Jorge
Amado tietou no agreste e antes escreveu Gabriela Cravo e Canela. Naquele setembro
de 1976, com o grande sucesso alcançado com a telenovela de mesmo nome, corri à uma livraria no Conic, Setor de Diversões Sul
de Brasília, enfrentei enorme fila e ganhei o autógrafo da nova edição do
livro, com linda dedicatória do marido de Zélia Gattai. Valera o sacrifício, de
pé, por mais de hora de espera, pois aquela sua obra prima o imortalizou na
esteira da novela de mesmo nome. E hoje rememorei aquele longínquo dia, embora
com outro famoso escritor e ainda sem o desconforto de filas e saboreando um
expresso curto, que aqui chamamos de carioquinha, servido com pequeno tablete
de chocolate e mini taça de água gasosa (quer delícia maior? Melhor que o chá
das 5 horas com a rainha da Inglaterra...rsrs).
Mas, Brasília não é o agreste, árida e nem mesmo está seca. Chove bastante nesse início de novembro. Embora o voo que o trouxe tivesse atrasado uma hora, o autor mais lido da década no Brasil e também psiquiatra mais lido na atualidade em todo o mundo, chegou à livraria Saraiva com grande alegria, largo sorriso e passou a cumprimentar efusivamente os convidados especiais - os maiores de 60 anos..., confortavelmente assentados em poltronas ao lado da mesa de autógrafos. Me surpreendo ao saber que ainda há gente com receio de chegar aos sessenta. Nem me lembro de quando cheguei, de tão bons usufrutos, quase que diários, em filas de bancos, cinemas, shows, teatros, que tenho colhido ao longo desses doze anos na faixa da melhor-idade. Só me lembro de um uma única vez que não valeu de pronto. Na fila do bandejão da UnB, quilométrica. O aluno, após meu pedido para entrar na fila, à sua frente, gritou sem dó, nem piedade: “Professor, fome não tem idade...”. Paguei o maior mico, gargalhada geral. Mas, na verdade ele só queria zoar e acabou deixando-me entrar ali mesmo e os dois gringos, americanos, que me acompanhavam nada entenderam.
Mas, Brasília não é o agreste, árida e nem mesmo está seca. Chove bastante nesse início de novembro. Embora o voo que o trouxe tivesse atrasado uma hora, o autor mais lido da década no Brasil e também psiquiatra mais lido na atualidade em todo o mundo, chegou à livraria Saraiva com grande alegria, largo sorriso e passou a cumprimentar efusivamente os convidados especiais - os maiores de 60 anos..., confortavelmente assentados em poltronas ao lado da mesa de autógrafos. Me surpreendo ao saber que ainda há gente com receio de chegar aos sessenta. Nem me lembro de quando cheguei, de tão bons usufrutos, quase que diários, em filas de bancos, cinemas, shows, teatros, que tenho colhido ao longo desses doze anos na faixa da melhor-idade. Só me lembro de um uma única vez que não valeu de pronto. Na fila do bandejão da UnB, quilométrica. O aluno, após meu pedido para entrar na fila, à sua frente, gritou sem dó, nem piedade: “Professor, fome não tem idade...”. Paguei o maior mico, gargalhada geral. Mas, na verdade ele só queria zoar e acabou deixando-me entrar ali mesmo e os dois gringos, americanos, que me acompanhavam nada entenderam.
Fui dos primeiros a ser chamado, embora a senha, uma
pulseira amarela, mostrasse o número 0450 e provavelmente deveria haver mais de
500 leitores à espera do autógrafo daquele consagrado escritor. Não resisti a
aquela simpatia e fui logo lhe dizendo, enquanto autografava o primeiro dos três
exemplares que lhe apresentei: “Dr Cury, conheci o Dr Marco Polo (personagem
que ele criou para as histórias que relata em todos seus livros) na Praça da
República, em São Paulo, quando ele era estudante de medicina da USP, brilhante,
audacioso aspirante à psiquiatria e revoltou-se contra a frieza com que seus
professores tratavam os cadáveres estendidos sobre o mármore branco, logo na
primeira aula de anatomia. Por isso, decidiu dar um “break” na vida e foi viver
como mendigo naquela praça que o senhor tão bem descreveu em sua obra: O Futuro
da Humanidade”. O Dr Augusto Cury estava sério, autografando um dos livros que
eu pretendia oferecer a familiares, escutou minhas palavras e em seguida, encarou-me,
fez cara de paisagem, denotando certa surpresa e por fim caiu na gargalhada, quando completei: “Eu
também estava lá, como “mendigo” e lhe conheci. Ou o senhor pensa que só
estudantes de medicina da USP “piram”
diante da frieza dos professores com os cadáveres daqueles que um dia foram
vidas humanas?” E antes que esboçasse qualquer outra reação, completei: “Também
os estudantes de engenharia, da própria USP, como eu, se revoltam com as
friezas de seus professores quando se trata de cuidar de vidas humanas e de
animais de nossa fauna, sobretudo quando falam de pontes que caíram, prédios inteiros
que ruíram e no meu caso, na engenharia sanitária, o silêncio sobre a poluição do ar, da água e
do solo e seus efeitos deletérios quando mal gerenciados ou tratados pela
engenharia. Causou-me nojo o lixão de São Paulo, as águas poluídas do Tietê e a
acamada de ar poluído que paira sobre a cidade, oriundas dos escapamentos de
CO2 e outros gases tóxicos de chaminés e dos combustíveis com chumbo tetra-etila.
Não à toa a França proibiu carros movidos a derivados de petróleo a partir do
ano de 2030”. É um crime de lesa humanidade permitir isso e nossos engenheiros
continuam a projetar esses engenhos assassinos de médio e longo prazos. O senhor, Dr Cury, que é médico sabe melhor
que nós, os engenheiros, os efeitos teratológicos de produtos químicos e agrotóxicos
que estão a nos contaminar e nos matam pouco a pouco. Onde estão nossos
engenheiros, nossas escolas de engenharia com seus professores que continuam a
ensinar e recomendar aos nossos jovens a aplicação desses venenos? Que ética é essa? Perguntou o senhor, na
pessoa do fictício médico Dr Marco Polo e agora também reproduzo suas palavras
para os professores engenheiros, como
eu próprio, simples professor de Legislação e Ética Profissional... Ah..., viver entre os mendigos e filosofar,
por um ano inteiro, na Praça da República, certamente faria aos engenheiros o
mesmo efeito que produziu no pensar do médico descrito em seu livro e que o
mudou para sempre, fazendo-o escrever livros e mais livros humanitários, com
mais de trinta milhões de exemplares vendidos no mundo todo...
Lógico que enquanto só eu falava ele ia autografando os dois
exemplares extras com as papeletas com os nomes dos agraciados. Uma das
agraciadas conseguiu chegar a tempo, fotografou a cena do nosso debate, quase
monólogo, e depois também a fotografei recebendo um carinhoso abraço do autor,
assim que a identifiquei como filha. Por fim, entreguei-lhe o meu exemplar,
onde ele escreveu: “Paulo Roberto, você é especial”.
Li, e lisonjeado entendi a mensagem, na folha de rosto do
livro. Imaginei que ele pensou que realmente
descobri a verdade sobre seu personagem fictício, Dr Marco Polo, psiquiatra,
estudante e médico pela USP. Este seria ele próprio, que também se especializou
em Psiquiatria. E mais, como o personagem de seu próprio livro, passou, ele, o
Dr Augusto Cury, a humanizar o tratamento dos doentes mentais. Um humanista que
veio ao mundo para ajudar, para construir, tal qual foi descrito o Dr Marco Polo.
É notório que escritores nunca criam ficções sem se basear na realidade. Jorge
Amado foi assim, até nas receitas de comida e quitutes baianos de suas obras. Gabriel
Garcia Marques em sua magistral obra, “O Amor nos Tempos do Cólera", nada
mais fez do que contar a história de seus pais.
O
autor devolveu-me o livro com um largo
sorriso, levantou-se e me abraçou. Não tive coragem de perguntar-lhe, ali ao pé
do ouvido, se a minha suspeita era verdadeira. Não seria delicado se assim o
fizesse. Ao contrário, o cumprimentei como grande humanista que é, e ainda desmenti
a mim mesmo, dizendo-lhe que não cheguei a ser como o médico psiquiatra, Dr Marco
Polo, que foi conviver com os mendigos numa praça de São Paulo. Conheci sim, e
muito, aquela praça pois me hospedava na região quando de minhas viagens de
trabalho a aquela cidade, que gosto e a frequentei por centenas de vezes ao
longo de meus 50 anos de profissão. Ler suas obras, especialmente aquela do
estudante de medicina foi e tem sido muito prazeroso e emocionante,
confessei-lhe. Podem dizer que é tietagem, mas todos sabemos que o maior prazer
do escritor é receber um elogio sincero, ou um simples comentário sobre uma
passagem ou episódio de suas obras. O sentimento de gratidão é um dos maiores presentes que podemos oferecer e, francamente, o Dr Cury é merecedor.
Prometi ao Dr Augusto
Cury, aliás, mais a mim mesmo, que no próximo lançamento, de outra obra,
estarei presente e lhe falarei desse livro de hoje: “O Homem Mais Feliz da História”.
Quero entender como seu personagem desvendou o código da felicidade. Na
contracapa li, rapidamente, que ser
feliz...
-
não é estar alegre sempre, mas se reinventar na dor;
-
não é ficar imune aos valores das frustações, mas gerenciar seus pensamentos;
-
não é deixar de atravessa crises, mas escrever os capítulos mais importantes da
vida
nos momentos mais difíceis.
...e
disse mais..., ricos quiseram compra-la com seu dinheiro; celebridades tentaram
seduzi-la com sua fama; generais quiseram domina-la com suas armas; jovens quiseram
captura- la com os prazeres rápidos. Mas, as respostas foram contundentes para
cada caso: não estou à venda; me encontro nas coisas simples e anônimas; sou
indomável; e aos jovens a resposta foi genial: “sonhos sem disciplinas produzem pessoas frustradas, e disciplina sem
sonhos produz pessoas fracassadas”.
Esse
Dr Augusto Cury é mesmo um gênio, um filósofo pesquisador da psiquiatria e da filosofia e se
esconde, humildemente, por trás do personagem imaginário, Dr Marco Polo e ainda conclui:
“Se descobrir o
código da felicidade, você nunca mais será o mesmo!”
Vou já, em seguida, ler esse seu mais
recente lançamento. Conteúdo atraente demais para o Menino das Lavras, que vive
a contar casos da infância e juventude cheias de sonhos e percalços, felizmente
vencidos e hoje revividos e recontados com duplo prazer. Até porque prometi que irei ao próximo lançamento
e comentarei o conteúdo desse novo ensinamento do Dr Marco Polo, que agora lerei.
E quem sabe, num futuro encontro eu venha ter a coragem (ou deselegância?) de
lhe perguntar se ele é mesmo o Dr Marco Polo. que foi um mendigo, por quase um ano,
na Praça da República em São Paulo?
Brasília,
09 de novembro de 2017
Paulo
das Lavras
Revelei, com toda “seriedade” (disfarçada), ao Dr Augusto
Cury, o mais famoso escritor da atualidade, que eu o conheci quando éramos
mendigos na Praça da República em São Paulo. Isso mesmo, MENDIGOS, ele como
estudante de medicina e eu de
engenharia, ambos havíamos abandonado os cursos na USP. Surpreso ele ficou e...
Surpreso, encarou-me e depois caiu na gargalhada para,
em seguida, concluir a dedicatória
na folha de
rosto do livro. Pensou que eu descobrira que ele seria o próprio Dr Marco Polo,
personagem, médico, fictício de seus livros
humanistas
E então, quem se surpreendeu e emocionou, com a
dedicatória, fui eu. Embora
com a pulseira amarela, de nº 0450, fui dos
primeiros a ser atendido e privilegiado com um diálogo, ainda que quase
monólogo. Valeu ...
Minha filha ficou mais emocionada, ainda. Disse-lhe,
textualmente:
“Um sonho
realizado!!!! Foi um prazer e uma alegria conhecer você...., Augusto Cury!!!!
Obrigada pelos conhecimentos que adquiri lendo
muitos dos seus livros!”
Ele se levantou, agradeceu e deu-lhe um forte e
carinhoso abraço.
Dr Augusto Cury é, antes de tudo, um humanista que
só faz bem a todos nós.
Inúmeros são os livros de autoria do Dr Augusto
Cury. Já li uma dezena.
Todos de excelente qualidade. Valem a pena!
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