Neste
Natal de 2018 recebi o mais inesperado e encantador presente de meu netinho,
Pedro Henrique, que completou 10 anos há um mês. Todo contente foi até a árvore
de natal, pegou o presente, finamente embrulhado, como manda a tradição dessa
festa e entregou-o, todo feliz, ao vovô. Antes, porém, disse-me que era uma
escolha pessoal, sua. Abri o pacote, com sua ajuda e seus olhinhos brilharam: veja
vovô, aqui neste livro tem tudo que você faz para mim. “O Livro do Vovô”, esse
era o título, de autor norte-americano, que vive em Berkeley, na Califórnia,
terra da excelente universidade de mesmo nome, onde já estive.
Fez
questão que eu o lesse ali mesmo, no ato da entrega. Na contracapa estava uma
amorosa dedicatória que transcrevo: “Vovô, eu estava passeando com minha mãe e
eu vi esse livro e comecei a ler. Tinha tudo a ver com você. Tudo está de acordo
com o que você faz todos os dias comigo. Um beijo. Pedro Henrique. Feliz Natal”.
Lemos
em conjunto e a cada página ele explicava: “você também faz isto comigo...”
(tirar muitas fotos, ir ao parque, colocar dinheiro no cofrinho, contar
histórias etc, etc.). Na página que falava “alguns vovôs colocam muito marshmallow no seu chocolate quente”,
ele foi logo explicando: “vovô, esse caso aqui é o único que você não faz, pois
não é tradição aqui no Brasil usar o marshmelo...”. Em
cada página, cerca de 20, interrompíamos a leitura e comentávamos o evento, às
vezes com sonoras gargalhadas por parecerem inusitadas as situações e até incomuns.
Mas não eram, repetia eu: que bom que muitos outros vovôs também fazem o mesmo
que faço com você. Passamos momentos felizes, ali, com seu presente nas mãos e
rindo das histórias de relacionamento de vovôs com seus netinhos. E com seus
olhinhos brilhando, leu para o vovô a última parte do livro: “Os vovôs são
muito especiais, eles fazem você rir e ensinam coisas novas. Não esqueça de
dizer a eles o quanto você os ama. Com amor no coração...”.
A
mãe do menino contou, mais tarde, que ela não comprou de imediato o livro, ali
na livraria, onde estavam e ele teve a oportunidade de lê-lo. Prometeu-lhe adquiri-lo
num site de compras, juntamente com outros livros a serem encomendados. Durante
toda a semana ele perguntava para a mãe se o livro do vovô havia chegado, ou
quando chegaria e se chegaria antes do natal. Emocionei-me ainda mais, não
bastasse ter presenciado a alegria do garoto, se deliciando com a leitura e
confirmando a toda hora: “igualzinho a você, vovô”. Amor de criança..., não
existe nada mais puro, mais inocente e verdadeiro! Eles simplesmente amam e têm
um carinho muito verdadeiro. Eles tocam fundo nossa alma.
Mas,
também é verdade que as crianças aprendem a amar sendo amadas. É uma via de mão
dupla, onde nós, os adultos, devemos cuidar de ambas as faixas da via e com
maior atenção a aquela onde estão os pequenos. Até imagino que o netinho, vendo
o vovô, apaixonado por livros e pela escrita, tenha escolhido um livro com a
melhor das intenções em presentear e retribuir amor. Interpretei aquele
presente, o livro retratando nossa relação, como reconhecimento de que sempre estivemos
presentes em sua vida e isto lhe proporcionou segurança, paz e muito amor no
coração, dai sua vontade de mostrar ao vovô aquele livro que o alegrou. Crianças
são como vasos vazios colocados em nossas mãos para que sejam cheios ao longo
do tempo. E se o fizermos bem, elas nos retribuirão de imediato, pois basta
olhar para elas para nos sentirmos felizes e acreditar mais na vida. Alguém é capaz
de não dar um sorriso ao olhar para uma criança, mesmo estando em profunda
tristeza? Costumo dizer que as crianças desarmam espíritos, levando-nos a
pensar somente no amor, ao olharmos aquelas carinhas angelicais que exalam
inocência e amor. O carinho e amor que dedicarmos às crianças serão, no futuro, a felicidade e o amor que os acompanharão por toda a vida.
Natal
é a celebração do nascimento do menino Jesus. Deve ser por isso que elas, as
crianças, sempre brilham nessa Festa e motivam-nos para a vida. Amém!
Feliz
Natal
Brasília,
25 de dezembro de 2018
Paulo
das Lavras
“Vovô... esse
livro tem tudo que você faz para mim e por isso eu vou lhe presentear neste
Natal”
Veja o que
escrevi para você...
O hábito da
leitura cultivado desde cedo...
Depois do
trabalho, buscar o neto na escola... ah..., tem coisa mais prazerosa...? Além
disso, estar presente é muito importante para a criança, pois lhe dá sensação
de confiança e segurança.
Vamos dar
cenoura fresquinha, arrancada na hora, para o cavalo, ali na cerca...?
... e o “reboque”
barulhento, cheio de pedrinhas, que o vovô fez, serviu de brinquedo
por muito tempo...
Enquanto se
espera o show da Esquadrilha da Fumaça... vamos ler sobre a FAB...
Não basta o
presente, ou ..., melhor que o presente é estar presente, ao lado das crianças
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