A
família e os agregados desembarcaram no aeroporto de Brasília no dia 03 de
agosto de 1975. Desembarcou no mesmo voo, por feliz coincidência, o pai da
cidade, o grande estadista Juscelino Kubitschek. Antes de entrar no carro, que
o aguardava na área de desembarque, acenou e nos cumprimentou com largo
sorriso. Retribuí saudando-o com um “então,
Presidente, veio visitar a filha querida, Brasília. Obrigado por tê-la
construído”. Essa foi a única vez que eu e meu irmão o
encontramos, embora quando crianças nos lembrássemos de suas constantes visitas
à Lavras, nossa cidade natal. Mas, melhor recepção de boas-vindas, à cidade que
escolhi para morar nos próximos três ou quatro anos, não poderia haver.
Começamos bem o dia, ou melhor, a nova vida em Brasília que, de apenas três ou
quatro anos esperados, já se transformaram em quarenta.
A mudança, com todo o mobiliário, havia chegado um dia antes, pouco
depois daquela escura madrugada quando avistei a cidade, lá do alto da BR 040,
nas proximidades do Gama. Um brilho reluzente em meio à escuridão do cerrado.
Gostei tanto que acordei os dois companheiros de viagem a bordo do carro, meu
irmão e o radiotelegrafista da Universidade Federal de Lavras que viera visitar
um filho aqui residente. Sim, era o operador da rede de telecomunicação da velha ESAL/UFLA com o
MEC, via rádio, pois a telefonia de micro-ondas era ainda muito incipiente e
servia apenas as capitais. Satélites e internet
nem existiam. Acordados e sonolentos, os caronas também se deslumbraram
com aquela visão quase que fantasmagórica, de intenso fulgor das luzes
amareladas que surgiram de repente em meio à escuridão. Resplandeciam por todo
o cerrado, chegando às nuvens do céu como se fosse uma alvorada de matizes amarelo
avermelhados em forma de abóbada sobre a terra. Essa esfuziante recepção que a cidade
nos ofereceu, marcou-me para sempre. Nunca tinha visto Brasília sob aquele
ângulo, resplandecente na quietude da seca e fria madrugada de 02 de agosto de
1975.
Mas, a história do enraizamento só teve início
bem mais tarde. Foi num dia de janeiro de 1991, quando estávamos, a família
inteira, passando os últimos dias de férias numa escala de apenas dois dias em
Lavras e recebi um telefonema do vizinho. Amigo desde os primeiros dias de chegada,
também mineiro, Mário Santos, o oftalmologista da família, foi logo dizendo:
Venham amanhã, às 13:00h, no Ministério do Planejamento, para assinar o
contrato de compra do apartamento, pois será o último dia que o governo federal
concederá direito de preferência aos ocupantes de apartamentos funcionais.
Um
baita “problema”, pois como chegar a tempo se não dirijo à noite com visão
monocular que tenho? Não havia outro jeito ali no interior do sul das Minas
Gerais. Pegamos a Caravan e partimos naquela mesma noite. Doze horas de estrada
nos esperavam. Gastamos muito mais que esse tempo estimado. Chegamos a
Patrocínio, coincidentemente a terra natal de nosso amigo médico, às duas da
madrugada. Paramos para abastecer. Abastecer? Naqueles tempos de racionamento
de combustíveis os postos de abastecimento ficavam fechados das 20:00 às 06:00
horas. Não havia uma única vivalma transitando pelas ruas a quem pudéssemos
implorar a venda particular, a peso de ouro, de pelo menos uns vinte litros de
combustível, o bastante para avançarmos o restante da noite. Dormimos todos, ou
melhor, cochilamos, ali mesmo dentro do carro. Abastecido o carro, prosseguimos
e chegamos por volta das onze horas. Banho e lanches rápidos, terno e gravata
como de costume e lá fui para o Ministério do Planejamento, bem ao lado do MEC
onde eu trabalhava. Contrato assinado, pagamento da parcela de entrada efetuado,
que correspondia ao valor de um carro popular. Alívio geral e logo veio-me à mente aquilo que pensara
durante toda a viagem: acabei de fincar definitivamente minha raiz em Brasília.
Decisão difícil para o portador de personalidade conservadora, atávica, ligada a
terra, sobretudo às origens, onde possuía casa, fazendas de café, onde também estava,
além dos ancestrais, a sede da universidade que o mantinha a disposição do
Ministério da Educação. Ou seja, poderia, a qualquer momento ser chamado de
volta à base. Mas esse, talvez, nem fosse um problema, o que de fato nem aconteceu.
Certamente
essas foram as razões pelas quais relutei por tanto tempo em fincar raízes por
aqui. Desatar o nó atávico e o vinculo funcional era de fato complicado, embora
adorasse a cidade-parque com seus belos jardins e monumentos sem conta, além do
infinito céu azul que até parece mar. Mas, finalmente depois de 15 anos já
residindo na cidade, a decisão estava tomada. A partir de então me desfiz dos
bens imóveis na terra natal e assentei a cabeça na nova cidade. Bem...,
“assentar a cabeça” foi uma reação quase que automática, espontânea. Incrível
como a simples posse de imóvel residencial nos dá tranquilidade sem igual. O
abrigo, o teto para a família, que ninguém pode nos tirar, é um dos maiores
fatores de estabilidade emocional. Mas, afinal, o que faltava, ou por que foi necessário
tanto tempo para tal decisão? Não bastariam os encantamentos que a cidade
ofereceu durante todo aquele tempo, desde o primeiro dia da chegada? Até mesmo
com a saudação em largo sorriso do criador da cidade, JK? Não foi suficiente também o deslumbramento pelo
nosso primeiro endereço residencial, a SQS 308, a quadra modelo da Brasília do
urbanista Lucio Costa? Ali residimos por um ano e meio ao lado da Escola Parque
e Escola Classe. Da janela do 2º andar a mãe controlava a entrada e saída,
dessas escolas, das crianças de apenas três anos de idade. E o Clube Vizinhança
bem ali, à vista e ainda ao lado o pujante comercio da Av. W3 Sul com famosos
magazines como BI-BA-BO, boutiques da moda, supermercados e agencias bancárias?
Ah..., sem contar as levas de turistas estrangeiros que vinham diariamente conhecer
o primor da arquitetura urbanística, conhecida no mundo inteiro – uma quadra
residencial modelo, com escola de educação em tempo integral e ainda a Igrejinha
de Fátima imitando um chapéu de freira, obra do consagrado arquiteto Niemeyer.
Paraíso melhor não poderia haver para se criar os pequenos que se davam ao luxo
de brincar na calçada de um belo monumento como a Igrejinha de Fátima com seu
belo paisagismo ao redor. As mães agradeciam pelo paraíso para a criançada.
Que bom era, ainda, encontrar turistas do
mundo inteiro, ali, in loco, na
escolinha, com duas crianças agarradas à mão e falar sobre a excelência do
modelo educacional e do projeto residencial de estilo inovador. Os gringos se deleitavam
ao ouvir isso diretamente de um pai, sem interferência ou tradução do guia
turístico. Mais ainda quando mencionávamos, para os norte americanos, que
conhecíamos sua terra e lá desempenhávamos missões educacionais de governo na
Michigan State University. Quanta novidade, alegrias e satisfações ali naquela
superquadra modelo, patrimônio da humanidade, tombado anos mais tarde pela UNESCO.
Não
bastaria também a experiência de morar noutra superquadra, na qual ainda estamos?
