sábado, 24 de fevereiro de 2018

Velhos amigos, para que servem?

        Outro dia recebi uma mensagem sobre os velhos amigos. Tinha exatamente o título acima, o qual agora uso. A história contada, por autor desconhecido, tem um texto leve, mas de profundo conteúdo. Guardei-a como lição. E hoje relembrei-me daquela história verdadeira, pois pelo menos dois amigos têm passado por sérios problemas de saúde e um deles reclamou exatamente isto: Onde estão meus amigos? Desapareceram justo no momento que mais preciso. O outro amigo, certamente nos momentos de trégua das intensas dores e sofrimentos físicos, tem postado frequentemente informes médicos sobre sua delicada saúde. Em ambos os casos a mensagem subliminar é a mesma, a falta que nos fazem a companhia dos amigos, sobretudo na hora da angústia. Aliás, os Provérbios 17:17, dizem exatamente assim, como bem lembrou uma amiga: “... Em todo tempo ama o amigo e  na angústia se faz o irmão”.
           
           Mas, veja que linda a lição que o jovem, da história antes mencionada, recebeu de seu pai:

Um jovem recém-casado estava conversando com seu pai sobre a vida, o casamento, as responsabilidades, as obrigações da pessoa adulta e, então, o pai lhe disse:

- Nunca se esqueça de seus amigos! Serão mais importantes à medida que você envelhecer. Independentemente do quanto você ame sua família, os filhos que porventura venham a ter, você sempre precisará de amigos..

Lembre-se de ocasionalmente ir a lugares com eles; faça coisas com eles; telefone para eles...

Que estranho conselho! (Pensou o jovem). Acabo de ingressar no mundo dos casados. Sou adulto. Com certeza, minha esposa e a família que iniciaremos serão tudo de que necessito para dar sentido à minha vida!

Contudo, ele obedeceu ao pai. Manteve contato com seus amigos e anualmente aumentava o número de amigos. À medida que os anos se passavam, ele foi compreendendo que seu pai sabia do que falava. À medida que o tempo e a natureza realizam suas mudanças e seus mistérios sobre um homem, amigos são baluartes de sua vida.

Passados 50 anos, eis o que aprendeu o então jovem e recém casado que decidiu seguir os conselhos do velho pai:

O Tempo passa.
A vida acontece.
A distância separa..
As crianças crescem.
Os empregos vão e vêm.
O amor fica mais frouxo.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer.
O coração se rompe.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores.
As carreiras terminam.

Os filhos seguem a sua vida como você tão bem ensinou.

Mas..., os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo e quantos quilômetros estão entre vocês.

Um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo em seu favor e esperando você de braços abertos, e  abençoando sua vida!

E quando a velhice chega, não existe papo mais gostoso do que o dos velhos amigos... As histórias e recordações dos tempos vividos juntos, das viagens, das férias, das noitadas, das paqueras... Ah!!! tempo bom que não volta mais... Não volta, mas pode ser lembrado numa boa conversa debaixo da sombra de uma árvore, deitado na rede de uma varanda confortável ou à mesa de um restaurante, regada a um bom vinho, não com um desconhecido, mas com os velhos amigos. 

Quando iniciamos esta aventura chamada VIDA, não sabíamos das incríveis alegrias ou tristezas que estavam adiante, nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros.

          Maravilhosa lição de vida, relatada nesse conto. Amigo é mesmo fruto de uma escolha pessoal, é a descoberta da alma irmã, um tesouro incalculável, intangível, mas que pode ser sentido mesmo à distância e ainda assim presente em nosso caminho, quer seja nas horas de dúvidas (ninguém fecha um negócio ou toma qualquer decisão importante sem consultar os amigos...) , nas horas de alegria e sobretudo na tristeza, no sofrimento. Há um ditado e que diz que o mineiro é quieto, calado e muito mais solidário na hora da tristeza, da dor. E é verdade, é ombro amigo, mão estendida, coração que vibra com suas vitórias e sofre com suas dores. Basta, às vezes, a sua presença. Amigo verdadeiro é assim mesmo, nem é preciso falar-lhe aquelas bobagens que usamos quando estamos perto de desconhecidos ou recém apresentados, em silêncios constrangedores e soltamos: “ ... será que chove, hoje? O tempo está frio, calor...”. Não, o amigo é aquele que compreende o seu silêncio, suas lágrimas, sua vontade (boba) de sumir. Não precisa e nem exige explicações. Está atento, pronto para ajudar.
           

