Leia
para uma criança. Isso muda o mundo, diz a propaganda de um banco comercial.
Muda mesmo, nada mais bonito e gratificante do que os olhinhos de contentamento
da criança. Não há cansaço e desculpas que justifiquem não
participar dessa gostosura. Nem mesmo o cochilo na rede após o almoço de
domingo, regado a vinho, deve ser poupado, pois o "sacrifício" dessa
interrupção para atender ao apelo da criança é imensamente recompensado.
Cria-se um laço indissolúvel de camaradagem e amor, para sempre. Quem não se
lembra das histórias contadas por nossos pais? Ainda hoje as lembro, embora
tivesse apenas dois anos e meio anos idade quando passei mais de seis meses
embalado no colo deles, restabelecendo de delicada cirurgia torácica e por isso,
as histórias e as cantigas infantis eram o bálsamo para o menino convalescente. Que
vontade tínhamos de também pegar carona dentro da viola do compadre urubu e ir à
festa no céu, tal qual fez o sabido sapo, ou então ser esperto como o coelho
que conseguia enganar a onça. E encenar o teatrinho da peça do Chapeuzinho
Vermelho? Nela os meninos, garbosamente marchando forte na sala de aula, empunhavam
“espingardas” ao ombro e a procura do Lobo Mau, cantávamos o refrão:
Nós somos os caçadores e nada nos amedronta
Damos
mil tiros por dia, matamos feras sem conta
Varamos
toda floresta, por mares e serranias
Caçamos
onça pintada, pacas, tatus e cotias
Enquanto
o esplendor da inocência existir no mundo as crianças continuarão assim, puras
e sinceras na expressão de seus sentimentos e cabe a nós, respeita-las e ama-las
em dobro. Em seu mundo encantado existem animais que falam, fadas madrinhas,
bruxas malvadas, reis e rainhas, belas princesas, sapos que viram príncipes,
coelhos espertos que enganam onças e raposas, porquinhos preguiçosos e outros mais
diligentes, galinhas que botam ovos de ouro..., tudo enfim que povoa a sua terra
encantada. E onde nesse mundo começa a fantasia e acaba a realidade? Não
importa, pois a capacidade deles de sonhar, imaginar é ilimitada. Em tudo eles veem
uma ocasião especial onde o bem sempre vence o mal.
Assim
são as crianças, anjos enviados do céu para alegrar e prolongar a nossa vida
nessa terra que, às vezes, nem é tão encantada como elas pensam. Mas, isso não
tem a mínima importância diante do reino encantado habitado por elas. Uma
dádiva de Deus.
Brasília,
15 de dezembro de 2013
Paulo
das Lavras
Vovô lendo historinha do “dente que doía”,
para Sarah, com cinco anos de idade. Num
domingo
na chácara, após almoço regado a vinho. Gargalhadas sem fim e história contada
e repetida pelo menos umas três vezes
seguidas. Amor demais...
Pedro
Henrique, com dois anos e dois meses de idade, ouvindo da vovó a historinha “o
vovô e
o ganso”. Esse livro foi escrito
por um amigo e colega de trabalho nos EUA. Interessante a
atenção e o gosto do netinho, com a
mesma idade que tinha o menino das Lavras convalescente no
colo dos pais. E pensar que, já
nessa idade, a mente infantil capta e grava os contos e cantigas que
lhe foram contados e cantadas
repedidas vezes. Ainda as lembro com doçura e gratidão aos pais.
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