Uma
amiga postou nas redes sociais um convite para “Mudar o Brasil”. Propõe que as mudanças
sejam praticadas e implantadas por você próprio, o cidadão: “Não fure fila; não
jogue lixo no chão; recolha seu lixo; siga as leis de trânsito; confira o troco
e seja honesto; não pegue nada que não seja seu; respeite a todos; respeite as
vagas dos deficientes e idosos; não ultrapasse na faixa dupla das vias;
respeite quem estiver na faixa de pedestres; trabalhe fazendo o melhor e seja a
mudança que você quer ver. Tais recomendações vieram a propósito da crise
politica, social e econômica que atravessamos em nosso país. Também se insere nesse
contexto o recente escândalo da prova anual do ENEM – Exame Nacional do Ensino
Médio. Envergonhou a Nação, escreveu o jornalista Claudio Humberto, in verbis:
“O
aparelhamento da prova do Enem causou mal-estar no Palácio do Planalto e
irritação no Ministério da Educação, em razão das questões nitidamente
“contaminadas” pelo clima eleitoral... Além de endossar conceitos da ideologia
de gênero, a prova do Enem até fez propaganda de um dicionário gay sobre
expressões “secretas”... A avaliação é que o tema da redação estimulou os
alunos a atribuírem a derrota do PT a suposta manipulação de mensagens do WhatsApp... Aparelhadas” por grupos
anti-Bolsonaro, as provas foram avaliadas como uma “provocação desnecessária”,
na definição de um ministro, informou o jornalista”.
Outro jornalista, Marco Antonio Villa,
publicou no jornal Correio Braziliense, de 07/11/2018, um artigo intitulado: “Enem:
o livro vermelho do PT”. Afirma que o panfletarismo petista continuou
dominante. A cientificidade desapareceu. O conjunto do exame foi edificado para
impor a visão do mundo petista e sem qualquer preocupação de uma avaliação do
conhecimento obtido no ensino médio, completou o jornalista. E prossegue
indagando por que dois textos de Eduardo Galeano? Um deles, inclusive em espanhol,
mas, o importante era a crítica de Galeano ao capitalismo. A questão 31:
Acuenda o Pajubá, sobre o dialeto secreto dos gays e travestis é ridícula ao
afirmar que o dialeto é patrimônio linguístico. Ainda na esfera da ideologia de
gênero, a questão 38 pede a interpretação de uma passagem do livro “Vó, a
senhora é lésbica?”. Parece que a literatura brasileira está na prova do Enem
apenas para legitimar uma determinada leitura das relações pessoais, disse o
autor do artigo. Prossegue, com a questão 34 sobre a negritude e em seguida, cita
a de número 45 que desqualifica Gilberto Freyre, disse Villa.
Vê-se,
portanto, pelas análise dos dois jornalistas que o exame do Enem não buscou avaliar os
conhecimentos do dos alunos adquiridos em três anos do ensino médio. Causou
mal-estar no Palácio do Planalto e irritação no Ministério da Educação, com
suas questões nitidamente “contaminadas” pelo clima eleitoral, além de endossar
conceitos da ideologia de gênero, propagandear um dicionário gay sobre
expressões “secretas” e induzir os alunos a acreditar que a derrota do PT se
deveu à fake-news nas redes sociais.
Finalizaram dizendo que as provas foram avaliadas como uma “provocação
desnecessária”.
Mas, e
agora? Bem, antigamente os professores do curso primário, que hoje
corresponde às cinco séries iniciais do Ensino Fundamental (6 a 10 anos) eram
quase todos do sexo feminino. Hoje representam 81,5%. No antigo curso ginasial,
que corresponde às quatro séries finais do fundamental (6ª à 9ª série), dos 11
aos 14 anos, já aparecem em bom número os professores do sexo masculino, embora,
ainda, a quantidade de professoras seja considerável. No ensino superior a
relação de professoras/professores é mais equilibrada, quase meio a meio. A
diminuição de mulheres no ensino médio e superior, em relação ao ensino
primário, fica notória quando a educação vai se afastando do conceito de “cuidar”
e as funções passam a ter características mais de ciência e tecnologias.
Culturalmente, as mulheres sempre desempenharam o papel de educadora sensível e
infinitamente melhor que o homem na educação das crianças e formação dos jovens.
Mas, hoje, com a crescente emancipação, as mulheres já são maioria nas
universidades e detém 52% dos títulos de qualificação superior. Ultrapassaram
os homens nesse quesito.
O
Brasil precisa de um choque na Educação! Mais formação e menos politicagem nas
escolas. Ninguém melhor que uma mulher para isso, sensível, vocacionada para a
educação e formação de consciências humanitárias para a não-violência. Costumo
dizer que, se antes, há mais de 50 anos a educação, os princípios morais e as
regras de convivência social eram ensinadas em casa e tinham plena ressonância
nas escolas, hoje está mudada a situação. As crianças são confiadas à escola
desde os primeiros meses de vida, na creche e em seguida no jardim de infância,
a pré-escola e por isso, é preciso que cuidemos mais da Educação e não
simplesmente confia-las às cuidadoras, nem sempre instruídas ou qualificadas
para tal. Talvez assim não vejamos tanto desrespeito aos professores, alvos
frequentes de violências físicas e morais por parte de alunos.
Uma
Mulher para Ministra da Educação, professora, educadora por vocação e sem
filiação partidária, seria o melhor presente de Natal para este ano de 2018.
Brasília,
07 de novembro de 2018
Paulo
das Lavras
Esther de
Figueiredo Ferraz – Ministra da Educação 1982/85
Foto: Internet
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