Não, o título da
crônica não está errado! Todos sabemos que a linda música “O som do Silêncio” é
de Simon e Garfunkel. Nada a ver com o grande compositor Georg Friedrich Händel
ou Haendel (1685-1759). Mas, recentemente fui despertado por um amigo que
publicou nas redes sociais uma belíssima história de como teria sido criada a composição
musical de “The Sound of Silence”. Fez
grande sucesso nos Estados Unidos, principalmente porque foi usada como trilha
sonora do não menos famoso filme de Hollywood, The Graduate (1967), que aqui no
Brasil ficou conhecido por “A Primeira Noite de Homem”, com Dustin Hoffman,
Anne Bancroft e Katharine Ross. Naquela década de 1970, dez anos depois de seu
lançamento, trabalhei em temporadas naquele país e convivi com o sucesso da
música tocada diariamente nas rádios. A música aborda temas sensíveis como a melancolia,
a insensatez das pessoas que não ouvem nem enxergam o óbvio, o cego que não vê,
mas convive com a escuridão no silêncio da alma. A lembrança dessa música
fez-me despertar, tocando
no fundo da minha mente e mais que depressa, após acordar daquele choque
nostálgico, me flagrei buscando-a no aplicativo de streaming, na internet. Uma, duas, três vezes repetidas e a letra
foi totalmente reassimilada, recuperada inteiramente de cor e salteada após aquele
destravamento e liberação do subconsciente da alma. Viajei longe, distante,
muito distante e em lugares muito diferentes tanto no espaço geográfico quanto
no tempo. Primeiramente em Berkeley, naquele lindo campus da Universidade da
Califórnia, onde estive e fiz questão de visitar o prédio principal que aparece
nas cenas do filme A Primeira Noite de um Homem.
Pura reflexão, pura emoção, ao
revirar os escaninhos escondidos no porão da alma e se deleitar, pois a música
causa-nos prazer, alegrando-nos e promovendo felicidade e saúde. Ali, naquele
distante país, em longas temporadas, sozinho, longe de casa e de todos, por
vezes as garras e unhas do subconsciente, ocultas como as dos felinos, afloravam
repentinamente, levando-nos a um quase colapso psicológico, parecendo até mesmo
que a loucura estaria passando bem perto de nós. Em outras palavras, no jargão
médico, um ataque de ansiedade ou de pânico, que é mais comum do que se
imagina, pois quase sempre nos dedicamos somente ao trabalho e descuidamos do
lazer que ameniza as durezas da vida. Foi naquela bela canção de Simon e Garfunkel
que encontrei certo alívio na alma ao imaginar o drama nela contido, em sua belíssima
letra. E como não poderia deixar de ser, o figurino técnico científico da
psicologia funcionou direitinho: “quando
estamos tristes, ou alegres...”..
A letra fala da velha amiga, a
escuridão! Talvez a escuridão do apagão da mente, da dor da saudade, da perda
de alguém, da angústia cortante que embota o pensamento e nos deixa deprimidos,
à beira de um colapso. Mas, ao mesmo tempo houve um “clarão”, uma visão que
surgiu mansamente e que havia deixado sementes do bem enquanto eu dormia bem
plantadas ali no meu cérebro..., no Som do Silêncio, ainda que eu caminhasse,
só, pelo vale da sombra da morte como diz a Bíblia. Um sonho bem atormentado, quando ali estive por alguns dias, naquele luxuoso hotel na Dupont Circle, coração da capital americana,
Washington-DC, no distante ano de 1978. O mesmo silêncio, a mesma angústia e a semente plantada no coração vinte anos
antes, no internato do Seminário na distante Itaúna, quando da morte do
coleguinha na piscina. Verdadeira perturbação que, afinal, cedeu lugar à música
sacra. A letra de The Sound of Silence parecia que foi escrita de encomenda
para aquela solidão, no silêncio da noite ali naquele hotel estrangeiro. E
assim aquela linda e suave composição dos cantores americanos, verdadeiro hit,
ali e no mundo inteiro, passou a fazer parte de minha memória cintilante,
gravada para sempre no subconsciente. Assim, e por isso, fui despertado pelo
colega, para o valor que a música representa para a alma.
