Um
presidente disse, em passado não muito distante, que os carros nacionais eram verdadeiras
carroças. Por isso abriu as importações e os primeiros a chegarem ao país foram
os carros populares russos, como o Lada, ruim que só. De lá para cá a indústria
automobilística nacional melhorou um pouco a qualidade dos carros, produzindo,
logo de início, os automóveis com câmbio automático. Resisti um pouco, mas logo
no início da década de 90 comprei o meu primeiro carro com esse câmbio
diferente que, supostamente exigiria maior manutenção e gastos com combustível.
Nada disso..., puro conforto e nunca mais voltei para o câmbio de marchas
manuais. O carro de câmbio automático é infinitamente mais prático e confortável,
pois tem perfeita sincronia das marchas, no tempo certo, sem barbeiragens.
Mas, antes dos carros de câmbio mecânico
(antigos) ou hidramáticos (como dizíamos dos carros importados, com câmbio
automático, como aquele bonito Cadillac Chevrolet 1950, vermelho, do Ciro
Arbex), eram comuns as carroças e charretes nas pequenas cidades. As primeiras
para transporte de cargas como as do Sinésio e Tatá Carroceiro, cujo lema era:
“Tatá carroceiro, cuidadoso e caprichoso, carrega guarda- roupas e cristaleiras...”.
E tome prurú...uuuuh... tatá...tá,
sua voz de comando para as parelhas de fortes mulas a vencerem os morros e ruas
de paralelepípedos da cidade nos anos de 1950/60. Havia ainda outras enormes
carroças, do Sr Pedro Joana e do Tião Carreiro, ambos pelos lados da Ponte
Alta, de onde carreavam areia, pedras e tijolos para as construções na cidade.
Por serem cargas muito pesadas e havia subidas íngremes nas estradas de acesso
à cidade, especialmente nas ruas da Chapada e do Charquinho, seus carroções
eram puxados por duas juntas de bois, às vezes mais.
Mais
antigo que esses quatro famosos e disputados carroceiros de Lavras era o Sr
Guarino, italiano que fazia ponto na estação de trem da EFOM e de lá
transportava as cargas chegadas do Rio e São Paulo para as lojas do Haical
Haddad, Ticle, Máquinas Libeck e outros comerciantes da cidade. Certa vez o Sr
Guarino queria aumentar o preço do frete e para justificar ao Sr Haical, disse
que era obrigado a fazer isso, pois até mesmo a assinatura de seu jornal
italiano, “Fanfulla” (antiga Gazzetta
Del Popolo)
havia encarecido muito e que ele não poderia ficar sem aquele jornal com
notícias da italianada no Brasil e da distante pátria que um dia deixou para
trás. Comovido, mas mais ladino ainda, o Sr Haical respondeu de bate pronto:
Não me pegas nessa, “Sior Guarino”,
pois os jornais de Beirute, minha terra mais distante que a sua, continuavam a
chegar a Lavras pelo mesmo preço... Não tem aumento nenhum ...! Diante da
negativa, saiu-se com a desculpa de que subir o morro da Estação era muito
trabalhoso na época de chuva, pois as carroças encalhavam até o eixo nos
atoleiros e cavas ao lado da linha do bonde e tinha que arregimentar ajudantes
para ajudar a retira-la. Emendou, ainda, que além de tudo, o aluguel dos pastos
do Sr Nicolau Romanielo está muito caro. E veja Sr Haical, disse o carroceiro,
quanto pasto verde há ali, pois a imensa pastagem se iniciava no cruzamento das
ruas Álvaro Botelho com Misseno de Pádua e chegava até o túnel. O Sr Guarino
tinha razão, a pastagem era enorme, começando ali no buracão dos fundos da
atual Agencia do INSS, descia pelo córrego até a antiga sede da CLE- Companhia
Lavrense de Eletricidade que, o próprio Haical era sócio e a construiu nos anos
50. Dali, dos fundos da CLE, alcançava
os trilhos da RMV, englobado toda a área da atual Avenida JK, na vertente. Dali,
rumava, com cerca de arame farpado, margeando a Rua Otacílio Negrão em toda a
sua extensão até encontrar-se novamente com a Misseno de Pádua. Aliás, essa
grande pastagem era privilegiada e ali se “hospedavam” os cavalos de viajantes que
pernoitavam nos hotéis da cidade (a área foi loteada, desenhada pelo Dr Agenor
Alves Guimarães, ainda nos anos 50, informa-nos o Paulo dos Pianos). Um tanto
indignado, o Sr Guarino prosseguiu com seus argumentos para aumentar o valor de
seu frete da Estação para a loja “A Glória Lavrense”. Imagine, Sr Haical, ai..,
ai do signore, una lastima, se não
fosse minha carroça pois os chaufers de
caminhão de praça não colocam nunca seus autos
ali, pois deslizam , atolam e nem as grossas correntes nos pneus resolvem, só
mesmo o trattore da schola agrícola para desatola-los... Foi
isso que vi ainda há poucos dias com o caminhão International da SOTECO, do signore Dr Agenor Guimarães. Não se sabe se depois disso, o
Sr. Haical concordou com o aumento do valor de frete da estação até a loja em
frente à matriz da cidade, contou-me o mano Anízio Pereira da Silva, profundo
conhecedor do folclore lavrense e outras notícias de bastidores.
Por
falar em notícias orais, não se pode esquecer da Confraria da Praça. Aliás, a
Confraria da Praça, do jardim de Lavras, é um grupo que merece história à
parte. Faz-nos lembrar da chamada “Boca Maldita”, do calçadão de Curitiba,
cidade pioneira em criar ruas fechadas ao tráfego de veículos e destinadas
somente a pedestres. Londrina, no norte do Paraná, também tem a sua “Boca
Maldita”, localizando-se também num calçadão, ao lado de um bar-café na antiga
Galeria do Cine Augustus, no centro da cidade. Assim nos relatou um ex-frequentador
da Confraria da Praça de Lavras, o primo Rui Rezende, quando residiu na cidade por
bom tempo. Essas confrarias são grupos especializados em contar casos e causos
do arco da velha. Muitos até impublicáveis. Porém, na maioria das vezes, são fatos
verídicos que compõem e perpassam a vida, o tecido social de uma comunidade e
por isso, como dito, aquela confraria merece uma história à parte. Mas, de
qualquer forma, lá como cá, seja em Curitiba, Londrina ou Lavras, a Confraria é
composta principalmente por respeitáveis senhores, aposentados. Em Lavras reúnem-se
diariamente, exceto aos domingos, de 10:00 às 11:00 horas, ali no banco do
jardim, defronte a Igreja do Rosário e ao Clube de Lavras. O cumprimento do
horário é rigoroso, pois não podem se atrasar para o almoço em casa, sob pena
de serem proibidos de frequentar o lugar. A debandada geral das 11 horas ganhou
também o apelido de Leão das Onze, plagiando o Leão das Nove (21 horas), quando
nos anos 60/70 aquela mesma praça se esvaziava totalmente, pois as meninas
tinham que se recolher naquele horário. Não havia namorado, noivo ou quer o que
fosse, para “segurar” as meninas quando batiam as nove horas da noite. A praça
virava um deserto. O mesmo acontece com os quatro bancos enfileirados e cativos
da Confraria..., vazios, vazios, às 11h01min.
O presidente da confraria era o Alfredão, professor
aposentado da Esal/Ufla que às vezes dividia a turma em dois bancos ou mais
(eram quatro bancos lado a lado), tantos quantos fossem os frequentadores. O
presidente era mesmo o carro chefe das conversas, inteligente, capaz, perspicaz,
verdadeira enciclopédia ambulante da memória de casos e causos da cidade. Para
início de conversa foi ele, o Alfredão, que me indicou para o primeiro emprego
em Belo Horizonte, numa importante empresa de planejamento agropecuário e
paisagismo, que cuidava dos jardins da cidade, do gramado do Mineirão e do
belíssimo paisagismo da Refinaria Gabriel Passos. Na praça, ou jardim, se assentavam de um lado os nativos tradicionais, Abílio
Ticle- relator do caso do carroceiro Guarino, Anizinho, meu mano, Fernando
Avelar, Jorge e Toninho Chalfun, Olímpio Andrade, Chico Rodarte, Marcio
Andrade, Chiquitão, Caio, e outros de saudosa memória. Nos outros bancos ao
lado se concentravam os que tinham raízes na Esal/Ufla, como o Lazinho, Afonso,
Dalto, Evandro, Marcelão, Jander e também os visitantes, ávidos por notícias
“fresquinhas” da cidade. Recentemente, um de nossos colegas, o Dico, que veio
de Sorocaba, sentiu-se mal, ali mesmo, no banco do jardim e ao lado dos amigos.
Foi socorrido e levado ao hospital, mas infelizmente não resistiu, causando-nos
a todos os presentes e à comunidade lavrense verdadeira comoção, grande
pesar. Mas, além dos visitantes de
outros estados e regiões, havia também, ali na confraria, a turma de visitantes
de Brasília, o Zé Marcio-Tenório, seu irmão Cláudio, Sebastião Jander, Paulinho
V.O., Silvani, Ednaldo Mesquita e outros, além deste menino das Lavras, mesmo
que raramente, mas, ainda assim, quando ali passava por uns dez ou vinte
minutos, tomava conhecimento de todas as “novidades” da cidade. Muitas delas já
foram aqui contadas, mas a maioria já está cadastrada para publicação em
crônicas. Havia ainda, outro personagem, protagonista daquela confraria, hors concur, o saudoso Renato Libeck,
fotógrafo profissional que tudo registrava com a maior alegria e também ouvia
os causos dos mestres das narrativas, Alfredão, Ticle e outros que se
sobressaíam na arte de contar casos engraçados dos Campos do Arraial de
Sant´Anna das Lavras do Funil. Dali, um pouco à frente a quase tricentenária
Igreja do Rosário, inaugurada em 1754, tudo ouvia e via. Suas paredes foram e
ainda são testemunhas e o sonho de todo historiador ou simples escriba de
crônicas narrativas é que elas, a que tudo assistiram e ouviram, pudessem nos
contar um pouquinho do passado, pelo menos as histórias mais suaves, sem deixar
constrangida a Senhora de Sant´Anna.
Mas,
voltando às carroças, havia ainda, naquela primeira metade do século passado,
as charretes para transporte de passageiros. Eram mais macias, com pneus de
borracha e dotadas de pequenas carrocerias que serviam para o transporte de
cargas leves. Eram muito utilizadas pelos leiteiros que vinham das fazendas
mais próximas e abasteciam a cidade com seus latões de 50 litros. O leite era
vendido de litro em litro, medido à vista do freguês, ou então colocado em
garrafas de segunda mão ou pequenos vasilhames de cozinha que eram deixados, de
espera, no portão ou na janela das casas. Dentre os leiteiros mais tradicionais
da parte alta da cidade havia o Sr Joel que coletava o leite nas fazendas da
região do ribeirão Santa Cruz e antigo campo de aviação, distribuindo-o do
Batalhão até as ruas do túnel, Otacílio Negrão e Melo Viana, na atual Praça do
Trabalhador. Dali para baixo, até a matriz, era a zona comercial do Sr Juquinha
Leiteiro, que com sua charrete puxada por um burro baio, coletava o leite na
região do Gato Preto. Havia ainda outro,
o Sr Messias leiteiro, que servia apenas aos bairros São Vicente e Jardim
Glória que, até os anos 70/80 era esparsamente povoado e onde só existia uma
estrada carroçável, passando ao lado da imensa chácara do Cel. Juventino Dias,
onde hoje é a avenida de mesmo nome.
Mas,
tudo isso foi até os anos 60/70, pois a partir de então entraram os veículos
motorizados já fabricados no país. Com a expansão da indústria automobilística,
iniciada por Jk no final dos anos 50, as carroças e charretes foram perdendo
espaço para os fuscas/VW, caminhonetes e caminhõezinhos ¾, principalmente das
marcas Chevrolet e Ford. Então as charretes e carroças de tração animal
desapareceram a partir dos anos de 1970? Não, pois recentemente parei o meu
SUV, saltei e fiz essa linda foto de dona Severina, catadora de lixo
reciclável, em pleno centro de Brasília, a capital modernista traçada para ser
transitada por veículos automotores em velocidade.
A singeleza de
dona Severina, com sua carroça em pleno centro da capital federal, catando lixo
reciclável. Confesso que me emocionei ao lembra-me das carroças e charretes de
entregadores de mercadoria na minha cidade natal, onde passei a infância e a
juventude.
Foto do autor, 2012
E
por que estamos falando de carroças e charretes, 60 ou 70 anos depois? É que hoje,
em pleno fevereiro de 2021, as redes sociais publicaram uma foto inusitada, de
um senhor de 90 anos de idade, tomando a vacina contra o coronavirus, tendo dirigido
sua própria charrete até o drive-thru da prefeitura da cidade de Piracanjuba/GO.