A moderna quadra, com os blocos residenciais projetados em forma de ziguezague,
facilmente identificáveis quando em voos comerciais de aproximação a 1.000
metros de altura, ou ainda dos voos internacionais a caminho do Galeão a 11.000
metros ou 33.000 pés marcados no altímetro? Sim, onze mil e imagens capturadas com câmeras
simples, de pouco zoom. Uma quadra totalmente diferente, com arquitetura
singular, diferenciada, que proporciona beleza estética, conforto e privacidade
a cada unidade. Prédios novinhos em folha, sendo dos primeiros funcionários
públicos a ocupa-los. Paisagismo caprichado com vias privativas e bela vista
para o Eixo Rodoviário, o chamado Eixão, com seis pistas de cada lado,
descortinando ampla paisagem. Além das belezas da quadra havia ainda que
considerar o amplo paisagismo da cidade que proporcionava extraordinário
conforto de se sentir dentro de um parque. A cidade inteira conta com amplos
espaços vazios cobertos por frondosas árvores floríferas e ainda diversas
frutíferas que nos dão o gostinho especial de colher a fruta diretamente da
árvore. Há inclusive placas de alerta sobre quedas acidentais de grandes frutos
sobre as calçadas de pedestres. Esse imenso parque, que é a própria cidade, enfeita
e enfeitiça nossos olhares diariamente. Aqui cada estação do ano marca nossas emoções
com olhares distintos sobre as belezas das floradas multicoloridas, ora os
ipês, depois as quaresmeiras, buganvílias, cambuís amarelos, paineiras de cores
variegadas, sapucaias totalmente revestidas de intenso colorido vermelho e
assim por diante. E o que dizer do abissal céu, verdadeiro mar azul, horizonte
infinito? Ah..., agora junte-se esse maravilhoso céu ao extenso gramado, tapete
verde bordado com mosaicos de flores coloridas e árvores por todos os lados. Uma
cidade-parque, sem dúvida, com seus enormes espaços vazios que nos convidam à
reflexão, ao devaneio da alma que se enleva e nos torna mais felizes, leves e
soltos. Lúcio Costa ao planejar esses grandes espaços, ocupados pelo belo
paisagismo e as obras arquitetônicas de Niemeyer, verdadeiras esculturas,
escreveu no memorial descritivo de seu plano urbanístico que ao contrário das
demais cidades, que se conformam e se ajustam a um paisagismo, como os rios e
montanhas, aqui a cidade “criava a paisagem” em meio ao deserto do cerrado e do
céu azul como um mar. Verdade! Não foi a toa que a cidade foi tombada, poucos
anos depois, como Patrimônio da Humanidade. Basta olhar para tudo isso que ela
oferece e já temos a vida resolvida, adeus stress. Um paraíso! Quer prova maior
disso, do paraíso que é a cidade e seus encantos? Veja o depoimento de um
ilustre filho da cidade, contemporâneo dos meus que tiveram a mesma sorte, por
coincidência nas mesmas décadas. Refiro-me ao professor de filosofia da USP,
Wladimir Safatle, que aqui viveu nas décadas de 1970/80. Escreveu ele, em 2012:
Vivi em Brasília durante toda a
minha infância e, por essa razão, sempre quis um dia agradecer a Oscar Niemeyer
pela infância que ele, involuntariamente, me deu. Uma infância sem medo, sem
grades, sem muros. Infância de quem cresce diante da imensidão de espaços
vazios, capaz de acolher, sem violência, o vazio silencioso da natureza do
cerrado. Um espaço de olhares desimpedidos, onde os elevadores davam
diretamente para as ruas. Um tempo onde aprendi a beleza da igualdade e o
prazer de ver todo espaço como um espaço comum. Ironia suprema: em pleno centro
de decisão da ditadura, parecia possível ter uma infância comunista (ao menos
no sentido de Niemeyer). Nada estranho para alguém capaz de construir um
monumento que estiliza a foice e o martelo (o Memorial JK) nas barbas dos
generais da ditadura. Por tudo isso, gostaria apenas de dizer: “Obrigado,
Niemeyer. Suas ideias ajudaram a moldar nossas vidas”.