“Hello darkness, my old friend
I’ve come to talk with you again
Because a vision softly creeping
Left its seeds while I was sleeping
And the vision that was planted in my
brain
Still remains
Within the Sound of Silence”
A segunda “viagem distante” que veio-me à mente, sobre os efeitos da música na alma, foi a experiência do menino no internato do Seminário, no ano de 1958, quando com apenas 12 anos de idade presenciou a morte de um coleguinha, por afogamento na piscina. Por algum tempo ficou em profunda depressão, sozinho, longe de casa e com as “imagens” da morte de seu coleguinha que só foi descoberta já na hora de se ir embora. O menino tinha sido o último a sair do vestiário e ali restavam as roupas do coleguinha. Dois padres e mais dois adultos se trocaram rapidamente e se atiraram na profunda piscina, de água um pouco escura que não permitia visualizar o fundo. Fizeram uma corrente de mãos dadas e passaram a mergulhar a partir da local mais fundo. No terceiro ou quarto arrastão a partir da borda mais funda encontraram o corpo inerte do Baianinho, esse era seu apelido. Queria que aquilo não fosse verdade, que talvez fosse apenas um pesadelo daquele seu próprio afogamento, aos três anos de idade, em um grande reservatório de água, mas salvo pela mãe que mergulhou e me resgatou. Mas não era um pesadelo, era real. Retirado do fundo da piscina, o coleguinha, inerte, foi submetido às técnicas de ressuscitação, mas de nada adiantaram. Desespero total, sem chances de ressuscitação. Um trauma para o menino, criança ainda e que a tudo presenciou, do resgate do corpo inerte à dor do velório por toda a madrugada até que na manhã seguinte chegassem os parentes para o traslado do corpo para a Bahia. Longe dos pais e sem nenhuma orientação psicológica, foi um tempo difícil para o menino seminarista. Recordo-me apenas que estava sozinho, deprimido, silencioso e cabisbaixo em ambiente estranho com mais de 70 meninos e com imensa saudade de casa e chorava todas as noites, no escuro e ainda assim com a cabeça encoberta para ninguém perceber, naquele imenso dormitório coletivo. Dor em dobro, pois a imagem de seu próprio afogamento, com a figura da mãe, desesperada a massageá-lo e respiração boca a boca salvando sua vida, essas técnicas de salvamento não surtiram efeito ali com o coleguinha. Resultou em profunda mudança de comportamento, permanecendo quieto, calado até mesmo na sala de recreio, à exceção quando me aproximava do pianista para ouvir os clássicos e musicas sacras, ainda que fossem repetidos ensaios de aprendizes. Não sei quanto tempo durou esse profundo estado de choque, só me lembro que um dia, na sala de estudos, num domingo, no horário dos chamados “estudos livres”, quando organizávamos coleção de selos ou leitura de livros de literatura, ouvia atentamente “O Largo” de Haendel, executado por imponente orquestra sinfônica e de olhos fechados, mergulhado na minha dor da alma, aconteceu algo extraordinário que hoje chamo de meu turn point. Foi naquele momento, ouvindo o Largo de Haendel, que o meu estado letárgico foi atingido com intenso tremor, sentindo-me melhor, muito melhor, aliviado de um peso que carregava. O menino chorou por longos minutos, copiosa e silenciosamente, ali mesmo na sala de estudos, em meio aos colegas, porém de olhos fechados e em verdadeiro transe da alma. Flutuei no espaço com a alma enlevada e na plateia imaginária daquele lindo concerto com a orquestra executando a belíssima composição de Haendel, que arrebatou minha alma, compreendi que havia algo mais além daquele estado traumático, de profunda angústia, causado pela perda do amiguinho que morreu afogado e a ausência, a dor, também cortante, da falta dos familiares, pais, irmãs e em especial do irmão mais novo companheiro de escola, cavalgadas e futebol no campinho da Estação Costa Pinto.
Nunca me esqueci daquele momento mágico, de
silêncio interior quebrado por essa magistral composição clássica de Haendel.