            Muito já se falou e se escreveu sobre amigos e amizades e por isso não precisamos estender a questão. Mas, os velhos amigos são como os vinhos, quanto mais o tempo passa melhores ficam. Mesmo à distância, basta um telefonema, uma mensagem nas redes sociais, ainda que sem fotos, o sorriso e a alegria sempre estarão presentes a nos confortar.  E para quem mora longe da terra natal...., ah..., existe coisa melhor que visitar velhos amigos ou simplesmente conversar pelas redes sociais, falar dos tempos de infância, do colégio, da vida social?  Foi assim, tem sido, e é por isso que minhas crônicas (99%) só falam dos amigos que granjeei ao longo da vida. São pedaços de nossa vida que se somam aos familiares que estão ao nosso lado, sempre.

           Um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo em seu favor e esperando você de braços abertos, e abençoando sua vida, disse o autor desconhecido. Pura verdade! Um abraço.


Brasília, 24 de fevereiro de 2018


Paulo das Lavras


“E quando a velhice chega, não existe papo mais gostoso do que o dos velhos amigos...”
E o relógio marcava exatamente meio dia, hora de almoço. Que se atrase a refeição, mas como deixar de passar na casa do “velho” professor dos tempos de menino de colégio, desde os 12 anos de idade? Velho amigo que mais tarde tornou-se colega de magistério na universidade.
Foram apenas trinta minutos de conversa, mas a alegria para ambos durou muito mais tempo.
Valeu a pena vir de longe, desembarcar em Confins, tomar um Uber  até sua casa,
num bairro no alto das Mangabeiras.

Foto do autor, com o Prof. Nelson Werlang- Belo Horizonte, 06/09/2017



Visitando o “velho” pai, então com 77 anos e que viveu até os 101 (cento e um) anos. Alegria redobrada
Foto do autor - Fazenda Retiro dos Ipês – Lavras, 1983 


 
Velhos amigos na praça da cidade natal- Lavras. Claret Mattioli e Luiz Teixeira da Silva,
 o nonagenário “arquivo vivo” histórico, cultural e artístico da cidade. Reencontrar os
 velhos  amigos é como renovar a alma
Foto: Catarina Julia – 2016



Amigos dos tempos de estudante no lançamento de livro sobre JK.
 Casa Rosada, em Lavras.
Com Ângelo Delphim, Paulo Roberto, Claret Mattioli e Dorinha Guimarães.


Mais amigos na praça, com Rita Penoni, Juca Mattioli e Cris Mattioli
Foto de Catarina Júlia- 2016 



Com Renato Libeck, Antonio Ernesto e o jovem Salgado, diretor técnico
 da Cooperativa Minas Sul, em Lavras

Foto: 2017 - Acervo de Renato Libeck




Um brinde à Dona Edna, nonagenária, mãe de três professores de Agronomia, um da UFV e
dois da Ufla. Ainda tem disposição para assar pernil, pão de queijo e outras guloseimas
 no forno do fogão à lenha e... saborear um bom tinto. E o saudoso bate-papo rolou, ali no antigo
Casarão da Ponte, em Itumirm, até tarde da noite. Velhos amigos são insubstituíveis, renovam nossa alma. Por isso precisamos cultivá-los por toda a vida.

Foto: Chico do Vale – 2016



Velhos amigos de quatro anos inteiros de convivência na faculdade. Festa de confraternização
 dos 50 anos de formatura. Setembro de 2017

Foto: arquivos de Gilnei de Souza Duarte


Visitando o velho amigo Ângelo de Moura Delphim. Com Ericina, Dorinha e Maria José.
Foi pouco o tempo, de duas horas, para colocar as reminiscências da juventude em dia.
Muito bom reencontrar velhos amigos, alma renovada e a certeza de que fomos e somos felizes.
Foto: setembro de 2017. Acervo de Dorinha Guimarães



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