Belíssimo
preito de gratidão a aquele que soube projetar os edifícios com seus pilotis
vazados, para a liberdade do ir e vir dos pedestres diante da imensidão de
espaços vazios, capazes de acolher, sem violência, o belo paisagismo integrado
à natureza do cerrado. É nesse local que nossas crianças brincavam
coletivamente de pique - esconde,
queimada, bete e outros jogos. Esses
locais, sem grades, sem muros como disse o autor acima citado, eram espaços
privilegiados que davam às crianças um sentimento de liberdade, de igualdade. Acrescento
também o sentimento puro, de fraternidade, criando laços de amizades
verdadeiras que perduram ainda hoje. É comum ver nossos filhos, que hoje também
são pais, marcando encontros para celebrar 20, 30 ou mais anos da turminha de
infância. Virou moda convocar, pelas redes sociais e jornais, essas reuniões festivas de vários grupos
de amigos, criados nos pilotis das superquadras. O ambiente familiar, aconchegante, com
excelentes condições de locomoção, proximidade das escolas, igrejas, clube de
recreação, comercio local quase que exclusivo e outras facilidades, que só se
encontram em pacatas cidades do interior, já estava sedimentado como estilo de
vida e foi um dos fatores determinantes para a decisão de aqui se radicar. Dedico
igual gratidão ao urbanista Lúcio Costa que soube planejar com genialidade os
espaços da urbi que tanto nos atrai e nos faz bem.
Motivos
não faltavam para essa importante decisão de se radicar em Brasília. Aliás, desde as primeiras visitas, como gestor
educacional da Universidade Federal de Lavras, já em 1973, a admiração por
Brasília estava presente. A começar pela Esplanada dos Ministérios e a Praça
dos Três Poderes com seus belos edifícios e amplas áreas ajardinadas. No MEC, onde fui trabalhar, representando a universidade,
encantei-me com a belíssima escultura, Morena, de Brecheret, que decorava o
grande salão de recepção. A catedral Metropolitana e os palácios do Planalto,
Alvorada e o Congresso Nacional eram, dentre outros, os principais atrativos que
me seduziram por toda a vida, pois ainda hoje, mais de 40 anos depois, os
contemplo com a mesma admiração.
Ainda assim, com todas as
evidências de inequívoco amor à cidade que acolheu maravilhosamente a mim e
toda a família, a decisão de aqui radicar demorou bastante. Não por falta de
vontade, mas exclusivamente por razões atávicas que aos poucos foram se
diluindo e finalmente culminou com a aquisição da casa própria, numa das mais
aprazíveis superquadras da cidade de apenas 55 anos e à qual me apaixonei desde
que ela havia completado apenas 15 anos de idade, quando aqui aportei. Lá se
vão 40 anos..... Ainda assim, hoje e a todo o momento, dirigindo o carro ou
caminhando pelas alamedas arborizadas e ajardinadas, que serpenteiam a cidade
inteira, por mais de 120 quilômetros, às vezes paro, olho, admiro e fotografo
suas belezas. Um privilégio aqui viver e criar raízes. Mas não são apenas as
raízes psicológicas, da estabilidade emocional, pois para marcar o evento daquele
janeiro de 1991, também plantei outras raízes. Duas árvores frutíferas, logo
atrás do prédio, na área de lazer. A enorme mangueira e a goiabeira fincaram
raízes para valer. Desde então, há 25 anos, criaram estabilidade e vigor com
garantia de muito tempo de vida pela frente. Seus enormes troncos que o digam e
hoje os netos adoram colher suas frutas e brincar de escalar aquela que tem a
casca bem lisinha e até placa de identificação. Se a goiabeira foi adotada pela
prefeitura e até ganhou placa de identificação a seu pé, a mangueira não fica
atrás. Fez e faz história anualmente, por ocasião da safra de suas frutas. Aliás,
já sugeri a criação do torneio anual da “corrida da manga”. Basta um ventinho e
cair uma chuva de mangas maduras para os vizinhos saem em desabalada carreira
para catar as mais bonitas e docinhas. Para quem a plantou, essa corrida e a
expressão no rosto de cada adulto competidor ao encontrar concorrentes com as
mais esfarrapadas desculpas na “cata da manga”, não tem preço. Dou gargalhadas
de satisfação e conto-lhes a história da mangueira. Quase sempre alguém conta a
sua própria história dos tempos da infância em seus quintais e pomares. Doces
reminiscências. Se o plantio de uma árvore, de lento crescimento, simboliza a
esperança de que produza sombra, abrigo e alimento para os pássaros e frutos
para os filhos e netos, posso dizer que tenho sido feliz.