Interessante que naquele tempo nem havia ainda os John Williams de
hoje, com suas maravilhosas trilhas sonoras pra o cinema, mas havia Bach, Beethoven,
Wagner, Tchaikovsky e outros clássicos que enchiam o salão de estudos do
seminário com a sonoridade de suas belíssimas composições e até mesmo nos
salões de recreio. Mais que tudo, aquele som de musica enchia a nossa alma. Incrível
o poder, a magia da música. Num dos salões havia um piano francês Pleyel e os
colegas seminaristas que nele praticavam já sabiam... “lá vem o Paulo
Roberto... deixe-me tocar logo aquela do Haendel, o Largo, senão ele não me
larga...”. Ainda hoje, paro tudo que
estiver fazendo e ouço com atenção e emoção essa belíssima composição que
preenchia o silêncio da minha alma, alma triste do menino que havia perdido um
coleguinha e estava longe de casa. Ouvir Haendel era como um bálsamo para a
alma. Ficava estatelado ali, ao lado do piano, às vezes olhos fechados, com os
acordes me entorpecendo, devagarinho, fazendo-me flutuar e sentir um gaudio
indescritível, com lágrimas correndo pelo rosto. De tanto ouvir quase todos os
dias aqueles acordes eles ficaram gravados na minha memória cintilante e o
simples fato de se lembrar de seu nome, como aqui, agora, nesses escritos, o
corpo vibra, arrepio e sinto-me como se lá estivesse ao lado do pianista, meu
tutor, Clóvis Augusto Ribeiro, o CAR, como o chamava, pelas iniciais de seu
nome, bordadas nas peças de roupa e a quem fui grato por todo o tempo que
estive ali no Seminário de Itaúna. Não se espante se por acaso me encontrar de
olhos fechados, balançando a cabeça em ritmo pausado e solfejando as notas
musicais de O Largo, como executado no link indicado ao final.
Santa música,
elixir da alma, todos os dias executada na sala de estudos ou de recreio e hoje,
já passado muito tempo e sentindo a enorme paixão que tenho por algumas
composições clássicas, posso entender que, naquele dia, ali na solidão do
internato do menino seminarista, aquela música de fato penetrou no meu
subconsciente e atravessou a minha alma, revigorando-a de tal forma, envolvente
e reconfortante, que nenhuma conversa, toque, abraço ou afago anterior tinha produzido. Foi um momento revelador e
inesquecível. A música marcou-me para sempre, pois voltei a sentir e acordei
novamente para a vida naquele instante de seu “toque” na alma, banindo a
tristeza a angústia persistente. Foi como destravar o sentimento. A Música
devolveu-me a Vida, de repente e sem saber do que estava se passando. Só me lembro
de que a partir de então, ali na solidão do internato passei a me interessar
pela música clássica e sacra, os cânticos gregorianos que ainda hoje sei cantar.
Nunca me esqueci daqueles longos momentos de silêncio interior, quebrados por uma
canção que acabei ouvindo-a todos os
dias. Eu não tinha, ainda, consciência do efeito terapêutico da música. Mas era
exatamente isso que ela passou a exercer sobre minha alma. Eu não sabia, mas
sentia seus efeitos que ajudavam a curar a minha dor, a tristeza, a melancolia
da alma abalada por dois eventos traumáticos, primeiro a separação brusca da
família, sem nunca ter imaginado antes que poderia ser dolorida e depois a
morte do coleguinha com todo o ritual do frustrado salvamento.
Aprendi também
que nas cerimônias de luto os cânticos, as músicas sacras, também confortavam a
alma e nos ensinavam a lidar com a Morte, uma das questões mais perturbadoras
de nossa vida. Agora, decorrido tanto tempo, posso afirmar com absoluta certeza
que aquelas experiências traumáticas do menino, com a morte do coleguinha à sua
frente e poucos dias antes, o brusco rompimento da convivência familiar, foram
superadas pela música com plena sublimação na alma. Assim, a música transformou
a dor inconsciente em algo positivo que, aos poucos, foi ocupando o vazio da
alma diante do prazer da harmonia dos sons. A Música cura e em tudo ela estava
presente. Tanto assim que passei a me interessar mais pela musica sacra e me
esforçava muito mais no coral dos meninos seminaristas. O coral cantava nas
missas solenes de domingo, na igreja matriz da cidade. Aliás, a música
influenciava a todos, pois, logo após as missas, mães caridosas corriam a nos
abraçar e incentivar-nos carinhosamente como se nossas mães fossem. Era sem
dúvida um conforto carinhoso e de inestimável valor para os meninos carentes do
afeto familiar.
