pede. Ela conta histórias também. Eu já tive oportunidade de conversar com ela e perguntar algumas coisa sobre sua vida, mas ela pouco falou. Ela é detalhista e sempre cita algumas coisas de alguns órgãos administrativos de Brasília. Eu moro próximo ao local onde a vejo sempre, e também ajudo se ela me pede algo. Um certo dia ela me pediu para comprar uma coca cola e me falou sobre o numero de registro que deveria trazer no rótulo, e quando ela olhou e verificou que não tinha o tal nº, ela recusou e pediu que eu trocasse por outra. Eu não entendi o que ela viu no rótulo, mas confesso que aquilo me deixou perpelexa, pelos detalhes minunciosos que ela grava, inclusive o pumeros de placas de veículos. As vezes chego a pensar que uma tristeza na alma, uma grande decepção pode ter ocasionado algum distúrbio de ordem psico-emocional. Algo que me entristeceu foi saber que ela mora nas ruas. Eu não culpo a família, porque sei bem o que é lhe dar com pessoas com problemas. A solução seria um tratamento, se possível for. Gostei da crônica sobre a vida da Sra. Joana.

    ResponderExcluir
  40. hj em dia professora joana ela ainda esta viva seria um prazer em fotografa ela sabe um pouco mais sobre historia dela.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ela própria pouco fala de si. O que sabemos é por intermédio de outras pessoas. Mas ela está bem, viva e muito disposta. Usa máscara contra o Covid. Hoje estava no supermercado Pão de Açucar , por volta de 11:45h.

      Excluir
  41. Essas histórias me fascinam. Quantos rostos anônimos na multidão repletos de sentimentos, experiência e algo pra contar. Nesse mundo de estereótipos aparências essa figura quase mística nas ruas de Brasília...Uns minutinhos de prosa com essa senhora (se ela assim o quiser e deixar haha) devem render sem dúvida aprendizados para a vida! Me identifiquei com ela, vida longa a Dona Joana!

    ResponderExcluir