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Oitenta anos
de idade? É muito. É tempo demais... No dia 05 de abril, completei setenta e
nove anos e recebi uma profusão de cumprimentos e votos de vida linga. Que
benção, os amigos na vida da gente! Setenta
e nove anos completos e entrei para a casa dos oitenta. Não é assim que se
contam os séculos? Estamos no século 21. Então não seria o ano de 2100? Não! O
século 20 terminou em 31/12/2000. O primeiro dia de janeiro de 2001 já faz
parte do século 21. Por isso estamos vivendo este século assim identificado: Século
21 ! Pela mesma razão digo que estou vivendo os 80 anos de vida.
As pessoas se
assustam com o tempo já decorrido. 80 anos? !!! Eu não me assusto, apenas me encanto com tanto
tempo de vida já passado. Tenho algo diferente dentro de mim. Não sei
exatamente o quê. E não é aquele temor que as pessoas sentem, a proximidade da
finitude. Não, não é isso. Sinto que meu corpo está envelhecendo, mas,
paradoxalmente não me sinto assim por dentro. E nem é “a criança” que existe em
nós, segundo os poetas e filósofos. É algo que tenho preservado e aceito com
naturalidade esse passar do tempo que, para mim, nos torna mais sábios, ricos
em generosidade para com os demais, dos jovens aos idosos. É o tempo do olhar
para o passado com alegria. A alegria de ter vivido uma infância feliz, em meio
à família, ter recebido primorosa educação e ter podido fazer aquilo que
gostava ao longo de toda a vida. A alegria dos tempos de colégio, a juventude
com os amores e as incontidas paixões pelas garotas mais lindas e eternas para
sua vida de adolescente que acordava para a vida. A alegria do jovem profissional,
nova família, pai pela primeira vez e avô com incontáveis alegrias. E agora, só porque cheguei aos 80, aos olhos
dos outros sou um velho. Será assim? Só porque os 80 chegaram tudo aquilo acabou?
Não, não acabou nada, eu sou eu, pois
está tudo dentro de mim, de forma vivíssima a alegria presente com todos aqueles
momentos da vida, com a idade e a alegria de todos aqueles que um dia fui, a criança,
o jovem e o adulto e, por isso mesmo, me
sinto com a idade que quero. Essa história de que 80 anos é idade de velhos, é
apenas o olhar dos outros. O meu olhar é diferente e garanto que o seu também,
pois pare, pense quantos anos você tem... e verá que a sua alma dirá: não parece..., acho e que tenho
a metade disso. Para nós mesmos, somos eternos jovens E isto é bom, pois nos
permite sermos o quisermos ser.
É, mas tem a morte...
Ora, como bem disse outro poeta e filósofo, Rubem Alves, “quem é rico em sonhos
não envelhece nunca. Pode até ser que morra de repente, mas morrerá em pleno
voo”. E ninguém melhor que ele, para definir o medo da morte: “.... Já tive
medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza”. Prossegue
Rubem Alves, afirmando que concorda com Mário Quintana: "Morrer, que me importa?
(...) O diabo é deixar de viver. A vida é tão boa! Não quero ir embora... Bom
seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores,
longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza”,
conclui aquele autor.
E então, 80
anos..., quantos mais virão? Não importa. Para quem quase morreu aos dois anos,
submetido a uma grande cirurgia, tendo passado nove meses no colo,
literalmente, se recuperando e ainda escapou com vida de três acidentes aéreos,
afogamento antes dos 2 anos e agora, chegar
até aqui..., foi o maior lucro que poderia se ter na vida. A vida humana não se
define biológica e temporalmente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a
esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou
gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia, disse o
mesmo filósofo já citado. Como na "Pietà" de Michelangelo, com o
Cristo morto nos seus braços, imagino que a morte, naqueles braços... do amor,
do aconchego, o morrer deixa de causar medo. Não tenho medo do passar do tempo,
ou da morte como muitos temem, mas, Tenho tristeza. A vida é muito boa,
repetimos. Mário Quintana, nosso grande
escritor disse: "Morrer, que me importa? O diabo é deixar de viver."