A música, confirmam
os especialistas em terapia, é capaz de produzir efeitos extraordinários e não
somente nos seres humanos, mas também em animais. Já vi reportagens sérias, na
TV, dando conta de que a instalação de sistema de som nas salas de ordenha de
vacas leiteiras, reproduzindo músicas clássicas suaves, faz aumentar a produção
de leite. Parece surreal, mas não é, só não disseram se houve experiências com
rock, samba de breque ou funk... rsrs. Certamente, com o requebrar das vacas em
ritmo mais hot e acelerado, a produção leiteira diminuiria,
imagino eu... No campo da psicologia é certo que a Música tem a rara capacidade
de penetrar no ser humano, por mais atordoado que estiver pela dor, tristeza,
desilusão ou desespero e nele romper as barreiras emocionais e produzir
instantes de calmaria e paz na alma. Agora pense num filme. Imagine-o sem
trilha sonora... Sem graça, sem emoção! A trilha sonora dá vida ao filme impõe
o ritmo da ação, seja aventura ou cenas de amor. As trilhas sonoras de Indiana
Jones e Jornada nas Estrelas nos impulsionam para a aventura, enquanto as de
Romeu e Julieta e Summer Place nos convidam a amolecer o coração e enchê-lo de
amor e ternura. A Música penetra na alma, sem pedir licença.
Feliz daquele que pode alcançar a
velhice… e reviver seus dias de glória e contar aos netos suas experiências
recheadas de muito amor e com as falhas devidamente perdoadas e corrigidas. Não
há prazer maior e, no campo da música, ao longo de toda a minha vida, sempre
renovei energias, forças e motivações em determinados momentos com o auxílio da
Música. Ao dormir, aciono determinada seleção de musicas com temporizador e a
audição leva-nos ao completo relaxamento da alma. Há músicas clássicas e
eruditas que parecem que foram criadas para o relaxamento da alma. Viajante
contumaz como fui na vida profissional, com mais de 3.000 viagens e duzentos
dias/ano fora de casa, em aeroportos, hotéis e aviões, não é de se espantar que
a música tenha ocupado espaço especial na minha vida. Hoje compreendo por que
ao voltar de longas temporadas de serviço nos EUA e França, trazia para casa
pilhas de discos (LP... ou Album com dizem os americanos), fitas K-7 e por
ultimo CDs. Era e ainda sou obcecado por essa maravilhosa arte dos sons
melodiosos. Sempre me ajudou, acariciou minha alma nos momentos de alegria e de
tristeza, sobretudo na solidão de longos voos intercontinentais e mais
frequentemente nos fins de semana em hotéis, embora às vezes de luxo, mas
totalmente vazios de sentimento e com a alma dolorida pela saudade que nada
mais é do que o amor que fica. A presença da Música soa para mim como um amigo
próximo, confidente, que não me questiona por que às vezes me fixo apenas na
melodia, nos sons expressos nas partituras e, em outras, a atenção se volta
para a letra, o conteúdo, o enredo. Especialistas ensinam: quando se está
alegre, a mente só pensa no ritmo,
nos sons e suas sequencias. Se gostamos, aprendemos logo o ritmo. Quando estamos
tristes, continuam os especialistas, focamos a atenção na letra, no conteúdo.
Não raras vezes dizemos: Puxa vida, essa letra foi feita para mim, tal a
semelhança com a própria situação pessoal.
A Música é, portanto, muito mais que um
conjunto de sons melodiosos, ritmos e vozes. Música é Vida, é alma em regozijo
e até há um ditado popular: Quem canta, seus males espanta..., é verdade. Sou
obcecado por ela, talvez pelos momentos de solidão em aeroportos, aviões e
hotéis em longas temporadas no exterior. Está presente no meu dia a dia e,
francamente, sempre a preferi em detrimento de estranhos que sempre estavam a
meu redor. No carro enquanto dirijo, há CDs e pendrives, classificados por
gênero e de fácil acesso ou mesmo com links ao telefone. Fiel companheira, a
música traz alegria à alma. Nos concertos e recitais era comum, após o
encerramento, avançar para o palco e cumprimentar o maestro, o tenor ou qualquer
dos membros da orquestra. Foi assim com Ray Conniff no Ballroom da Academia de
Tenis de Brasília, com a pianista francesa Brigitte Bouthinon-Dumas, no Teatro
Nacional e tantos outros. Não bastava gritar “Bravo!” tinha que subir ao palco
e, interessante, nunca fui barrado nem mesmo pelos atentos e fortes seguranças
de Mikail Barishnikov. Mas, também..., como disse um maldoso e irônico amigo:
quem iria suspeitar de um velhinho engravatado ou de smoking?