Não bastaram os jardins e a “floresta” plantados
na chácara para deleite nos finais de semana. Na cidade-parque há árvores que
envolvem completamente os setores residenciais. Seus prédios ficam “afogados”
entre árvores e são vistos de corpo inteiro apenas em fotografias aéreas. Ipês,
de todas as cores há em abundância, mais de cem mil espalhados por toda a
cidade. As árvores, além de proporcionarem beleza produzem equilíbrio
climático, sombra, abrigo para os passarinhos que ali se alimentam e fazem seus
ninhos. Servem de escalada nas alturas para os meninos mais aventureiros e
ainda dão frutos que fazem a alegria das crianças e adultos-crianças que os
disputam em desabalada carreira. Descansam a vista, bálsamo para a alma,
convite à reflexão em plena harmonia com a natureza. Um privilégio abrir a
porta de saída e a apenas dez passos, somente sete metros de distância, entrar em
uma verdadeira “floresta”, onde se pode caminhar por extensas alamedas
paralelas e ciclovias, em mais de 120 quilômetros que recortam os treze
quilômetros das Asas Sul e Norte, no chamado Plano Piloto da cidade. Nessas
caminhadas, agora mais frequentes com a aposentadoria, colhemos frutas (há foto de uma faixa com
inusitado aviso: “Cuidado: queda de abacates”), interrompemos o passo para ceder
a passagem aos passarinhos e fotografá-los comendo as frutas maduras caídas
pelo caminho. Sabiá, bem-te-vi, pomba selvagem-trocal, joão-de-barro são
constantes. Uma ave de grande porte também passa por ali, desconhecida até
então, mas que mediante foto enviada ao Zoológico, foi logo identificada por um
especialista, a Curicaca. Brasília é mesmo uma cidade parque, especialmente a
superquadra onde resido, um mar de plantas, gramados, jardins e céu azul
infinito. Hoje, decorrido bastante tempo de residência, posso afirmar que foi
uma excelente decisão aqui radicar. Fincar raízes da alma e de plantas faz bem.
Raízes nos fazem mais firmes, felizes sempre, onde quer que estejamos. Bem que
desconfiei..., os três ou quatro anos previstos incialmente, para a estada em
Brasília, estavam se prolongando muito. Passaram-se cinco, dez, quinze... e
ninguém reclamava inclusive eu. Deu no que deu e já se vão 40 anos fincando
raízes. Raízes estabilizam não somente as árvores. Elas próprias, as árvores,
nos ajudam a nos estabilizar em harmonia com a natureza, a Vida!
E plagiando o
autor citado, que passou a infância na cidade-parque, repito e acrescento:
Obrigado JK, que pessoalmente deu-me as boas vindas à sua bela cidade que
escolhi para morar. Obrigado, Lúcio Costa. Obrigado, Niemeyer. Seus sonhos e
arrojos, com ideias criativas de uma cidade-parque, ajudaram a moldar a vida de
nossos filhos que aqui foram criados e hoje todos eles, os filhos e a cidade, nos
proporcionam muitas alegrias.
Brasília,
28 de abril de 2015
Desembarcando em Brasília, novo lar,
três filhas, duas gêmeas com as babás e a caçula no colo
da mãe, com apenas 1 ano de idade.
