sábado, 22 de outubro de 2022

5ª Bienal Internacional do Livro – Lucília Neves e Chico do Vale

 Com a autora Lucília Neves. 5ª Feira Internacional do Livro- Brasília, outubro de 2022


Desde 2012 a Bienal Internacional do Livro vem se realizando em Brasília. Foram quatro edições, de muito sucesso. Porém, com a pandemia não foi possível realizá-la em 2020. Agora, em sua 5ª edição, ressurge com toda força, despertando enorme interesse nos leitores. Até mesmo as árvores floresceram para dar boas-vindas aos livros e seus leitores, conforme pode-se ver pelos maravilhosos flamboyants amarelo e vermelhos localizados bem próximo ao local da Feira de Livros.  Neste ano tive motivos maiores para frequentá-la, até porque já sentíamos sua falta há quatro anos, pois a última, aconteceu em 2018.  Mas, a alegria maior foi participar do lançamento do livro de dois amigos, Lucília Neves Delgado e Chico do Vale.

 Capa do livro com foto do coador de café, no casarão da Ponte, Itumirim-MG

 

Ambos os autores têm vínculos com Lavras. Lucília é neta de Lourenço Menicucci, cidadão que emigrou da Itália para Lavras e ali constitui família que sempre se destacou na cidade e ainda hoje tem como prefeita uma representante dessa ilustre família. Natural de São João del Rey , nunca perdeu os vínculos com a família de Lavras. Professora aposentada da UFMG e da PUC, tem vários livros publicados. Para a produção do livro “Minas Gerais, Memórias Afetivas”, associou-se a outro ilustre professor, da UFV, Francisco Xavier Ribeiro do Vale, natural de Itumirim, graduado em Agronomia pela UFLA, onde tive o privilégio de ter sido seu professor e mais tarde também produzimos, em conjunto, o livro “Trajetória e Estado da Arte da Formação em Engenharia, Arquitetura e Agronomia”, Volume XI- Engenharia Agronômica – Confea, 2010.

  A poetisa e escritora Lucília e o fotógrafo e pintor Chico promoveram o encontro da poesia com a fotografia. Profissionais reconhecidos por seus pares e o público em geral, produziram uma obra prima, afetuosa sobre a nossa Minas Gerais. A prefaciadora disse: “Fotografia e literatura encontram-se (no livro) em delicada melodia, pois as imagens são poesia em cores e formas. São expressões do belo em luzes e sombras, apresentadas em multifacetadas imagens”

 
Os autores, Chico do Vale e Lucília Neves, com dona Edna


        Melhor título não haveria para o livro, pois é puro afeto em poesia, ilustrado com fotos pertinentes a cada evocação poética. Foi assim que, pelas suas 159 páginas passeei por toda Minas Gerais, saudosa, gravada para sempre no coração do saudoso menino que ali passou a infância e juventude, e lá se vão 50 anos longe do torrão natal. Ver e admirar o poema e a foto do belíssimo caramanchão da Praça Augusto Silva, de Lavras, a enorme árvore Tipuana e ainda a tricentenária Igreja do Rosário, foi um bálsamo para alma do menino que, com afeto, relembrou seus tempos de juventude. Mas, o enlevo da alma continuou nas visitas à Praça da Liberdade, Mercado Municipal de BH, cidade onde trabalhei cuidando dos jardins e do gramado do Mineirão. O passeio afetivo, regado pelos poemas e fotos, continuou pelas ladeiras de Ouro Preto e Tiradentes com seus lindos casarões antigos e lógico, também pelas praças e igrejas da não menos histórica São João del Rei, também com sua grande estação ferroviária, de onde ainda parte o trem turístico maria-fumaça.

Mas, chamou-me atenção, mais que tudo, a foto de capa. Um coador de pano com o café escaldando, fumegante, exalando aroma ainda presente na minha memória olfativa (para quem não sabe, os especialistas colocam a memória olfativa como das primeiras mais presentes e vivas na memória afetiva. Como naquele adágio “tem cheiro de mãe”, somos capazes de nos lembrar não somente do cheiro das pessoas amadas, como também de outros perfumes que nos marcaram). Conheço o coador de pano. Não, não me refiro a qualquer um, genericamente e sim aquele que aparece na foto. Não somente ele, mas também o fogão de lenha que ilustra outro poema do livro. Aqueles, o fogão e o coador de café pertencem à dona Edna, também ilustra, com sua foto, o poema “Costurar Vidas”.  Dona Edna, a sensibilidade em pessoa, é a genitora do autor, Chico do Vale. Ali, em sua casa, no Casarão da Ponte, pernoitei na companhia de seus filhos e agregados. Ficamos até altas horas da madrugada, no cafezinho com pão de queijo com pernil assado, especialidade dela e da saudosa cozinheira Maria do Carmo, cuja foto ilustra o poema “Alimentos”.

            Sou suspeito para elogiar o livro, pois vivenciei tudo aquilo que está retratado e cantado em versos, provocando-me profundos sentimentos de alegria na alma. Mas, ainda assim, suspeito que sou, posso dizer sem qualquer margem de dúvida: Lucília e Chico exageram na dose de afetividade! Pura emoção!

            Meu abraço, reiterado ao velho amigo e ex-aluno, Chico do Vale e à nova amiga que me cativou e ontem pude abraçá-la aqui na Feira Internacional do Livro e transmitir-lhe a minha satisfação pelo livro e lembranças de seus familiares de Lavras, tão caros à comunidade e em especial à minha família.

Parabéns!

 

Brasília, 22 de outubro de 2022

 

Paulo das Lavras


 Até os flamboyants amarelo e vermelho se engalanaram para a Feira do Livro


 
A Feira ocupou enorme área


 Muitos jovens são atraídos pela variedade de títulos e preços acessíveis



 Montanhas de livros na Feira Internacional




 Feira tem suas vantagens, além da enorme quantidade e variedade de livros, 
 os preços  são bem acessíveis. Agora estou abastecido até o natal...


 Livro que escrevemos em parceria com Chico do Vale, em 2010

















 



 

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