domingo, 27 de junho de 2021

História e Romance, minhas leituras

 
Conhecer a História é desvendar os segredos do mundo..., o seu mundo e nele viver melhor. 
Foto: do autor

          Outro dia, um amigo ao ver minha modesta biblioteca, perguntou por que minhas leituras se restringiam quase que exclusivamente às áreas de História e Literatura (romances) e não de Engenharia ou Agronomia, áreas nas quais atuei profissionalmente.  Ora.., respondi-lhe, a História é a mãe de toda a nossa experiência, a evolução social e tecnológica. Por meio dela somos capazes de entender o esforço, a vida e o progresso da humanidade através dos tempos. Não à toa, qualquer professor que se preze começa sua primeira aula com a história daquele ramo de conhecimento que ele, o professor, se propõe a ensinar a seus alunos. Sempre enfatizei esse lado na minha carreira docente. História da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia foram temas de livros que escrevi, focando as origens da formação superior nessas áreas, aqui e em países onde atuei em várias universidades. Também me embrenhei na produção livros e crônicas sobre a história e genealogia da família. Nestas, abordamos ainda nuances românticas contextualizadas a cada tempo, durante mais de 300 anos de sua história desde a imigração de terras lusas para se radicarem no território das “minas gerais de ouro”, nos primórdios do século XVIII.

 Há ainda um adágio que diz, “quem não conhece o passado está fadado a repetir os mesmos erros”. Assim, conhecer o passado é fundamental e, ademais, existe aquela curiosidade inata desde os tempos de menino no colégio. Por que pensavam, os antigos, que a terra era plana e o sol girava em torno da terra? Por que carregávamos a sina de um suposto pecado original e deveríamos pedir a intermediários, os santos, a nossa salvação de uma culpa que nem sabíamos existir? Ora, eram dúvidas demais e nem sempre a ciência tinha respostas convincentes, daí a necessidade de se conhecer a fundo a história. Estudar, conhecer o passado, as origens daquelas ideias, engenhos ou fatos, era fundamental e a tudo isso dá-se o nome de História. Portanto, para se conhecer algo em maior profundidade é preciso conhecer a História. Não há sequer há um livro de História, ou simples relatos de pesquisas, de fatos passados, nos quais não nos surpreendemos com detalhes antes desconhecidos. Mergulhar na História de um fato ou evento é a mais maravilhosa e intrigante viagem que nosso pensamento pode experimentar. Daí a minha paixão pela História. Ela nos prepara para a vida, pois nos leva a conhecer a lógica dos acontecimentos. Nada acontece por acaso em nossas vidas. O nosso “Hoje” é produto daquilo que fizemos ontem, ou deixamos de fazer no passado. Simples assim..., seremos amanhã, nosso futuro, aquilo para o qual nos preparamos hoje. Nada, mas nada mesmo, acontece por acaso em sua vida pessoal. Portanto, valorizemos a História.

Em relação ao gosto pela História até é fácil entender e aceitar, mas e o Romance? Como justificar essa predileção dentre tantas outras áreas de interesse humano? Nossa formação humanística passa também pelos clássicos da literatura, de romances, dos contatos com os semelhantes. Nossa vida é regida pelas relações sociais e se quisermos ter sucesso, até mesmo na vida profissional, precisamos conhecer a natureza humana e valorizar as relações interpessoais. Talvez estas, as relações sociais, sejam mais importantes que a formação técnica que cada um tenha. Na vida o primeiro contato é sempre social, daí aquele ditado: “a primeira impressão é a que fica”, quando se inicia um relacionamento entre pessoas. A importância de se ler romances reside exatamente no conceito das relações interpessoais, pois são nelas que vemos, experimentamos sentimentos, compreendemos e aprendemos sobre contato com os semelhantes. Num romance você passa a conhecer e adota os conflitos da trama, escolhe um lado e se “envolve”, até mesmo torcendo por um final feliz. 

 
E os Romances...? Ah..., suas leituras aguçam nossos sentimentos, ensinam a entender os conflitos humanos.
Foto: do autor

Ao final, arrematei para o curioso amigo sobre minhas preferencias de leitura: Leia, leia muito sobre História e Romances, pois na primeira você adquire experiência e na segunda, o romance, você aguça a sensibilidade, aprendendo sobre os conflitos humanos em qualquer relação seja ela de negócios ou amorosa. Aliás, esta última revela a essência da alma humana.  Interessante foi notar que um desses amigos olhou com mais interesse os títulos dos livros na prateleira e indagou se eu emprestaria alguns deles. Prontamente respondi-lhe: Sim, mediante uma caução de R$1.000,00 em dinheiro ou cheque (quando este ainda era usado...). Surpreso, encarou-me e expliquei-lhe: De tanto ler, aprendi que nessa história de se emprestar livros sempre há dois bobos. O primeiro é quem empresta e o segundo é quem devolve o livro.

Leia, leia muito sobre História e Romances. A vida agradece!

 

Brasília, 27 de junho de 2021

Paulo das Lavras


 Qualquer profissional precisa conhecer a história de sua área de atuação. Aqui, os primórdios da Educação Agrícola Superior nos E.U. A e na França, onde atuamos por algum tempo em convênios de governos
Foto: do autor








 

2 comentários:

  1. Bela biblioteca professor! E não tem bobo nesta história!

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    1. kkkk... fui bobo só uma vez. Depois de pegar uma fila quilométrica para autógrafo de Jorge Amado em seu famnoso livro Gabriela Cravo e Canela, aqui numa livraria de Brasília, caí na bobagem de emprestar o livro para uma amiga, baiana, de Itabuna, terra do cacau. Mudaram-se de Brasília para a Paraiba,ela e afamília e... o vento levou... Nunca mais vi o livro e tenho receio de pedi-lo de volta, depois de mais 40 anos... Simplesmente, fiquei sem... Porém, nunca mais bobeei...kkkk

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