domingo, 15 de dezembro de 2013

Leia para uma criança


Leia para uma criança. Isso muda o mundo, diz a propaganda de um banco comercial. Muda mesmo, nada mais bonito e gratificante do que os olhinhos de contentamento da criança. Não há cansaço e desculpas que justifiquem não participar dessa gostosura. Nem mesmo o cochilo na rede após o almoço de domingo, regado a vinho, deve ser poupado, pois o "sacrifício" dessa interrupção para atender ao apelo da criança é imensamente recompensado. Cria-se um laço indissolúvel de camaradagem e amor, para sempre. Quem não se lembra das histórias contadas por nossos pais? Ainda hoje as lembro, embora tivesse apenas dois anos e meio anos idade quando passei mais de seis meses embalado no colo deles, restabelecendo de delicada cirurgia torácica e por isso, as histórias e as cantigas infantis eram o bálsamo para o menino convalescente. Que vontade tínhamos de também pegar carona dentro da viola do compadre urubu e ir à festa no céu, tal qual fez o sabido sapo, ou então ser esperto como o coelho que conseguia enganar a onça. E encenar o teatrinho da peça do Chapeuzinho Vermelho? Nela os meninos, garbosamente marchando forte na sala de aula, empunhavam “espingardas” ao ombro e a procura do Lobo Mau, cantávamos o refrão:


 Nós somos os caçadores e nada nos amedronta
Damos mil tiros por dia, matamos feras sem conta
Varamos toda floresta, por mares e serranias
Caçamos onça pintada, pacas, tatus e cotias


Enquanto o esplendor da inocência existir no mundo as crianças continuarão assim, puras e sinceras na expressão de seus sentimentos e cabe a nós, respeita-las e ama-las em dobro. Em seu mundo encantado existem animais que falam, fadas madrinhas, bruxas malvadas, reis e rainhas, belas princesas, sapos que viram príncipes, coelhos espertos que enganam onças e raposas, porquinhos preguiçosos e outros mais diligentes, galinhas que botam ovos de ouro..., tudo enfim que povoa a sua terra encantada. E onde nesse mundo começa a fantasia e acaba a realidade? Não importa, pois a capacidade deles de sonhar, imaginar é ilimitada. Em tudo eles veem uma ocasião especial onde o bem sempre vence o mal.

Assim são as crianças, anjos enviados do céu para alegrar e prolongar a nossa vida nessa terra que, às vezes, nem é tão encantada como elas pensam. Mas, isso não tem a mínima importância diante do reino encantado habitado por elas. Uma dádiva de Deus.

Brasília, 15 de dezembro de 2013

Paulo das Lavras

Vovô lendo historinha do “dente que doía”, para Sarah, com cinco anos de idade. Num
  domingo na chácara, após almoço regado a vinho. Gargalhadas sem fim e história contada
   e repetida pelo menos umas três vezes seguidas. Amor demais...


Pedro Henrique, com dois anos e dois meses de idade, ouvindo da vovó a historinha “o vovô e
            o ganso”. Esse livro foi escrito por um amigo e colega de trabalho nos EUA. Interessante a      
            atenção e o gosto do netinho, com a mesma idade que tinha o menino das Lavras convalescente no     
            colo dos pais. E pensar que, já nessa idade, a mente infantil capta e grava os contos e cantigas que     
            lhe foram contados e cantadas repedidas vezes. Ainda as lembro com doçura e gratidão aos pais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário