domingo, 29 de dezembro de 2024

Um Papai Noel escritor-historiador

 

       Recebi pelo correio um pacote de Papai-Noel com vários livros, totalizando quase 2.500 páginas de leitura. Presentão para quem gosta de literatura memorialista. Embora o primeiro mensageiro tenha entregado o pesado pacote na casa de um familiar em Lavras, este cuidou de encaminhá-lo a meu endereço em Brasília. Chegou às vésperas do natal.  Mas, esse Papai-Noel generoso não teve como ficar no anonimato, pois suas impressões digitais, mais que isto, estavam gravadas nas páginas iniciais de cada livro: tem nome, foto e ligeira biografia.  Trata-se de um papai-noel especial, o Dr João Amílcar Salgado que, além de médico e historiador da Medicina no Brasil, também foi professor na UFMG e produziu ensaios sobre o ensino médico em nosso país. Pena que não o conheci antes, quando dirigi, no Ministério da Educação, por algum tempo,  os programas de Residência Médica, pois certamente o teria convidado a integrar a Comissão Nacional de Residência Médica- CNRM, atividade primordial na formação de médicos, pois normatiza, credencia e financia bolsas de estudos para os médicos residentes. 

     Não bastasse seu campo profissional, o Dr. Amílcar adentrou e com competência a área da genealogia e por meio dela enriqueceu e continua a enriquecer a história, a memória de sua terra natal, a Vila de Nepomuceno e região, que abrange Lavras, berço da família Salles, ramo do qual ambos, primos, fazemos parte. Já me deliciei com os causos do “Sargado” em sua farmácia na Vila onde os “coronéis”, incluindo um dos meus tios, faziam ponto para contar casos e causos escabrosos e passar medo nos meninos arteiros. Como fui um desse “arteiros”, me lembro bem das ‘ameaças” do canivete para fazer suposta e aterrorizante cirurgia nos meninos, verdadeira tortura mental aos pirralhos que tratavam de evitar aqueles adultos, mas nunca deixavam de fazer estripulias. 

      Terei leitura por um bom tempo, ainda mais nos causos do riso dourado da Vila, pois gosto de ler, reler, assinalar com marca-texto e “viajar” no tempo e no espaço, pelos locais onde vivi e conheci, relembrando pessoas que nos marcaram. Deixo aqui o meu abraço de agradecimento pelo carinho da amizade desse notável professor da UFMG, de reconhecida competência na Medicina e na sua história de nossa terra. Desejo a ele e toda família um Ano Novo cheio de realizações.

Brasília, 27 se dezembro de 2024

Paulo das Lavras


 
Papai-Noel sempre foi generoso. Nunca se esquece de ninguém. Desta vez, nas vestes de escritor memorialista e historiador, bateu à minha porta com um volumoso pacote. Cinco livros, sendo quatro de sua autoria, totalizando 1.902 páginas para leitura, além de outro, o Erário Mineral, de 532 páginas. Presente melhor não há para quem, como eu, gosta e se dedica à leitura e ainda arranha algumas linhas escritas no gênero da narrativa memorialista.

 









 

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