Nunca é tarde para
se aprender. Certa vez li uma belíssima história de idosa de 87 anos que se
matriculou na universidade e formou-se quatro anos depois, conseguindo seu
primeiro diploma. Incrível! Busque e leia na internet: Uma Lição de vida- Rose
e se delicie com a história verdadeira. A mensagem final diz que “nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode
provavelmente ser, se realmente desejar. Ficar velho é obrigatório, crescer é
opcional”.
Mas, aos 70,
estou prestes a concluir um segundo curso na área de gestão da Educação a
Distância. O primeiro foi há dez anos, sobre as plataformas educacionais da
Universidade de Minnesota/Crookston, o estado das “águas cor do céu”. Com
aquela plataforma pudemos instalar aqui em Brasília, numa faculdade particular,
o primeiro curso de graduação a distancia no Brasil, reconhecido como tal pelo
MEC. Agora, estamos estudando sobre a formação de tutores para cursos a
distância, as diferentes tecnologias de informação e comunicação e em especial
a escola de redes.
Mas, quero falar hoje apenas sobre o aprendizado
pelas redes sociais. E-mail, Facebook, WhatsApp, Twiter, Instagram e outros,
inundam nossos dispositivos eletrônicos
móveis e os computadores de casa e do trabalho. E dá para utilizar as
redes sociais na aprendizagem? Lógico que sim, tanto na autoaprendizagem como
na aprendizagem formal, escolar de qualquer nível. Como utiliza-las na educação
formal tem sido um desafio para os especialistas da educação. Eles procuram enxergar
as redes sociais como ferramenta pedagógica que incentive a aprendizagem em
ambiente virtual, trazido para a sala de aula presencial. Um dos problemas
imediatos é o treinamento dos professores para uso das tecnologias de informação
e comunicação – TIC. Sem isto é inútil equipar uma escola com todos os recursos
tecnológicos, pois é necessário dominar as metodologias. Há que proporcionar a autonomia
do aluno no aprendizado, de forma colaborativa. Isto porque o “ensino” está ligado
à reprodução (repetez, repetez, toujour = decoreba), enquanto que a
“aprendizagem” se liga à criação. Se sou um “aprendente” livre, a chance de tornar-me
criativo é maior.
Bem, mas e nós aqui no FB? Os especialistas dizem
que mais
importante que todas as teorias educacionais é saber que quanto mais conectados
estivermos mais condições teremos para aprender. É a chamada “conexão
conectivista da aprendizagem”. Esta não se refere ao “cognitivismo” que está
concentrado no conteúdo e na capacidade de enfrentar um desafio e resolver um
problema. Ao contrário, está centrada na criatividade, na capacidade de se
perceber problemas que ninguém percebeu, de propor novos problemas e soluções
inéditas para questões que ninguém resolveu antes. Assim é comigo, se alguém
posta algo sobre um assunto qualquer, como aconteceu recentemente sobre o
trabalho anônimo do jardineiro e o valoriza, aquilo me chama a atenção e
colo-me a refletir sobre o comportamento humano. Foi gratificante, logo em
seguida, reprisar uma crônica que escrevi sobre o mesmo tema, havia uns cinco
anos e receber um comentário que aquele comportamento descrito na crônica, em
relação a jardineiros, porteiros e trabalhadores em geral, mudou o modo de
agir do leitor. Quer prova maior do aprendizado em redes sociais?
Há
especialistas estudando os impactos das redes sociais e eles afirmam que a
exigência da sociedade em rede é que se tenham mentes cada vez mais criativas e
nesse novo processo conectivista a interatividade é muito importante. Deve-se
utilizar ao máximo a interação entre indivíduos para que se obtenha o melhor no
ambiente conectivo. Quanto mais
conectados, interativos e livres no aprendizado, maiores serão nossas
potencialidades inovadoras e criativas.
Defensor
que sou da educação continuada, presencial ou à distância, tenho para mim que
as redes sociais são uma das melhores fontes de aprendizado. Nelas há a diversidade
de ideias, correntes políticas, religiosas, esportivas e tudo mais que compõe o
ambiente social. Aqui no Facebook, por exemplo, tenho amigos e amigas jovens e
idosos, solteiros e casados, estudantes, professores, profissionais liberais,
empregados e empregadores das áreas públicas e privada, aposentados, pais e
avós, religiosos de todos os credos. Há ainda os agnósticos e ateus confessos, militantes
políticos das mais diversas tendências, enfim uma enorme variedade de perfis culturais e de diversos níveis de formação. Alguns estão sempre postando temas interessantes que
contribuem para o nosso crescimento. Há outros que acompanham e curtem, interagem,
opinam, mas há também os que apenas curtem e não opinam. Muitos sequer curtem
as postagens e desses ficamos sem saber o que pensam, ou fazem. É bem provável
que nem leiam as postagens que inundam a rede. Não compreendo por que manter
alguém em sua própria lista se ele mesmo jamais interage ou se interessa pelo
perfil do outro.
O
que importa é mesmo a variedade e profusão das matérias postadas pelos amigos
da rede e, como estamos na era da “conexão conectivista da aprendizagem” cabe a
cada um de nós selecionar o que lhe convém. É claro que as notícias e, sobretudo
o reencontro de velhos amigos e familiares, que há séculos não os vemos ou
falamos, tem uma importância e sentimentalismo enormes.
Então...,
além do prazer de reencontrar amigos, você também faz uso das redes sociais
para aprender? Com certeza que sim. Já estamos usando as redes sociais para a
aprendizagem à distância e melhor ainda, trazendo-as para dentro da sala de
aula presencial, na educação formal dos nativos digitais.
Brasília,
10 de novembro de 2015
Paulo
das Lavras
Nativos digitais, de sete anos, tomam de
assalto meu escritório
doméstico.
Não basta o computador, usam com mais frequência
tablets e smartphones. Respiram “bytes” e a menina usa dois
dispositivos eletrônicos ao mesmo tempo. Como não usar essas
habilidades para a aprendizagem?
Essa foto é de 2010, mas muito antes
disso já usávamos as
redes sociais no ensino de engenharia e no
trabalho.
No MEC, sempre conectado com as universidades
e no
Confea com os Conselhos Regionais, o Crea, em
cada
estado da federação e ainda com as entidades
de classe
de todo o país.
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