Estada prevista de três ou quatro anos..., já completou 40
Explorando a cidade, logo na chegada, em
agosto de 1975. Palácio do Itamaraty, a beleza
arquitetônica
de Oscar Niemeyer aliada à genialidade urbanística de Lúcio Costa
Bloco I, da SQS 308, a primeira moradia,
na Quadra-Modelo de Brasília, com a Igrejinha de
Fátima, escolas em tempo integral, clube de
unidade de vizinhança e paisagismo de Burle Marx
A exuberância do bosque da nova Superquadra, morada a partir do segundo ano. Prédios
mergulhados em meio às árvores que
compõem refinado paisagismo
Todas as superquadras são arborizadas e ajardinadas
Paisagismo bonito mesmo à noite. Um avião
sobrevoando o avião desenhado por Lúcio Costa
Os “mares” de Brasília, o verde e o azul,
marcantes
o azul intenso emoldurando o escultural Palácio
Um buquê de flores – ipê roxo na Esplanada dos Ministérios
Bela escultura no saguão do MEC – Morena de Brecheret
Outro buquê, amarelo, enfeitando a Procuradoria Geral da República
Ipês no Setor Bancário Norte
prédios escondidos em meio à “floresta” da superquadra residencial
Paisagismo
esmerado na superquadra residencial e...
grande área de lazer e esportes na entrequadra
... e equipamentos de ginástica ao ar livre
... ciclovia e passarela para caminhadas à
sombra
....bela vista da sacada da área de serviço
Tive que parar para dar passagem às curicacas. Aves grandes e de longo bico curvo
....Aprenderam
a explorar o bosque da superquadra. Toda
vez que as máquinas passam, aparando o gramado, as curicacas aparecem logo em seguida
para saborear os bichinhos desalojados e
pululantes.
Nem
mesmo a pomba-trocal, selvagem, arisca por natureza, parece se importar com o
caminhante que, tranquilamente a fotografou. Em seguida voou, pousou na árvore
e desfiou seu canto característico, melancólico, relembrando ao menino, com
certo remorso, as caçadas que lhe faziam com a cartucheira nos grotões da fazenda.
Hoje, o prazer é outro... contemplar essas maravilhas da natureza..., a Vida!
Frutas à vontade e alerta pelos jornais aos descuidados pedestres
A goiabeira e mangueira ao fundo, à esquerda,
que plantei há 25 anos
... foi adotada pela prefeitura, com direito à placa
de identificação.
Os netos adoram, mais pelas
escaladas que pelas goiabas
A
cidade-parque, Brasília, de puro e belo paisagismo, que inclui contêineres de
lixo reciclável em cada superquadra, também acolhe os desvalidos catadores de
lixo. Nesse dia, nem bem saí da garage, logo pela manhã para mais um dia de
trabalho, eis que me deparo com a cena que foi registrada em foto. Tratei-a com
muito respeito e a ajudei naquele dia, recomendando-lhe ainda que também
comprasse um pouco de milho para o seu cavalo. Foi um dia feliz para o menino,
ouvindo a história sofrida de Dona Severina, batalhadora que veio do Piauí e vive
na invasão do setor de clubes sul, bem próximo à Ponte JK.
O sonho do visionário JK, que se transformou em
realidade. Sempre que passo pela Praça dos Três Poderes, paro, leio, medito e
admiro e o Homem que construiu Brasília
As
comemorações do 7 de Setembro sempre atraíram o menino desde a infância. Não é
diferente ainda hoje, como essa da foto que comemorou também os 70 anos da FEB-
Força Expedicionária Brasileira, que lutou na Itália, durante a Segunda Grande
Guerra Mundial.
Mas, não são apenas os pássaros, as crianças e a Dona Severina que gostam dos parques
das quadras residenciais ou mesmo do grande Parque da Cidade. Paul McCartney também
desfrutou desse privilégio quando aqui veio fazer um mega show, em 23/11/2014
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