A vida é tão boa! Não quero ir embora...”. Nem eu tampouco...
E
por isso curto a vida a cada dia, a cada manhã ao abrir a janela e contemplar
as árvores, flores e pássaros a cantar. Gosto de ir à chácara onde tudo isto
acontece de forma mais pura e cristalina, pois até mesmo o meu cavalo, que ali
vive há mais de duas décadas e os quatro
cães se agitam em puro ritual de saudação pela nossa presença. Por tudo isso dou
Graças a Deus pela Vida. Um dia que se renova, pois já estou no lucro há muito
tempo. Derrotei por 7 vezes aquela
senhora da capa preta com foice às costas, à cata de vidas. Sim, sete vezes eu
a driblei e a última vez, em acidente aéreo, foi há mais de 30 anos. E agora,
ou melhor, desde então, e contrariando um pouco o que disse antes, eu até acho
que a criança ainda mora em mim, pois elas, as crianças, sabem que a vida é só
alegria e nem há em suas mentes puras, inocentes, o ontem e o amanhã, mas somente
o hoje, o agora, a alegria! E é
certo, também, que a alma dos velhos e das crianças brincam no mesmo tempo. As
crianças ainda sabem aquilo que os velhos esqueceram e têm de aprender de novo:
que a vida é brinquedo que para nada serve, a não ser para a alegria! O
problema sempre foi procurar alguém para envelhecer juntos, quando o verdadeiro
segredo está em achar alguém com quem possamos ser crianças para sempre! Voltei
a ser criança no sentido alegre da vida e por isso gosto de escrever crônicas
contando os casos dos tempos da infância e da juventude. Viver é ter histórias
para contar. E tenho muitas ainda para contar... Cada dia que virá será um
renovar de alegrias junto aos entes queridos, amigos e leitores e com os quais
compartilho a alegria de viver.
Que Deus me
mantenha assim até a finitude, com alegria e sobretudo riqueza em generosidade
para com os demais, dos jovens aos idosos, como disse antes e especialmente com
a mesma gratidão de sempre aos pais, mestres, amigos e familiares que nos
fizeram assim como somos.
Obrigado aos
amigos pelas inúmeras manifestações de carinho, especialmente aos nossos
leitores.
Amém!
Brasília, 19 de maio de 2024
Paulo das
Lavras.
Quero chegar aos 90 ou 100 (igual a meu pai que viveu até os 101 anos),
com a mesma alegria e disposição, como nesta foto aos 72
e a mesma garra e
veemência, aos 78, como no podcast de março de 2024.
... e a tranquilidade,
firmeza e não menos entusiasmo às véspera do aniversário
de 79 anos, ...
na Assembleia Legislativa do
A Universidade de Pittsburg, na Pensilvânia, afirma que “caminhar é
lembrar” e proporciona melhoras neurológicas,
diminuindo
os riscos de dedenvolvimento doenças como o Alzheimer. Como nesta foto de
Pittsburg, nas minhas caminhadas de 5 km, renovo as energias e as conexões
neurológicas. Que venham 10 ou mais anos!
Fonte: http://www.cuidardeidosos.com.br/caminhar-pode-ajudar-a-prevenir-demencia/
... caminhar, digitar... e
escrever livros técnicos e crônicas,
paixão
que nunca se acaba no
“menino”. Quem sonha nunca morrerá, pois ao tombar terá caído
durante o mais puro e doce
sonho de realização..., de Vida, como bem disse o poeta e filósofo Rubem Alves:
“quem é rico em sonhos não envelhece nunca. Pode até ser que morra de
repente, mas morrerá em pleno voo”.
80? Ora que venham mais anos e que Deus nos dê a
alegria, saúde, sonhos e entusiasmo como
no vídeo abaixo, de 04/04/2024:
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