O Sr. Juarez Barbosa, tal qual o Tatá, Sinésio, Guarino, Joel, Messias e
Juquinha do Gato Preto e ainda a dona Severina, de Brasília, passou a vida toda
ao lado de seus cavalos, carroças e charretes. Assim, é natural que ele ainda
hoje, em avançada idade, sinta prazer em usufruir de seu próprio meio de
transporte com um cavalo mais que adestrado.
O Sr Juarez
Barbosa, de 90 anos, adestrador de cavalos e agora aposentado, arreou seu
alazão na charrete e foi tomar a vacina contra o coronavirus, no drive-thru, na
pequena cidade de Piracanjuba/GO
Foto: Prefeitura de
Piracanjuba- 12/02/2021
Não sei por que, mas, a foto estampada recentemente
nas redes sociais, com o nonagenário Sr Juarez, usando chapéu de vaqueiro, esbanjando
saúde e disposição para pilotar sua charrete até um drive-thru, fez-me lembrar
dos tempos das carroças e charretes de minha cidade natal, naqueles idos de
1950/60. Foi como um gatilho que
destravou o subconsciente e dali brotaram as lembranças, as imagens do lendário
Tatá carroceiro que fazia frete na cidade inteira. Andava com sua carroça
tracionada por dois ou três vigorosos burros por toda parte, especialmente
pelos lados do matadouro. A quantidade dos animais dependia do peso da carga e
do itinerário, com poucas ou muitas ladeiras fortes ou mais suaves. Ali, com
certeza para descer até os fundos do córrego do matadouro e depois voltar com
carga pesada, era preciso ajoujar os três burrões de tiro, como dizem os franceses
(tirer = puxar). Mas, ao passar pelos
lados da igreja do Rosário, em direção à Rua Firmino Sales e Chacrinha, deixava
as crianças, três ou quatro meninas que residiam ali nas redondezas da igreja, se
aboletar de qualquer jeito na carroça. Os pais das meninas ficavam desesperados,
com medo da perigosa carroça que descia rua abaixo. Agora, vendo a foto do Tatá
tocando uma flauta, em pura encenação para o amigo Paulo dos Pianos, lembra-nos
as cenas da história do flautista de Hamelim que, também tocando uma flauta,
encantou as crianças e as levou, enfeitiçando-as e aprisionando-as numa
caverna... Mas nada disso, Tatá gostava das crianças e quando nos via soltava o
seu característico “pruru-uuuhhh... tatá” e estalava o chicote para comandar os
burros que tracionavam a carroça. Dava um sorriso matreiro, de poucos dentes,
só para nos agradar e retribuíamos com pedidos de novos pruru-uuuh. Só não
gostava quando ouvia alguém provoca-lo com aquele maldoso versinho de pura
cacofonia: "fui na casa do Tatá, mas o Tatá num tava lá; a mulher do Tatá tava
e é mesmo que o Tatá tá.". Se ele ouvisse, ficava bravo e era hora da
meninada correr, tal qual corríamos do Sr Juvenal depois de provocá-lo com o
chiste: “Segura Sr Juvenal... Tá seguro dona Zica”.... Essa era a cidade, o
paraíso do Menino das Lavras que até no pseudônimo carrega a alegria da
infância.
Em outubro de 2019 , depois de lançar um desafio
para postagem de fotos desse grande e folclórico personagem, o Tatá carroceiro.
De imediato recebemos duas fotos do personagem, visitando, com sua esposa, o
stand da loja Paulo dos Pianos, na Exposição Agropecuária de Lavras dos anos
70. Também recebemos do saudoso colecionador Renato Libeck, que nos deixou
enlutados há poucos dias, algumas fotos do carroceiro Sinésio. Ambos, Tatá e Sinésio,
marcaram gerações nas ruas da cidade. Eram conhecidos de todos, sempre
prestativos, deixando indeléveis memórias em nossas almas. E hoje, ao aparecer
na mídia a foto da charrete no drive- thru, com o simpático idoso de 90 anos
tomando vacina contra o coronavirus, nos lembramos com saudade das figuras que
povoaram a nossa infância, nos tempos em que ainda predominavam o transporte
nesses veículos de tração animal. Surpreendente, sessenta, quase setenta anos
depois, ainda nos depararmos com cenas tão marcantes de nosso passado. A alma
agradece, respeitosamente, aqueles que um dia nos alegraram e a outros que
ainda hoje são capazes de usar esses veículos que eles mesmos constroem e
treinam os animais para traciona-los, e com maestria, a despeito da longeva
idade. Saúde para o senhor Juarez que já
tomou sua primeira dose da coronavac.
Brasília, 16 de fevereiro de 2021
Paulo das Lavras
Tatá, o
famoso carroceiro, fazendo pose ao piano no stand da loja Paulo dos Pianos, na
Exposição Agropecuária de Lavras dos anos 70.
Foto: arquivos de Marcelo Marinho Alves
Tatá e sua esposa, violino e flauta, na Expoagro de
Lavras dos anos 70
Foto: arquivos de Marcelo Marinho Alves
Sinésio de Souza e seu filho, nos tempos de sua antiga carroça
com roda de madeira e aro de ferro, esperando carga na Estação da Oeste, em
Lavras
Foto: arquivos de Renato Libeck – a data gravada
na foto não corresponde à da tomada (sic)
Sinésio, com carroça mais moderna para uso em ruas
calçadas. Pneus de borracha e molas mais reforçadas, transitando em frete ao
muro do cemitério paroquial de Lavras
Foto: arquivos de
Renato Libeck – a data gravada na foto não corresponde à da tomada (sic)
Os “enormes” caminhões da marca International- ano
1946, pertencentes à construtora SOTECO. Caminhões como esses não enfrentavam
os atoleiros do morro da Estação. Coisa somente para carroças puxadas por fortes
parelhas de burros e ainda assim atolavam na cava, ao lado da linha do bonde.
Foto: Paulo Oliveira
Alves. Primórdios do Automobilismo - 2ª edição, 2005- pg 55
Os quatro bancos da praça, privativos da Confraria, ficam do lado de cá
da rua, de costas para o imponente Clube de Lavras e o ponto de taxi. Segundo o
historiador Renato Libeck, que há tempos me presenteou com esta foto, o carro
preto em primeiro plano é o luxuoso Ford Mercury, ano 1951, que pertenceu a meu avô, Anízio
Alves de Abreu (Anízio Gaspar) que o vendeu a um taxista, amigo de Renato. Era
o nosso carro preferido, até o ano de 1959, quando foi vendido e se tornou “carro
de praça”.
Foto: cortesia de
Renato Libeck
A facha principal da tricentenária Igreja do Rosário
é a vista principal dos bancos da Confraria da Praça. Estão localizados logo à
esquerda, do lado de cá da rua.
Foto do autor - 2019
Os quatro bancos cativos da Confraria da Praça, o
jardim de Lavras.
Foto: arquivos de
Renato Libeck
O presidente da Confraria da Praça, do jardim de
Lavras, Alfredão, contando as “novidades” para Dan Gammon e o Menino das Lavras,
sobre o Sesquicentenário do Instituto Gmmon
Foto do autor - Lavras, IPG agosto 2019
Renato Libeck, grande historiador e amigo que nos
deixou recentemente. A seu lado os amigos Fernando Octávio de Avellar (lançando
seu livro sobre a Olímpica), Marcus Paulus e Giovane Nemeth-Torres. Time de
primeira linha de historiadores de Lavras. A cidade perdeu um dos maiores
expoentes da história e cultura da comunidade.
Foto: Renato Libeck-
Casa da Cultura, Lavras 01/02/2017
Membros da da Confraria da Praça, do jardim de Lavras, Anizinho,
Toninho, Ronaldo e Maurício, confabulando assuntos do arco da velha, na sede da
Confraria.
Foto: Coleção Renato
Libeck- Lavras 13/02/2017
Prof. Bernad Bartels, da Esal, no banco da praça de
Lavras. Trazia suas próprias noticias, no jornal e certamente as repassava ao
jovem elegantemente trajado, conforme mandava o costume de então. Havia uma lei
municipal, de 1919, obrigando o uso de paletó para se frequentar a praça, o
jardim da cidade.
Foto: arquivos de
Renato Libeck
Fanfulla, o jornal da colônia italiana no Brasil,
comprado pelo carroceiro Guarino, de Lavras. Valeu-se de seu elevado preço para
justificar aumento do frete de cargas em sua carroça. Vale lembrar que Fanfulla era o nome do Vapor que transportava os imigrantes italianos, do porto de Gênova para o porto de Santos, durante muitos anos. Assim, o nome do jornal seria uma saudosa refencia à distante pátria mãe.
Foto: internet