Obrigado ao amigo Bertolucci que
nos trouxe essa recordação, a qual nos levou novamente a refletir sobre o valor
da música. A música nos ajuda a lidar com os sentimentos, curando-nos da
ansiedade e até mesmo da dor da morte de um ente querido. Hoje, juntando os
dois eventos, nos quais a música teve papel fundamental na cura de minha alma, posso
afirmar com absoluta certeza: A música tem efeito terapêutico. A música cura e
alimenta a alma.
Brasília, 28 de fevereiro de 2022
Videos de Haendel:
- Piano:
https://www.youtube.com/watch?v=SAg0a0RIqc4
- Orquestra Sinfônica:
https://www.youtube.com/watch?v=uMlxM69ZJFA
(copie e cole em seu navegador)
- Coral e Letra... O Largo Santo, És Senhor -
https://www.google.com/search?q=largo+de+hendel+letra+Santo
A Música cura a dor
ResponderExcluirEm 24 de março, há exatos 66 anos, perdi um amiguinho afogado na piscina do internato do Seminário de Itaúna. Também eu tinha apenas 12 anos e perdi o chão, ali sozinho, longe, a 16 horas de viagem de trem maria-fumaça. Somente muito tempo depois daquele traumatizante episódio, descobri que a Música devolveu-me a Vida, assim sem avisar. Nunca me esqueci aquele longo momento de silêncio interior, interrompido pela canção de Simon e Garfunkel, com a belíssima letra no original em inglês, ouvida ali naquele hotel na Dupont Circle em Washington-DC. No silêncio da alma, minhas reminiscências encontraram e refluíram aos acontecimentos do período de solidão no internato do Seminário, em Itaúna, quando da morte do coleguinha por afogamento na piscina, 20 anos antes.
Foi assim que, naquelas reflexões, descobri o quão foi maravilhosa e terapêutica, àquela época, a música erudita de Haendel com sua linda composição O Largo. A Música ajuda-me a lidar com as tensões, a saudade e também com a dor das separações de entes queridos e até mesmo quando se está à grandes distâncias e por longos períodos, nos levando a angústias e síndromes de pânico. E confesso que depois daquela descoberta, de que a Música tem efeitos terapêuticos, compreendi que ela ajuda..., a Música cura a dor.
Isto não é surpresa para ninguém, mas deixo aqui o meu testemunho em crônica, escrita em 2022 e em homenagem ao coleguinha que se foi prematuramente, justamente nesta data de hoje 24 de março, há exatos 66 anos. E se você às vezes se flagra chorando, em quase estado depressivo, ou simplesmente fica saudoso quando ouve uma música, ou ainda escuta outra, de certo cantor, por zilhões de vezes, vai me entender porque tenho marcado no subconsciente essas duas músicas citadas:
O Largo- Santo és, o senhor e a outara, The sound of silence. A primeira exalta o Santo Nome do Senhor, Grande Deus, Deus Poderoso e nos põe a flutuar na leveza da alma, na presença do Criador que nos conforta. Nos leva para o caminho da reflexão, quando nos encontamos na escuridão e no silêncio da alma.
Toda vez que estive só, e não foram poucas as vezes com 3.500 horas voo em aeronaves, o dobro de tempo em aeroportos e milhares de noites em hotéis nos mais distantes lugares, numa época em não existia celulares e nem internet e as ligações de telefone demoravam horas ou mesmo um dia para serem completadas. Então..., a reflexão e a música eram as únicas companheiras.
A Música une os povos e não precisa de tradução, pois é entendida, assimilada pela alma, em qualquer lugar do mundo. Eu sei disso, e muito provavelmente você também. Em todas as ocasiões em que me sinto só, eu disparo minha playlist no celular, no carro, no computador enquanto escrevo, ou em qualquer outro lugar.
Mas, responda-me antes de ler a crônica: Ao ouvir uma música que aprecia, sua atenção se fixa na melodia, a harmonia dos sons, ou você se agarra à letra, o conteúdo do tema?
Ficou na dúvida? Há razões para uma e para outra resposta. Descubra isto na crônica abaixo. clique na foto ou no link: