A morte é
onde mora a saudade... Foi preciso
uma criança de três anos perguntar, às 06:00h da manhã, para o pai que ainda
dormia, “Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?”, para que ele entendesse que a morte é onde mora
a saudade.... Dizem as escrituras sagradas: “Para
tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer”. A morte e a
vida não são contrárias. São irmãs. A “reverência pela vida” exige que sejamos
sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir.
Quero, como Rubem
Alves, autor das palavras acima, que a morte, quando chegar minha vez, seja
mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs, tal qual aconteceu com
meus pais, mesmo que para ela tenha sido aos 49 - quarenta e nove anos de idade
e ele aos 101- cento e um anos de longa e plena saúde. Portanto, é preciso que
olhemos a morte diferentemente daquele medo que nos cerca, pois também é uma
fase da vida, a última. Feliz daquele de nós que teve a chance de cuidar da
vida de um ente querido que se preparava para partir. Sempre carregará o seu
amor, condoído e dolorido demais, é verdade. Mas esse amor ausente tem nome:
Saudade..., porque está ausente e não volta mais..., porém, é apenas uma
ausência física, pois aqueles que amamos estão para sempre em nossos corações.
A Vida é a senha da felicidade. É
curta, por isso ame-a, cultive amigos e os entes queridos. Devemos viver cada
dia como se fosse o último, alegre, feliz consigo e com todos e nem pensar na
tal da traiçoeira morte. E uma boa maneira de se fazer isto é conviver com as
crianças e os jovens, nossos alunos. Eles nos renovam a cada dia. E hoje,
cultuemos, sim, a lembrança, a saudade dos entes queridos, mas com a certeza e
a alegria, conforto da alma, que os amamos a seu tempo e fomos amados por eles.
Um abraço aos amigos neste dia de reflexão e de gratidão aos entes
queridos que nos deixaram. Sempre que acompanho um amigo no adeus final, levo
uma rosa vermelha, símbolo do amor, da gratidão. É assim que encaro a partida ao
final de uma vida. Fiz questão de repetir o ritual diante de um, dentre 10 mil
túmulos dos valorosos soldados que tombaram no fatídico Dia D, do desembarque
na Normandia, na França, durante a Segunda Grande Guerra.
Brasília, 02 de novembro de 2016
Paulo das Lavras
Uma rosa vermelha para os entes queridos que nos deixaram.
Símbolo do amor e gratidão pela vida compartilhada. Saudades
A morte é onde mora a saudade... Gratidão aos entes queridos e
também
à aqueles
que deram sua vida por nós.
Cemitério
Americano da Normandia- França
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